sábado, 24 de outubro de 2009

Lisboa - ida e volta



Hoje fui a Lisboa e voltei horas depois.

Cheguei lá às 12.30 e tencionava voltar pelas 17 horas, mas quando cheguei à estação depois duma correria de taxi, a fila era enorme e ouvi dizer que já não havia bilhetes para o comboio das 5. Mesmo assim continuei na porfia de arranjar um bilhete dda classe "conforto", mas o homem do guichet disse-me com ar enfadado: Minha senhora, quando se diz esgotado é porque não há lugares de espécie nenhuma. " OK, respondi eu , então dê-me um bilhete para o das 18." O homem ficou fulo: Também não há, estão todos esgotados." Fiquei em pânico , a pensar, como é que vou para o Porto agora.
Não me apetecia dormir em Lisboa. Ainda por cima tinha bilhetes para um concerto da Casa da Música que começava às 9 e em que uma pianista ia tocar um dos mais maravilhosos concertos de Mozart - K 466 ( o do Amadeus, que acompanha o seu enterro no cemitério austríaco, uma das cenas mais tristes que já vi em cinema).
Depois de muito pensar o homem voltou a falar: Há um combóio de reforço às 19.9. Se quiser, pode ir ainda hoje para o Porto. Disse-lhe logo que sim e comprei um bilhete da classe conforto de 39 euros (safa!) pois o resto estava cheio. Mas pensei: Adeus concerto!....

Durante duas horas deambulei na estação e no shopping Vasco da Gama. Podia ter ido ao Parque Expo, mas o tempo estava de chuva e não me apetecia andar a passear depois da consulta de uma hora a que me tinha submetido na clínica dentária. Estava cansada, desmoralizada e com vontade de chegar a casa.
Na estação dei com uma feira do livro muito gira e detive-me a ver livros e mais livros ao preço da chuva. É uma feira permanente. Grande ideia.
Como tinha a minha máquina fotográfica comigo, resolvi tirar fotos à estação, desta vez vista do lado do rio. Depois tirei outras dentro da estação, já com as luzes todas acesas. É interessante e menos fria do que durante o dia em que o betão parece querer cair sobre as nossas cabeças. Os passageiros parecem formigas a correr dum lado para o outro. E eu com todo o tempo do mundo.




Quando me meti no comboio, pus os auriculares nos ouvidos e até ao Porto ouvi música de toda a espécie. Comecei por Bach, depois Purcell, mudei para a Beth Gibbons, depois Dario Marianelli ( soudtrack do filme Atonement, um dos mais belos filmes que vi há dois anos), acabei no Mamma Mia para ver se espevitava. Talvez tenha dormitado pelo meio.
A viagem pareceu-me curta, apetecia-me ouvir mais música....:))

Quando cheguei a casa, fui informada pelo meu filho mais novo de que o meu neto de 6 anos tinha ido ao concerto com o meu bilhete e milagre dos milagres , tinha aguentado a Abertura Guilherme Tell, o concerto de Mozart e uma Sinfonia de Shostakovitch sem adormecer ( ele que se levantou ás 7 horas). Grande neto! E grande Mozart!

Aqui vão duas partes do concerto maravilhoso que eu perdi e o meu neto ganhou.
Maestro e pianista são dois em um... o famoso Gulda.





Não deixem de o ouvir porque é comovente e toca-nos profundamente.
Cliquem nas fotos que vale a pena.