Fui ao cinema hoje à tarde. Maravilha. Bilhete a 3 euros porque sou senior, sala com dez ou doze pessoas, shopping pouco cheio mas com vida, ambiente de neve a lembrar que estamos no inverno, sentia-me bem.
Os meus filhos e netos não estão cá hoje, de modo que é aproveitar a liberdade (?) e vencer qualquer resquício de depressão.
Fui ver " O Deus da Carnificina", tradução à letra do título da peça de Yasmina Reza, Le Dieu du Carnage, peça de que já falei aqui,creio eu, quando esteve em cartaz no Teatro Carlos Alberto no Porto, uma experiência que valeu a pena, pois os actores eram incontestavelmente bons, o ritmo excelente, interpretação a nível superior, quanto a mim equivalente a muitas peças de Teatro Francês que vi em tempos em Lisboa. Até Paulo Pires estava óptimo no papel dum advogado corrupto.. A história é simples, mas o desenrolar da situação duma densidade estrondosa.
O filme não me empolgou, embora tenha gostado, sobretudo do diálogo - Yasmina Reza é admirável na maneira como pôe os sentimentos a nú e passa dum registo banal para o sarcasmo ou ironia e destes para a violência verbal.
Já tinha ficado extasiada com Art, que vi em Inglaterracom os célebres Tom Courtenay e Albert Finney, tendo lido a peça depois duas vezes. Reza é teatro e daí o filme me ter passado um pouco à margem e demasiado rapidamente.
Os actores são óptimos, mas paradoxalmente, achei a nossa Joana Seixas muito melhor do que Jodie Foster, que produz overacting desnecessário naquela personagem. Melhor está Kate Winslet e os dois actores masculinos.A densidade da situação no filme é menos palpável do que no palco.
Talvez o filme pareça melhor para quem não viu a peça ou a leu. Como conhecia o desenvolvimento do enredo, perdi um pouco do suspense.
Fica aqui o trailer para quem quiser o aperitivo:
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sábado, 14 de janeiro de 2012
domingo, 28 de março de 2010
Le Dieu du Carnage- O Deus da Matança

Acabei de chegar a casa. Vim do teatro, o que já não acontecia desde que fui a Leeds, no ano passado. Minto: vi O Feiticeiro de OZ, o musical, há meses. Em geral, não vou ao teatro em Portugal e devia penitenciar-me por isso, pois já perdi algumas peças boas - com óptimos actores nacionais.
Há uns dez anos vi uma peça de Yasmina Reza, autora desta peça que fui ver hoje: ART. Vi-a em Londres com tres actores consagrados, entre os quais Albert Finney e Tom Courtenay. A peça ganhou um Olivier, prémio máximo atribuído a peças de teatro no Reino Unido, tendo ganho depois o Tony award, prémio correspondente nos EUA.
Foi uma experiência inesquecível, apesar dos bilhetes terem custado uma fortuna. Voltei a ver a peça em Portugal e comprei o livro que li já das vezes em inglês, embora a peça tenha sido escrita em francês.
A peça de hoje não fica trás de ART em profundidade, conhecimento humano e dramatismo, que se esconde por detrás duma aparente superficialidade nas palavras e nos gestos. Tem humor sarcástico, mais do que ironia. Muito actual, parte duma cena de escola, em que um adolescente agride outro com um pau, partindo-lhe dois dentes, e retrata uma situação perfeitamente plausível aqui ou noutro lado qualquer. Os pais encontram-se para redigir o documento para a seguradora e parece não existir nem rancor, nem ódio, nem desejo de vingança de parte a parte. À medida que a conversa avança - e é nisso que YR é brilhante - o enredo endurece, torna-se cada vez mais denso e surge o humor quase macabro, que envolve todas as personagens, dando à situação um tom de tragicomédia, em que os pormenores mais intimos de cada personagem e as suas relações com os outros se vão revelando gradualmente até à histeria e perda total de razoabilidade de parte a parte.
A imagem que me ficou desta peça é a de uma jarra de túlipas brancas lindíssimas que é atirada de encontro a uma parede, juncando o tapete de flores e de água. É o estertor da aparência, do "verniz", da "civilização", da polidez e da tolerância.
Actores muito razoáveis - diria mesmo, dois óptimos, Sofia Portugal e Sergio Praia, dois talvez menos brilhantes, Joana Seixas e Paulo Pires, num ambiente de agressividade contida ou disfarçada que acaba por explodir. 90m que passam num instante.
Muito Bom. Chorei a rir, o que já não me acontecia há muito...e compreendi porque é que os casos de violência nas escolas existem e continuarão a existir.
A peça acabou hoje com lotações esgotadas no Porto. Vai voltar a Lisboa em Setembro, no Teatro Aberto. Se não viram, aproveitem porque é realmente a não perder.
Fica aqui um vídeo com uma entrevista ao encenador, João Lourenço e aos actores.
sexta-feira, 19 de março de 2010
DIA DO PAI - 19 de Março

"Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai." (Sigmund Freud).
Não sei se Freud tinha razão, se não, mas cada vez mais, sinto que a presença e intervenção do Pai na vida dos filhos é vital para o seu equilíbrio e bem estar. Tenho um caso na família em que o Pai faleceu em África quando as filhas tinham 2 anos e 8 meses, respectivamente, e foram educadas apenas pela Mãe, e bem, mas são casos excepcionais e muito difíceis de lidar sem ajuda dos familiares e amigos.
Esta ideia moderna de que os casais se devem separar para libertar os filhos de discussões traumatizantes ou de possíveis ambientes adversos é um pau de dois gumes, se os pais não compreenderem que em primeiro lugar está a felicidade, o bem estar e o equilíbrio dos filhos. O jogo de ping-pong entre casais é terrível para os adolescentes, sobretudo, que bem conheço da Escola.
Separei-me já os meus filhos eram bem adultos e , embora, talvez o devesse ter feito mais cedo, fui eu a lesada, não eles, creio eu.
Os pais modernos são muito mais carinhosos e presentes dos que os antigos. Sobretudo estão mais próximos e substituem as mães muitas vezes, quando elas trabalham.....adoro ver pais a passear com os meninos, nos parques, na praia, a andar de bicicleta na Foz, etc., onde tirei estas fotos.
UM FELIZ DIA DO PAI!
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