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quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da POESIA

Festejo convosco este dia, partilhando algumas páginas do nosso livro sobre o mar (poesia do meu Irmão Mário e pintura minha) que criámos há alguns meses e que muito me orgulha.




sábado, 10 de março de 2012

Quando calienta el sol

Vamos com prazer para a praia, mesmo que seja em Março.

Hoje nem era preciso casaco, tive de o meter no saco, dobrei as calças até ao joelho, descalcei as botas, arregacei as mangas e , mesmo assim, estava calor intenso cá fora na varanda do meu querido café dos Ingleses. Com receio do sol todos
os comensais se tinham abrigado debaixo dos guarda sois ou no café, onde as janelas panorâmicas deixavam avistar um mar imenso, com ondas altas, desdobrando-se umas sobre as outras e vindo morrer em branca espuma aos nossos pés.

Gosto daquela varanda porque tenho sempre a sensação de estar num navio, sós se vê uma nesga de areia e as rochas. A praia maior fica do outro lado. Hoje já havia alguns afoitos a molhar os pés ou mesmo um mergulho rápido. Quase não havia gaivotas, deviam estar abrigadas do calor em qualquer outro lado mais fresco. Cheirava a maresia quando cheguei, o que nem sempre acontece. É um cheiro a algas que me inebria. Li mais umas páginas de "pequenas Memórias" de Saramago,um livrinho muito interessante, que me está a agradar imenso pela ironia e facilidade com que descreve as suas pequenas façanhas da infância e adolescência.

Hoje ouvi Vivaldi, não muito alto para não abafar o barulho das ondas, que era tronitruante. Este compositor é sempre surpreendente para mim, agora que oiço o meu neto tocá-lo duma forma tão expressiva. Os concertos para flauta, oboé ou violino são lindíssimos e transmitem uma alegria íntima e serena.

fica aqui um excerto de La Notte, concerto para flauta dos que mais gosto. O meu filho tocava-o em tempos...que saudades.

sábado, 3 de março de 2012

Mar português


Já pintei muitos quadros e quadrinhos sobre o mar. Consigo fazer sempre tons diferentes, usando texturas apelativas ou ausência delas, mais areia, menos espuma, mais azul ou verde, céus cinzentos, nuvens baixas, tons pastel, mais dramatismo, mais suavidade.

Nunca pintei em aguarela de modo que hoje resolvi dedicar-me a esse material. Usei muita água, mas por fim não ficou tão transparente quanto desejava. Mesmo assim gosto dele. É diferente de todos os outros que já fiz.

Hoje descobri um site com obras completas de Pessoa tal qual foram publicadas em 1ª edição. Tem números da revista Orfeu, poemas em inglês, A Mensagem ... tudo editado em papel (?) pardacento, como se tivesse muitos anos. Aliciante. Li A Mensagem toda, que já há muito não relia. É magnífico.

O site chama-se E-BOOK PORTUGAL e pode-se fazer o download de 10 obras.

Vai aqui um poema muito belo como tantos outros que falam do mar e de descobertas.

AS ILHAS AFORTUNADAS

Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
E a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutarmos, cala,
Por ter havido escutar.

E só se, meio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.

São ilhas afortunadas
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando
Cala a voz. e há só o mar.


Fernando Pessoa ( O Encoberto)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Primavera precoce

Temperaturas primaveris, sol radioso e quente, vento calmo, mar com ondas regulares, o ideal para se passarem momentos divinais na Foz.

Saó pelas 12.30, apanhei o autocarro quase logo - este ia vazio - e saí na Rua do Farol, que já me conhece dos fins de semana. Desci até à marginal, onde não se via quase ninguém. Deviam estar a almoçar, pois duas horas depois o café encheu-se. Ocupei uma das deck-chairs junto à rede e perdi-me em contemplação.

Tirei algumas fotos , poucas, desenhei durante um pedaço, olhei as ondas que se desdobravam de encontro à "minha rocha" sem grande violência , mas com muita espuma. Não havia navios à vista, nem surfistas...algumas gaivotas,
poucas.
Uma paz quase celestial...música do meu Ipod que variou entre Carlos Paredes, sempre vibrante, John Denver, o melhor cantor de música country que conheci e Joe Dassin, cujas canções me fazem chorar...

