Já vivi em 12 casas diferentes desde que nasci.
Da primeira mal me lembro pois tinha 5 anos quando mudámos para a grande. Só me lembro de dormir com mais 3 irmãs no mesmo quarto e das noites serem uma paródia.
Na segunda casa, vivi 20 anos, foi praticamente toda a minha infância e adolescencia. Era um local chique, mas muito afastado de tudo o que eu gostava na altura. Para fazer alguma coisa tinha de apanhar autocarros e à noite só com companhia e boleias. Mas tinha um jardim de sonho.
Adorei a terceira casa em Lisboa para onde mudámos em 1971 apesar de ser acanhada para tantos filhos. Era junto à Gulbenkian, jardim maravilhoso. No meu quarto só havia duas camas, uma mesinha e um piano...já eu dava aulas no Pedro Nunes e depois no M.Amália... nem tinha onde arrumar os livros.
Depois de casar vivi no Lumiar, num apartamento pequeno, mas cheio de sol com uma varanda maior que os quartos todos. Não tinha vista, mas ficava num local simpático.
A partir de 1975, passei a viver em casas de magistrados, enormes, velhas, geladas , sem graça....mas tentei sempre fazer delas lares e sentia-me bem, apesar do desconforto e do frio. Beiras, Trás os Montes, Minho são regiões belas que me deixaram recordações inolvidáveis.
Quando vim para o Porto não tinha casa nenhuma, vivi um ano na da minha sogra e foi o pior ano da minha vida....como é de calcular..., mas depois mudámo-nos para um apartamento, já com três filhos, em frente à escola onde eu dava aulas. Parecia-me o paraiso, apesar de ser bem modesta...a pouco e pouco conseguimos pô-la decente e sentia-me lá bem, ainda que apertada, sem muito por onde respirar.
Daí fui viver já sozinha em 2002 para um 8º andar duplex, que comprei entretanto. O apartamento tinha a vista mais ampla do Porto que conheço. Via pores do sol todos os dias, as janelas panorâmicas à noite pareciam de filme e os barcos flutuavam no ar lá muito ao longe. O meu filho mora lá.
Esta é a minha ultima casa, já cá moro há seis
anos. Fico perto dos filhos e netos, é cosy, está-se bem e lá fora há todo este arvoredo maravilhoso que nos faz esquecer a cidade.
Antes de me deitar, abro sempre a janela do quarto e respiro o ar fresco da noite. Não acredito em Deus, mas agradeço-lhe ter tido sempre uma casa a que pude chamar o meu lar.
Da primeira mal me lembro pois tinha 5 anos quando mudámos para a grande. Só me lembro de dormir com mais 3 irmãs no mesmo quarto e das noites serem uma paródia.
Na segunda casa, vivi 20 anos, foi praticamente toda a minha infância e adolescencia. Era um local chique, mas muito afastado de tudo o que eu gostava na altura. Para fazer alguma coisa tinha de apanhar autocarros e à noite só com companhia e boleias. Mas tinha um jardim de sonho.
Adorei a terceira casa em Lisboa para onde mudámos em 1971 apesar de ser acanhada para tantos filhos. Era junto à Gulbenkian, jardim maravilhoso. No meu quarto só havia duas camas, uma mesinha e um piano...já eu dava aulas no Pedro Nunes e depois no M.Amália... nem tinha onde arrumar os livros.
Depois de casar vivi no Lumiar, num apartamento pequeno, mas cheio de sol com uma varanda maior que os quartos todos. Não tinha vista, mas ficava num local simpático.
A partir de 1975, passei a viver em casas de magistrados, enormes, velhas, geladas , sem graça....mas tentei sempre fazer delas lares e sentia-me bem, apesar do desconforto e do frio. Beiras, Trás os Montes, Minho são regiões belas que me deixaram recordações inolvidáveis.
Quando vim para o Porto não tinha casa nenhuma, vivi um ano na da minha sogra e foi o pior ano da minha vida....como é de calcular..., mas depois mudámo-nos para um apartamento, já com três filhos, em frente à escola onde eu dava aulas. Parecia-me o paraiso, apesar de ser bem modesta...a pouco e pouco conseguimos pô-la decente e sentia-me lá bem, ainda que apertada, sem muito por onde respirar.
Daí fui viver já sozinha em 2002 para um 8º andar duplex, que comprei entretanto. O apartamento tinha a vista mais ampla do Porto que conheço. Via pores do sol todos os dias, as janelas panorâmicas à noite pareciam de filme e os barcos flutuavam no ar lá muito ao longe. O meu filho mora lá.
Esta é a minha ultima casa, já cá moro há seis
anos. Fico perto dos filhos e netos, é cosy, está-se bem e lá fora há todo este arvoredo maravilhoso que nos faz esquecer a cidade.
Antes de me deitar, abro sempre a janela do quarto e respiro o ar fresco da noite. Não acredito em Deus, mas agradeço-lhe ter tido sempre uma casa a que pude chamar o meu lar.