Foi uma das poucas vezes em que me sentei ao ar livre a pintar. No Porto não me ocorre levar comigo os pinceis ou os pasteis ou aguarelas quando vou passear. Fi-lo no início, quando ainda andava a experimentar sensações, fui para a Foz, para a Praia da Luz - já é obsessão este nome - e entretive-me durante duas horas na esplanada a aguarelar. Por acaso até gosto daquelas aguarelas - paisagens inglesas - mas não gosto muito do material, exige muita paciência e jeito...
Doutra vez foi na Praia dos Ingleses, levei os pasteis e estive parte da tarde a pintar um abstracto, mas depois não gostei muito dele...e deu-me trabalho porque o vento fazia voar o papel.
Da terceira vez, já levei molas da roupa para o segurar e estive duas horas a tentar fazer um rochedo das mais variadas cores, que fica mesmo em frente da esplanada e no qual as ondas batem fortes nos dias de maior temporal. Ficou giro.
Aqui na minha Luz, pintei no ano passado vários quadros e não gosto muito deles...um é a clássica vista da praia, com a Rocha Negra recortada no horizonte.
Este ano, esmerei-me...mas infelizmente não posso agora fazer o upload das fotos porque estou num cybercafé e o tempo é pouco...nem se pode ligar a máquina, creio eu. Depois de amanhã já parto para outra, ou volto à mesma :). E terei o prazer de colocar aqui essas "obras de arte", assim como fotos inéditas desta vila. Setembro é o mês da Senhora da Luz, padroeira da vila, daí haver festividades, fogo de artifício na Fortaleza, farturas (:))).
Tive a sorte de apanhar luar todos os dias, desde que chegámos...não é tão belo quanto o de Agosto, mas a suavidade com que se reflecte no mar compensa.
Nos quatro primeiros dias, o mar estava quente e transparente, lindo...agora veio o sueste ( há quem lhe chame Suão) e de repente virou ondulado, cheio de algas bem cheirosas, ensurdecedor a bater nas rochas e aliciante para os jovens como eu que gostam de furar as ondas e de ir parar a léguas de distãncia... À noite fico esquecida lá fora no jardim ou nas rochas a olhar para o mar hipnotizada e hoje até dormi com a janela toda aberta para sentir o cheiro e ouvir o estrépito das ondas. Está calor, mas a brisa é marítima, o que eu adoro...
Isto é o que conheço mais próximo da Felicidade e sinto-me privilegiada e comovida.
Até breve!