Não sei porque bambúrrio da sorte me é oferecido um dia assim, sem stress, sem telemóveis ( esqueci-me do dito cujo e foi uma benção), sem música pimba, sem horas...se mereço, não sei. Só sei que o aproveito até à última gota.

Venho embora quando o resto do pessoal está a vir. Passo pela confeitaria a comprar pão e bolo-rei, que vou comer ao chá...e ainda pelo chinês a trazer umas telas quadradas que só lá encontro.
Na paragem não há ninguém. O autocarro chega logo e nele só vão umas três pessoas. Ainda estou naquele modo meio zombie, não quero barulho, nem zangas,nem gritos, nem buzinas...quero continuar a viver o meu sábado como se não houvesse mais nada.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O mar

Há tempos o meu irmão seduziu-me com a ideia de fazermos em conjunto um livro ou album com pinturas minhas e poemas ou textos dele sobre o mar.

É um daqueles temas que nunca recusaria. É-me imperioso ligar a existência do mar à minha própria existência como pessoa criativa.
Adoro o mar, necessito dele quase como de oxigénio, não consigo viver longe dele, sinto-me bem a olhar para as ondas incansáveis, para os navios ao fundo, os surfistas, as crianças na areia, as gaivotas sentadas nas rochas, e adoro contemplar o brilho do sol na superfície azulada, verde ou cinzenta do oceano.

Tenho muitas pinturas sobre o mar - cerca de 40. Foi fácil arranjar um conjunto que se adaptasse aos poemas. Mais difícil foi fazer as fotografias em alta definição, mas consegui realizar isto tudo em dois dias.

A minha Leica entretanto tinha-me pregado um susto, pois não estava a funcionar. Hoje levei-a a uma casa que me aconselharam perto do Rivoli e um senhor muito prestável conseguiu o milagre de desbloquear a lente que tinha encalhado e não abria. Foi um alívio...

Aqui vão três pinturas sobre o mar.
Poemas não ponho pois não sei se o meu irmão gostaria que eu abrisse mais o véu. Mas o livrinho não tarda...só para mais tarde recordar...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O mar...aqui tão perto

Adorar o mar e viver a 10-20m dele é sorte demais.

Ninguém em Lx percebe a maravilha que é viver no Porto, julgam estar perto do mar e, afinal, levam pelo menos uma hora a chegar ao Guincho, o verdadeiro paraíso por uma estrada pejada de gente, com engarrafamentos,poluição, acidentes, etc. Só de comboio se pode chegar a Cascais, sem grande problema. E Cascais não é mar a sério. Lembro-me que os meus Pais falavam da "volta dos tristes", referindo-se ao passeio na marginal de Domingo. Realmente não era nada do que se diz nos folhetos.

Aqui - e não me canso de o dizer - decido de pé para a mão o que vou fazer, pego num livrinho, na máquina fotográfica , óculos escuros, Ipod e aí estou eu na paragem, onde o autocarro - o 200 ou o 204 - não demora mais do que 10m a vir. Daí à Foz são 5 a 10m, nunca há trânsito aquela hora. Há quem vá a correr - o meu filho, por exemplo.
Desço a rua do Farol - nome sugestivo e estou com o mar todo à minha
frente...barulhento, ondas altas, cheiro característico,gaivotas altaneiras, um ou outro turista mais afoito, cadeiras super-confortáveis, sem música nos altifalantes, maravilha.
Por 7 euros, almoço uma omelete de cebola e salsa, mal passada como gosto com salada e bebo uma água com gaz. Posso estar ali toda a tarde na varanda, nem sequer pago logo. Se está fresco, passo para dentro do café, onde uns pufs maravilhosos esperam por mim com a mesma vista e uma mesa cheia de revistas actuais.
Em qualquer outro país pagaria uma fortuna para ter estes privilégios - só um café em Inglaterra custa 3 libras = 4 euros, no Brasil as bebidas eram o dobro.
São horas de paz, de sossego e beleza...não levo telemóvel ou se o tenho não o oiço, pois estou a ouvir música clássica, hoje as Orchestral Suites de Bach, que vou ouvir no dia 11 na Casa da Música com o meu neto e que são emocionantes.
Quando venho para casa, passo pela confeitaria a comprar pão, pelo chinês a ver as últimas novidades (!), compro telas ou objectos domésticos necessários, tudo pelo preço da chuva.
E ainda há quem se queixe tanto de que o Porto não é um bom sítio para se viver...não o trocava por mais lugar nenhum, a não ser a Inglaterra ( por causa das pessoas, não das cidades).

