quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A doçura das crianças

Hoje os meus netos vieram cá a casa depois do colégio , como é habitual às 4ª feiras.

Já sabem o ritual. Chegam , tiram os casacos, sapatos e encostam as mochilas na entrada, depois seguem para a cozinha, onde se sentam à espera de qualquer mimo. Contentam-se com iogurte, bolachas ou pão com fiambre, mas já sabem que têm de comer tudo na cozinha para não fazer migalhuça na sala.
Pessoalmente, como muitas vezes na sala em frente à TV - privilégios de quem é adulto e livre de formalidades - mas eles devem habituar-se a algumas regras, tal como em casa.

Já sabem que, até certa hora, não há TV, por muito que lhes custe, devem entreter-se com jogos, desenho, pinturas ou outras actividades, agora que já não dá para ir para o pátio ou ao jardim botanico. Já se habituaram a essa regra e não há problemas.

O mais velho pegou no meu laptop, o do meio jogou scrabble com a minha filha, o mais pequenino quis fazer uma pintura com pincel. Dei-lhe uma tela  e ensinei-o a pintar com acrílico. ficou encantado com as cores e concentrou-se na Arte.

Eis a sua primeira obra em acrílico :)


A certa altura disse-me: "Vóvó, não saias daqui ao pé de mim, não vás trabalhar!"
Notei-lhe alguma ansiedade na voz. Sentei-me ao lado dele, fiz-lhe festas no cabelo e voltei aos meus tempos de mãe, em que passava horas com o meu filho mais velho em Chaves, procurando aquecê-lo e aquecer-me com ternura em dias de temperaturas negativas nos longos invernos que lá passámos em 1977-78.

Ás 6,15, começaram a ver TV. Não houve mais meninos... o Pokemon tomou conta deles.

Quando se foram, senti um vazio.

Também eu queria ter alguém a fazer-me festas no cabelo:)