Vamos com prazer para a praia, mesmo que seja em Março.
Hoje nem era preciso casaco, tive de o meter no saco, dobrei as calças até ao joelho, descalcei as botas, arregacei as mangas e , mesmo assim, estava calor intenso cá fora na varanda do meu querido café dos Ingleses. Com receio do sol todosos comensais se tinham abrigado debaixo dos guarda sois ou no café, onde as janelas panorâmicas deixavam avistar um mar imenso, com ondas altas, desdobrando-se umas sobre as outras e vindo morrer em branca espuma aos nossos pés.
Gosto daquela varanda porque tenho sempre a sensação de estar num navio, sós se vê uma nesga de areia e as rochas. A praia maior fica do outro lado. Hoje já havia alguns afoitos a molhar os pés ou mesmo um mergulho rápido. Quase não havia gaivotas, deviam estar abrigadas do calor em qualquer outro lado mais fresco. Cheirava a maresia quando cheguei, o que nem sempre acontece. É um cheiro a algas que me inebria. Li mais umas páginas de "pequenas Memórias" de Saramago,um livrinho muito interessante, que me está a agradar imenso pela ironia e facilidade com que descreve as suas pequenas façanhas da infância e adolescência.
Hoje ouvi Vivaldi, não muito alto para não abafar o barulho das ondas, que era tronitruante. Este compositor é sempre surpreendente para mim, agora que oiço o meu neto tocá-lo duma forma tão expressiva. Os concertos para flauta, oboé ou violino são lindíssimos e transmitem uma alegria íntima e serena.
fica aqui um excerto de La Notte, concerto para flauta dos que mais gosto. O meu filho tocava-o em tempos...que saudades.
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sábado, 10 de março de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
Primavera precoce
Temperaturas primaveris, sol radioso e quente, vento calmo, mar com ondas regulares, o ideal para se passarem momentos divinais na Foz.
Saó pelas 12.30, apanhei o autocarro quase logo - este ia vazio - e saí na Rua do Farol, que já me conhece dos fins de semana. Desci até à marginal, onde não se via quase ninguém. Deviam estar a almoçar, pois duas horas depois o café encheu-se. Ocupei uma das deck-chairs junto à rede e perdi-me em contemplação.
Tirei algumas fotos , poucas, desenhei durante um pedaço, olhei as ondas que se desdobravam de encontro à "minha rocha" sem grande violência , mas com muita espuma. Não havia navios à vista, nem surfistas...algumas gaivotas,poucas.Uma paz quase celestial...música do meu Ipod que variou entre Carlos Paredes, sempre vibrante, John Denver, o melhor cantor de música country que conheci e Joe Dassin, cujas canções me fazem chorar...
Não sei porque bambúrrio da sorte me é oferecido um dia assim, sem stress, sem telemóveis ( esqueci-me do dito cujo e foi uma benção), sem música pimba, sem horas...se mereço, não sei. Só sei que o aproveito até à última gota.
Venho embora quando o resto do pessoal está a vir. Passo pela confeitaria a comprar pão e bolo-rei, que vou comer ao chá...e ainda pelo chinês a trazer umas telas quadradas que só lá encontro.
Na paragem não há ninguém. O autocarro chega logo e nele só vão umas três pessoas. Ainda estou naquele modo meio zombie, não quero barulho, nem zangas,nem gritos, nem buzinas...quero continuar a viver o meu sábado como se não houvesse mais nada.
Saó pelas 12.30, apanhei o autocarro quase logo - este ia vazio - e saí na Rua do Farol, que já me conhece dos fins de semana. Desci até à marginal, onde não se via quase ninguém. Deviam estar a almoçar, pois duas horas depois o café encheu-se. Ocupei uma das deck-chairs junto à rede e perdi-me em contemplação.
Tirei algumas fotos , poucas, desenhei durante um pedaço, olhei as ondas que se desdobravam de encontro à "minha rocha" sem grande violência , mas com muita espuma. Não havia navios à vista, nem surfistas...algumas gaivotas,poucas.Uma paz quase celestial...música do meu Ipod que variou entre Carlos Paredes, sempre vibrante, John Denver, o melhor cantor de música country que conheci e Joe Dassin, cujas canções me fazem chorar...
Não sei porque bambúrrio da sorte me é oferecido um dia assim, sem stress, sem telemóveis ( esqueci-me do dito cujo e foi uma benção), sem música pimba, sem horas...se mereço, não sei. Só sei que o aproveito até à última gota.
Venho embora quando o resto do pessoal está a vir. Passo pela confeitaria a comprar pão e bolo-rei, que vou comer ao chá...e ainda pelo chinês a trazer umas telas quadradas que só lá encontro.