sábado, 8 de outubro de 2011

A Foz , espaço de solidão e liberdade

Hoje o meu neto dormiu cá. Levantou-se pelas 9 e sem fazer barulho, foi para a sala e pôs-se a ler. Entretanto acordei , arranjei-lhe um pequeno almoço de maçã, flocos e um croissant pequenino, e voltei para a cama, pois tinha-me deitado pelas 2 horas e estava cheia de sono. As 10.30 acordou-me, dizendo que a Mãe o vinha buscar para ir a escola de violino. Fiquei com remorsos de ter dormido tanto.

Ontem tínhamos estado os dois a ver o empolgante Portugal- Islândia ( 5-3) e ele tinha-se abraçado a mim com uma ternura que me fez virem lágrimas aos olhos. Adoro este menino e ele retribui, embora não seja de grandes manifestações com outras pessoas. Não consigo dizer-lhe "Não", dou-lhe tudo o que pede ( é bem pouco), ofereceu-se para me ajudar a pendurar a roupa, é prestável, ternurento, aquilo que se pode chamar a criança ideal. Oxalá não se estrague, mas tenho tanto receio do futuro!

Hoje fui almoçar à Foz. Estava um pouco mais de vento, mas o sol era forte, de modo que estive sempre na varanda e até me bronzeei. As gaivotas andavam alvoroçadas, não sei porquê. Não levei a máquina, tirei as fotos com o Ipod .





O mar sempre belo e sempre bravo fazia um barulho embalador. Mesmo assim ouvi musica, desta vez árias de ópera escolhidas que tenho aqui no meu Ipod. Foi uma tarde linda.

Fica aqui uma das árias mais comoventes que conheço da ópera O Pescador de Pérolas de Bizet e de homenagem a Salvador Dali:

domingo, 25 de setembro de 2011

O Verão não nos quer deixar

 Tarde quente, soalheira, a desmentir todas as metereologias, que teimam em prever chuva nos horizontes do Porto. Nunca chove...e eles ameaçam com ela todos os dias, até chateia!

 Hoje esteve uma tarde de verão e passei quatro horas na Foz, onde o ambiente era estival. Muitos estrangeiros de mapa na mão a apanhar o mesmo autocarro que eu em direcção à Foz. Não esperei nem um minuto e ai estava o 204, azul e branco , as minhas cores favoritas.
Na varanda do café algumas cadeiras vazias, vantagem de ir cedo, quando todos estão a almoçar. Uma tosta mista e um gratiné de maçã, acompanhados de sumo de laranja e café...o meu almoço ideal. O livro da Susan Sontag, o IPOD com música barroca, o barulho ensurdecedor das ondas - até a minha filha as ouvia em Leeds!! - uma paisagem de sonho, grande espectáculo do mar do equinócio, da espuma , das rochas e das silhuetas passeando na praia.


Um verdadeiro sonho a dois passos de casa.
Tirei várias fotos e experimentei várias da espuma, que desenha verdadeiras obras de arte na areia.