Na paragem não há ninguém. O autocarro chega logo e nele só vão umas três pessoas. Ainda estou naquele modo meio zombie, não quero barulho, nem zangas,nem gritos, nem buzinas...quero continuar a viver o meu sábado como se não houvesse mais nada.

sábado, 27 de agosto de 2011
Ainda o verão...e o mar
É tão bom sentir o calor do sol nestes dias assim.
Estive na praia dos Ingleses - cheia de turistas-
a gozar da luz e frescura da espuma e da nortada que já se fazia sentir. Levo sempre camisola para o que der e vier e hoje soube-me bem.
Não havia música exterior, apenas o estrepitar das ondas sobre o rochedo que faz daquela praia e daquela
Um senhor já entradote estava sentado numa rocha e deixava-se vergastar pelas ondas que entravam por uma nesga e formavam um jacuzzi natural. Estava divertidíssimo e não achava a água fria...pelos vistos. Muitas senhoras em bikini espanejavam-se deliciadas na areia, sem qualquer vergonha de mostrar a celulite.
Liberdade é a palavra que melhor associo a estas praias aqui do Norte....cada um faz o que quer, ninguém repara, todos estão felizes, não há gritos nem berros, o mar cala-os a todos.
sábado, 13 de agosto de 2011
O tempo no noooorte



Tardes de Agosto = preguiça, autocarros sem ninguém, alguns turistas, muito sossego. Uma saltada ao Chinês da Rua Senhora da Luz ( gosto imenso deste nome, não sei porquê, deve ser da palavra LUZ, que ilumina a rua toda:)) Lojas e lojinhas numa rua estreita com casinhas pitorescas da Foz. Abriu uma nova Boulangerie de Paris por ali. No Chinês comprei mais umas telas pequenas quadradas, gosto muito de pintar quadrinhos pequenos quase como se fossem aguarelas.

Começou a Liga de futebol e o Benfica empatou. Vi o jogo com o meu filho e vibrámos com o empate, mauzinhos que somos para o Glorioso, que os meus irmãos tanto amam. Oxalá o FCP ganhe e o campeonato comece já com vencedores do Nooorte!
sexta-feira, 29 de julho de 2011
E depois do sueste veio o oeste....e por fim a nortada
Pois foi.
O sueste assustou-se e não durou mais que um dia...com pena minha, que me estava a habituar às noites sem vento, ar cálido, cheiro a mar e barulho das ondas. Hoje parece que nada aconteceu.
De manhã estava sombrio, ameaçava chuva, o céu cinzento de chumbo e aquele je ne sais quoi de fim de férias, nostalgia, a pedir cházinho com scones...
Fui almoçar à praia com o meu neto e filha.
Estava-se bem...depois fomos a pé pela praia, mesmo na orla do mar em direcção à Rocha Negra, até onde se podia andar em seco. Estava maré cheia, é impossível passar pelas pedras por baixo das falésias...alem de se poder lá ficar retido até a maré baixar. Mais uma vez me curvei perante a maravilha geológica que está ali escondida e que muitas pessoas desconhecem...

Também observei os turistas que iam nos sofás amarrados aos
barcos para mais uma corridinha com ais e uis e splashs divertidos, crianças loiras a andar de baloiço,
figurinhas de filme inglês de outros tempos. O meu neto apanhou mais umas conchinhas e pedras para a sua colecção e ansiava por tomar banho, mas não o deixei , dado que tinha acabado de almoçar.
À tarde, o banho estava maravilhoso,já não havia grandes ondas, mas o meu neto andou maluco a fazer carrerinhas com a sua prancha durante uma hora.É inesgotável a energia duma criança, a alegria de conseguir o que é mais difícil, o divertimento de conquistar o mar e o prazer de estar ali comigo (a assistir em flashback à minha própria infância em Carcavelos, usando pneus como boias e deixando-me levar pelas ondas).
As férias estão quase a acabar...hoje resolvi pintar a prainha...
vista por mim...em guache.
O sueste assustou-se e não durou mais que um dia...com pena minha, que me estava a habituar às noites sem vento, ar cálido, cheiro a mar e barulho das ondas. Hoje parece que nada aconteceu.
De manhã estava sombrio, ameaçava chuva, o céu cinzento de chumbo e aquele je ne sais quoi de fim de férias, nostalgia, a pedir cházinho com scones...
Fui almoçar à praia com o meu neto e filha.

Também observei os turistas que iam nos sofás amarrados aos
À tarde, o banho estava maravilhoso,já não havia grandes ondas, mas o meu neto andou maluco a fazer carrerinhas com a sua prancha durante uma hora.É inesgotável a energia duma criança, a alegria de conseguir o que é mais difícil, o divertimento de conquistar o mar e o prazer de estar ali comigo (a assistir em flashback à minha própria infância em Carcavelos, usando pneus como boias e deixando-me levar pelas ondas).
As férias estão quase a acabar...hoje resolvi pintar a prainha...
quarta-feira, 27 de julho de 2011
E lá veio o sueste...como eu previa:)
O sueste é a fúria do mar aqui no sul...
O vento vira subitamente de norte para sul ou sueste...ontem já se supeitava pelo cheiro da maresia pouco habitual nestas paragens..
Gosto muito dos suestes aqui para variar do mar flat, transparente e límpido como o de ontem. Os banhos são fantásticos, com os fura- ondas deliciados, as pranchas a rolarem até à areia, os gritinhos histéricos dos miudos ou das ladies,
De manhã dedicámo-nos à pintura de que resultaram tres quadrinhos em guache - faute de mieux -. Aqui vão eles com a assinatura dos artistas.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
80.000 visitas
Em frente ao mar, descubro que atingimos as 80.000 visitas.
É comovente...um blogue que se iniciou há quase dois anos por amor à arte! Quem me dera poder ver as caras de todas as pessoas que aqui pousaram, que os textos leram, que comentaram e contribuíram para que esta planta se desenvolvesse cada vez mais.
A vida é bela, apesar de tudo.
Tenho muita sorte, estou aqui com os meus sobrinhos e filho mais novo, que chegou hoje, o céu está meio acizentado, mas a Luz fervilha com ingleses e famílias,
Obrigada a todos. Continuaremos enquanto houver conteúdos e boas notícias para dar....enquanto houver ARTE e artistas, enquanto houver pessoas curiosas e enquanto eu puder escrever-vos nem que sejam só duas linhas todos os dias. BEM HAJAM!
Se alguém quiser deixar aqui uma mensagem pela primeira vez, ficaria muito honrada e feliz. É sempre bom ter encontros no ciberespaço!
domingo, 20 de março de 2011
Último dia de inverno, primeiro de primavera...ou será que já é verão?
Dia espectacular....ameno, quente, sem vento, luminoso...uma daquelas ofertas que o Além nos presenteia todos os anos para compensar dos males da política, da mesquinhice, da pobreza cultural, do carácter pouco sério do povo , em geral, ou para elevar um pouco a nossa moral que anda de rastos.
Que dizer dum dia destes em que mais parece que os deuses desceram do Olimpo para nos agradar?
Fui para a Foz pelas 12. Apanhei o autocarro das 12.13 e já na paragem, aproveitei o calor de "estufa" para me consolar. Gosto desta paragem de autocarro com banquinho para nos sentarmos, em frente ao muro do Botãnico, contemplando as árvores, muitas delas ainda depenadas, outras, como os ciprestes, cameleiras e palmeiras, cheias de viço.
Na Praia dos Ingleses, havia apenas uma deck-chair,
mesmo à ponta em frente ao rochedo, que podem ver nas fotos, aquele que nos oferece espectáculo de graça sempre que a maré sobe e as ondas se arremessam contra o desgraçado sem dó , nem piedade.
Já há bastante tempo que as minhas idas não coincidiam com a hora da maré cheia, hoje foi em pleno. Estive lá até às 15.30, para presenciar mais uma grande exibição. É claro que tirei fotos desta feita com o I'Touch e a camara, para ver quais ficavam mais bonitas.
Li o Publico enquanto ali estava e na revista encontrei algo de insólito que me despertou a atenção : um conto escrito por 26 pessoas diferentes . Um escritor, Gonçalo M. Tavares iniciou-o e muitas pessoas colaboraram na redacção do mesmo. Já uma vez tinha visto algo parecido num site da BBC English e tinha aproveitado para colocar um excerto num dos meus manuais, incitando os alunos a escreverem mais um parágrafo ou dois. O resultado foi sempre interessante, pois o facto de não ser obrigatório acabar a história é, por vezes, mais aliciante.
O ambiente na esplanada não podia ser melhor, alguns turistas embevecidos a olhar para as ondas e com algum receio de que um tsunami viesse galgar a varanda do café e engulir-nos a todos. Mas nada demais, apenas salpicos e a boca salgada.
Vim para casa em 12 minutos num autocarro que chegou cheio de velhinhos à Foz e veio quase vazio até ao Lordelo. Pouco gastei e tive uma tarde em beleza. Laos Deo!
Fica aqui um poema de Sophia para celebrar este dia e o milagre do mar.
Que dizer dum dia destes em que mais parece que os deuses desceram do Olimpo para nos agradar?
Fui para a Foz pelas 12. Apanhei o autocarro das 12.13 e já na paragem, aproveitei o calor de "estufa" para me consolar. Gosto desta paragem de autocarro com banquinho para nos sentarmos, em frente ao muro do Botãnico, contemplando as árvores, muitas delas ainda depenadas, outras, como os ciprestes, cameleiras e palmeiras, cheias de viço.