Vejam bem....nenhum pintor consegue transmitir esta maravilha...
Cliquem nelas que vale a pena....

sábado, 27 de agosto de 2011

Ainda o verão...e o mar

Acabo de chegar da Foz, numa tarde luminosa de Agosto, em que tudo parece lavado , não só pela chuva valente que caiu há dois dias, mas tambem pelo trânsito menor que neste mês se faz sentir no ar que se respira.
É tão bom sentir o calor do sol nestes dias assim.
Estive na praia dos Ingleses - cheia de turistas-
a gozar da luz e frescura da espuma e da nortada que já se fazia sentir. Levo sempre camisola para o que der e vier e hoje soube-me bem.
Não havia música exterior, apenas o estrepitar das ondas sobre o rochedo que faz daquela praia e daquela varanda uma delícia para os olhos na maré cheia.  Parece um fogo de artifício em que a luz e o ribombar são substituídos pela água, a espuma e o barulho ensurdecedor das ondas.
Um senhor já entradote estava sentado numa rocha e deixava-se vergastar pelas ondas que entravam por uma nesga e formavam um jacuzzi natural. Estava divertidíssimo e não achava a água fria...pelos vistos. Muitas senhoras em bikini espanejavam-se deliciadas na areia, sem qualquer vergonha de mostrar a celulite.

Liberdade é a palavra que melhor associo a estas praias aqui do Norte....cada um faz o que quer, ninguém repara, todos estão felizes, não há gritos nem berros, o mar cala-os a todos.

À vinda comprei flores amarelas, vulgares , - parece que se chamam helianthus (?) - alegres como a minha tarde....preciso de cor na minha casa, elas são uma companhia silenciosa que não dispenso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A calheta....ou praínha....


Falei muito dela quando estive a passar férias no Algarve há tres semanas. Esta calheta já é minha desde os 20 anos e foi lá que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, na juventude com os amigos e irmãos, sozinha ou acompanhada, sentada ou deitada naquelas rochas,  olhando  o mar límpido até perder de vista...e abraçando o sol quente depois dum banho frio mas regenerador.

É um local mágico   na minha vida, que ainda não pintara...

 No início era uma praia pequenina e efémera, tão depressa existia como desaparecia na maré cheia, transformando-se, então, numa piscina de água salgada, que permitia  saltos a sério, que nós não dispensávamos e que nos grangeavam minutos de glória. Houve até quem desse o meu nome a uma rocha, de cuja ponta eu me atirava de cabeça (?) nos meus belos tempos. Noutros anos, estendia-se quase até à ponta da fortaleza, com areia e pé até bem longe, permitindo às crianças brincadeiras sem igual.

O meu neto que já é do seculo XXI,  dizia este ano: Vovó , e se houvesse um tsunami? De que altura é que seria? O Pai disse-lhe:" olha era da altura da fortaleza! " Ele olhou para cima pouco convencido....e ainda bem, os pesadelos só devem acontecer nos livros ou nos jornais, muito longe....nunca nos locais que nós amamos.

 A prainha é o meu sonho acordada quando me sinto presa nesta cidade...fecho os olhos e lá estou eu andando por aquelas rochas, procurando caranguejos nas pocinhas, tentando despegar as lapas agarradas às pedras rugosas, contemplando a costa que se desdobra em calhetas maiores e mais pequenas, todas elas lindíssimas e cheias de pedras redondas multicolores...
Em tempos tínhamos um barquinho de borracha e eu adorava remar nos dias sem vento rente à costa....tudo isso acabou, já não tenho forças para carregar o barco para a prainha e depois subir para o dito e remar, mas a saudade fica e também fica a certeza de que durante muitos e muitos anos, as crianças e jovens e velhos da minha família verão neste espaço aqui retratado, um sinal , uma memória, uma saudade, um desejo, uma nostalgia e uma certeza inexorável:....as pessoas vão...  mas as pedras ficam.

Um vídeo feito em Junho...que deveria nunca acabar...

A calheta ou prainha

Falei muito dela quando estive a passar férias no Algarve há tres semanas.
Só conhecia a Calheta da Madeira que é muito bonita, cheia de casinhas espalhadas em torno duma baía azul.
Esta calheta já é minha desde os 20 anos e foi lá que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, como jovem com os amigos e irmãos, sozinha ou acompanhada, sentada ou deitada naquelas rochas,  olhando para o mar límpido até perder de vista...e abraçando o sol quente depois dum banho frio mas regenerador.
É um local mágico   na minha vida, que ainda não pintara...