Na Praia dos Ingleses, havia apenas uma deck-chair,
Li o Publico enquanto ali estava e na revista encontrei algo de insólito que me despertou a atenção : um conto escrito por 26 pessoas diferentes . Um escritor, Gonçalo M. Tavares iniciou-o e muitas pessoas colaboraram na redacção do mesmo. Já uma vez tinha visto algo parecido num site da BBC English e tinha aproveitado para colocar um excerto num dos meus manuais, incitando os alunos a escreverem mais um parágrafo ou dois. O resultado foi sempre interessante, pois o facto de não ser obrigatório acabar a história é, por vezes, mais aliciante.
O ambiente na esplanada não podia ser melhor, alguns turistas embevecidos a olhar para as ondas e com algum receio de que um tsunami viesse galgar a varanda do café e engulir-nos a todos. Mas nada demais, apenas salpicos e a boca salgada.
Vim para casa em 12 minutos num autocarro que chegou cheio de velhinhos à Foz e veio quase vazio até ao Lordelo. Pouco gastei e tive uma tarde em beleza. Laos Deo!
Fica aqui um poema de Sophia para celebrar este dia e o milagre do mar.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Os horizontes do mar
Passei três horas ao pé do mar, numa tarde que bem podemos agradecer aos deuses, pois não acredito que haja muitas assim em pleno inverno no resto da Europa.
Há dias vi um documentário na RTP chamado : A Vida por um Fio, era a odisseia dum paraquedista que cai no meio do oceano e consegue salvar-se pela sua persistência, coragem e vontade de viver. Não sei o que será estar dentro da água e ver a linha do horizonte de baixo para cima, não ter um ponto de referência, apenas a água sem fim. Lembro-me que o homem se agarrava a um tronco que lhe parecera um crocodilo, mas que durante algum tempo, o ajuda a aguentar-se à tona. As tantas descobre que o tronco em vez de o ajudar a encontrar terra, o leva cada vez mais para fora em direcção ao horizonte e com lágrimas nos olhos larga-o para se entregar à sua sorte.
O mar é lindo...nunca me canso de o olhar...já nem vale a pena levar livros para a Foz, prefiro a música e a contemplação pura...o sol na cara, a paz duma esplanada cheia, sem música, senão a minha.
As gaivotas é que têm sorte. Andam por ali, na areia, de vez em quando nadam à tona das ondas e depois elevam-se em voo ritmado nos ares. São polivalentes. Sempre as invejei.
Á volta, no autocarro, os mesmos velhinhos do costume, com bengalas ou sem elas, muito engelhados, caras franzidas, rostos cansados, estiveram a gozar o sol deste dia glorioso. A avenida do Brasil parece uma festa de S. João, cá em cima anda meio mundo, casais, crianças, jovens, velhos; na esplanada não dou por nada, embrenhada na música: as ondas fazem ainda mais ruído de fundo e na nossa frente não vemos mais nada senão a linha do horizonte, sempre ali...infinita.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Pedacinhos de mar


Um poema encontrado na net que va ao encontro dos meus pensamentos.
Te me acercas
contándome al oído milagros
de miles de leyendas
que quedaron entre tus aguas.
Me salpicas
con espumas inundadas de misterios
de otros tiempos y distancias,
con lamentos de promesas
que perdieron sus palabras
en tus bajamares intensos...
Y yo me acerco y te salpico
sabiéndome tan pequeño,
tan desconsoladamente chico,
tan solo entre mis gentes cotidianas,
que me apabullan tus mareas,
tus olas y tus resacas.
A veces me respondes...
Pero de continuo callas y resbalas
en las arenas de mi playa
que esperan impacientes tus respuestas.
Luis El Prieto - Cadiz - 2000
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
A importância da Visão
Não , não estou a falar da revista semanal, nem de nenhuma profecia, estou simplesmente a referir-me aos nossos olhos e à sua capacidade de abarcar o mar dum lado ao outro, o céu de baixo até cima, o desdobrar das ondas a cintilar ao sol, as pessoas
Fui a uma consulta de oftalmoogia na Clinica que fica mesma em frente ao mar, quase no Castelo do Queijo, um palacete restaurado, onde os exames à vista custam literalmente "os olhos da cara"! Já lá vou há mais de 20 anos, no início era no Bom Sucesso há uns anos mudou-se para a Foz.
Como cheguei um pouco cedo ao local - o autocarro levou 15m da minha casa lá - andei por ali a passear e e respirar a brisa marítima.
Aqui ficam as fotos que tirei hoje.
Os olhos vêem muito mais. Há que os proteger!
POEMA DOS OLHOS DA AMADA
Oh, minha amada
Que os olhos teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus
Oh, minha amada
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus
Oh, minha amada
Que olhos os teus
Se Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teus
Ah, minha amada
De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus
VINICIUS DE MORAIS
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