No início era uma praia pequenina e efémera, tão depressa existia como desaparecia na maré cheia, transformando-se numa piscina de água salgada, que permitia  saltos a sério, que nós não dispensávamos e que nos permitiam minutos de glória. Houve até quem desse o meu nome a uma rocha, de cuja ponta eu me atirava de cabeça nos meus belos tempos.
Noutros anos, estendia-se quase até à ponta da fortaleza, com areia e pé até bem longe, permitindo às crianças brincadeiras sem igual.
O meu neto que já é do seculo XXI, só dizia este ano: Vovo , e se houvesse um tsunami? De que altura é que seria? O Pai disse-lhe:" olha era da altura da fortaleza! " Ele olhou para cima pouco convencido....e ainda bem, os pesadelos só devem acontecer nos livros ou nos jornais, nunca a nós próprios.

A prainha é o meu sonho quando me sinto presa nesta cidade...fecho os olhos e lá estou eu andando por aquelas rochas, procurando caranguejos nas pocinhas, tentando despegar as lapas agarradas às rochas, contemplando a costa que se desdobra em calhetas maiores e mais pequenas, todas elas lindíssimas e cheias de pedras redondas multicolores...

Em tempos tínhamos um barquinho de borracha e eu adorava remar nos dias sem vento rente à costa....tudo isso acabou, já não tenho forças para carregar o barco para a prainha e depois subir para o dito e remar, mas a saudade fica e também fica a certeza de que durante muitos e muitos anos, as crianças e jovens da minha família verão neste espaço aqui retratado, um sinal , uma saudade, um desejo, uma nostalgia e uma certeza inexorável:....as pessoas vão...mas as pedras ficam.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dia de S. Bartolomeu


Dizem que anda o diabo à solta....mas aqui não bule uma folha, está um dia esplendoroso, com sol pleno e calor relativo. Não me apeteceu sair, tinha marcado ir ao Solinca para uma limpeza de pele oferecida por eles e não me apeteceu cuidar da cosmética, não é actividade que me atraia. Para aqui estou calmamente, a passar a tarde em casa, já tratei de roupas, já lavei tampos de cadeiras, já aspirei a sala, agora descanso junto a meu filho que lê o jornal.

Ontem fui com a minha filha e  os meus netos à Feira do Artesanato na Foz. A Feira dura uma semana e todos os dias há vários eventos, desde o desfile de fatos de papel, até bombos, bandas, procissão etc. Não sou grande apreciadora dessas cerimónias, mas gosto da feira, onde se pode ver toda a espécie de trabalhos de mãos, feitos pelos artesãos, alguns já velhotes, mas sempre a trabalhar nas vergas, nas cerâmicas e até na gastronomia, nas farturas , no leitão ou nos queijos de ovelha.
Os meus netos deliraram com um insuflado gigante, onde saltavam crianças de todos os tamanhos, descalços e felizes...apeteceu-me loucamente ir para ali saltar também e sentei-me num banco a acompanhar os baloiçar dos corpos, os risos e a felicidade dos miúdos. Quase nem vi o resto da feira tal era a alegria deles! Trouxe para casa farturas , ovos moles, pão de lenha, queijo da serra, leitão com batatas fritas...fizémos um jantar de truz! O meu neto mais novo que não gosta de doces - felizardo! - comeu um rissol de leitão e disse que estava divinal:))
O sítio é lindo e as margens do Douro estavam convidativas. Só me apetecia pegar num daqueles barquinhos a remos e sair rumo à Afurada, ao Areinho, ver o pôr do sol no rio e no mar... e, por uma vez , deixar de ser uma Avó convencional.

sábado, 6 de agosto de 2011

Tempo de família

Os ingleses têm a expressão family quality time para definr aquelas horas, minutos ou dias dedicados à família, em que estamos presentes, ouvimos as crianças, não lemos jornais ou mails no laptop, brincamos com elas, damos-lhes atenção e carinho. Infelizmente os pais cada vez têm menos paciência para estar com os filhos e muitas vezes - não é o meu caso graças a Deus - empurram-nos para os Avós, tios ou amigos, de modo a poderem dedicar-se ao trabalho, mesmo em tempo de descanso.

Hoje fui com o meu flho , filha e netos à Foz, apenas por duas horas. Estava-se maravilhosamente na Praia da Luz, onde não costumo ir, por ser mais concorrida e demasiado perto da areia, vê-se o mar muito longe para meu gosto. A Praia dos Ingleses é mais interessante, pois me parece estar num barco,com as cordas mesmo junto ao mar, sobretudo quando a maré está cheia.
A escolha foi perfeita, pois enquanto nos sentávamos à mesa, os miudos saltaram para a areia e foram-se entretendo connosco a vigiar: apanharam pedrinhas, conchinhas,
jogaram beach ball, fizeram um castelo de pedregulhos, enfeitaram-no com algas grandes, correram, comeram meia tosta mista cada um e estiveram ali felizes durante aquele tempo.
Às tantas, saltei para a areia também e ali estive na brincadeira com o meu neto mais novo, que tem sido mais descurado por mim, por ter apenas dois anos
e estar muito apegado à Mãe. Fala imenso, ri-se com tudo e é um miudo encantador.
Assim se passou uma tarde simples e agradável, sem demasiado tempo a andar de automóvel,
que é uma coisa que não aprecio...os meninos vieram para casa mais bem dispostos e o pequenino quis que eu lhe desse a mão até à porta de sua casa. Fiquei feliz.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E o mar....lá tão longe....

Foi a saudade, a nostalgia ou a ausência que me levaram hoje quase inconscientemente a pegar no pincel e nestas cores, azuis, verdes, amarelos, brancos, claros escuros, e a pintar

uma mancha que tanto pode ser o mar, como outra coisa qualquer....

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nostalgia



.Já chegámos..mas ainda estou lá...abro a janela do meu quarto e só consigo ver azul infinito, ouvir vozes de crianças, pássaros cantadeiros...nada mais. O mar ficou, assim como as rochas amareladas, onde já pousámos os pés com ou sem sandálias, centenas de vezes. Ficaram as pocinhas cheias de mistério, onde se escondem milhares de seres , ondulam milhares de algas fininhas e multicolores, se cravam mexilhões e lapas empedernidas, como a que defender o seu território. Ficou o horizonte sem fim, que é o que mais falta me faz aqui, onde as árvores altas me escondem o céu e o mar.

Estou triste...o meu neto voltou a casa, um longo abraço uniu a Mãe ao filho mais velho, que já há 15 dias privava comigo todos os dias, brincava, ria, nadava, comia, andava, pintava, ouvia, perguntava ( sem fim) mil e umas coisas sobre a nossa casa e tudo o que o rodeava. Lia o seu Harry Potter e quase o acabou...

Só me disse : adorei, quando lhe perguntei se tinha gostado. Eu também. Adorei estar com ele e com o irmão por uns dias, adorei mostrar-lhes aquilo de que gosto, aquilo que sou, afinal, revelar-lhes um pouco mais do que os antecedeu, donde vêm e o que devem estimar e preservar.

A Praia da Luz é um local banal...se a olharmos como mais uma praia em Portugal. Mas tem um cunho muito especial independentemente de ser nossa a casa há precisamente 45 anos - faz no dia 6 de Agosto que atravessámos a ponte Salazar pela primeira vez e fomos pela estrada velha em direcção a Lagos.
É uma praia internacional, onde se tem a sensação de estar no estrangeiro...de tal modo é a presença de famílias inteiras que para lá vão, aí passam férias relaxadas, encontram-se, jogam à bola, passeiam na praia, enchem cafés e restaurantes. Também é o local escolhido por muitos para terminar as suas vidas, já que, aposentados, nada os prende à sua terra natal e o clima ºe excelente para velhos. Muitos eventos da vila estão relacionados com as vivencias destes britânicos, que até editam um jornal.

Não há quase portugueses em Julho. Este mês virão muitos mais, sobretudo para o Parque de Campismo Valverde que fica a 3km da praia se é que ainda existe, nem reparei. Desta vez fiquei-me mesmo pelo lado ocidental da vila e não saí, a não ser ontem.


Só para o ano voltarei....embora a casa no inverno tb seja agradável, com a lareira acesa...acredito que o espírito dos meus Pais paira por lá, vejo-os constantemente a sorrir.