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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Semana Santa - uma peça de música sacra todos os dias

Há quem já esteja a trabalhar...ouvem-se os autocarros para cima e para baixo, sinal de que é 2ª feira, dia de trabalho, numa semana que deveria ser Santa ( dedicada a Deus:)

Há quanto tempo não vivo a Páscoa dum modo cristão, como dantes!

Na minha adolescência, ia todos os dias da semana santa à missa nos Jerónimos, lia a Paixão nos Evangelhos, meu livro de cabeceira, comoviam-me as palavras de Jesus e até a atitude de Pedro, o apóstolo que o renegou. Para mim, tudo o que lia se tornava vivo, como se dum documentário se tratasse.
Sempre acreditei em Cristo e na sua mensagem, considero-o um Homem especial, como Gandhi, Mahomé e outros que deram e continuarão a dar a vida pela Fé.

Há muito que não acredito em Deus, como é representado pela Igreja.
Deve ser bom acreditar e lutar por aquilo em que se acredita.
Só acredito no Homem e na sua capacidade para fazer o Bem e o Mal, muitas vezes escolhendo o caminho mais fácil. Não acredito na Redenção após a morte. Se vier , será uma surpresa. Acredito que podemos lutar por um mundo melhor, criando o Bem à nossa volta, mas também penso em mim e na minha felicidade. Sou egoísta.

Na ausencia de prática religiosa, dedico-me a ouvir a música mais inspiradora desta época sacra.Enche-me de Paz e serenidade.

Fica aqui uma das Árias mais belas da Paixão Segundo S. Mateus de Bach, uma obra que me faria acreditar em Deus, se Ele existisse.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Casa da Música- O génio de SOKOLOV

Sempre tive uma ternura especial pela Casa da Música.

Ao princípio até considerava quase magia, como é que um meteorito tinha aterrado naquela praça
tão familiar para mim e continha tanto encanto.

Ouvir música ao vivo era quase uma memória do passado, embora tenha apoiado e ido a muitos concertos da antiga Regie Symphonie, no tempo em que eles tocavam em S. Bento da Vitória ou esporadicamente na Igreja da Lapa. Dei-me com vários músicos estrangeiros da orquestra e assisti ao seu último concerto na Foz Velha, antes de se tornarem Orquestra do Porto. Dava aulas de Inglês na Escola Profissional de Música, que durou poucos anos, e lá conheci alguns desses músicos, num ambiente fraternal e extremamente raro aqui no Porto. Uma das flautistas, australiana, foi professora e amiga do meu filho mais velho e ainda hoje ele visita-a na Bélgica, onde ela vive.
A Casa da Música deve ter parecido àqueles excelentes
instrumentistas uma dádiva caída do Céu, pois estavam habituados a tocar em locais diversos, sem ter uma sala condizente com a sua categoria.
Nunca esquecerei o primeiro concerto que ouvi na CdM. Tocaram a Sinfonia nº 2 de Mahler - Ressureição - com o Coro Gulbenkian e solistas excelentes. Comovi-me tanto com o evento que quando saí, telefonei ao meu filho que estava em Munique e desfiz-me em lágrimas de alegria. Tínhamos uma sala de concertos, linda de morrer, com 1400 lugares, uma acústica excepcional, bilhetes acessíveis, salas topo de gama e uma orquestra razoável. Tudo novo para mim.

Mal eu sabia que ali iria ouvir o pianista mais brilhante deste tempo, Grigory Sokolov, considerado o maior pianista vivo por muitos melómanos. Ouvi-o há dois anos e ouvi-o ontem, de novo, num concerto memorável que terminou com 7 encores, qual deles mais vibrante e sentido.

Sokolov não é deste mundo, quando se senta ao piano,
inclinado sobre as teclas, o mundo pára, o siêncio é absoluto e só se ouvem os sons multifacetados em catadupa, numa harmonia quase divina.
Era capaz de o ouvir durante uma noite inteira, o concerto durou três horas aproximadamente...e ninguém queria arredar pé, embora fosse Domingo e houvesse trabalho no dia seguinte. Rameau, Mozart, Brahms - tudo peças que desconhecia numa perfeição total.

Saí de lá mais rica e feliz, o meu filho também. Aprecio todos os momentos assim com ele, há uma grande cumplicidade entre nós. A música clássica sempre foi o elo mais forte que nos une.

Ficam aqui duas peças tocadas por este extra-terrestre musical, uma em recital, outra com orquestra. Os seus dedos não se apoiam nas teclas, flutuam...e o som sai por milagre.



sábado, 17 de março de 2012

Alfred Brendel , Claude Abbado e Beethoven

Oiço-os no MEZZO. 3º Concerto de Beethoven. Êxtase . Emoção. Harmonia. Sensibilidade. Sintonia perfeita.

Tantas vezes ouvi este concerto na minha casa da infãncia ou em casa dos meus avós, junto ao rádio sempre sintonizado para a Emissora 2, que o meu Avô adorava à falta de um gira-discos ou grafonola. Nunca os teve, embora fosse um amante incondicional dos grandes clássicos e românticos e das óperas italianas. Comecei a ir a concertos no Coliseu aos dez anos e era já com emoção que me deixava impregnar deste amor à música, sem a qual a minha vida seria tão mais cinzenta e ausente.

Os dedos percorrem as teclas e adivinho o som que vai sair, prevejo a tonalidade sonora, antecipo a pausa, deslizo com as escalas, embalo-me na orquestra e sob a batuta do maestro.

O ambiente é divinal. Brendel está velhinho,
os seus óculos tremem assim como o seu cabelo branco, mas os dedos não falham um trilo, um bemol ou sustenido. Tocar assim deve encher uma vida. E enriquecer a dos outros.

O Allegro salta como um adolescente aventureiro depois do adágio melancólico e pausado. Tudo vibra, os músicos seguem as notas que sabem de cor, tantas vezes já tocaram este concerto.
Brendel toca a cadenza, a orquestra espera ansiosa pelo remate final. Os sopros dão um ar da sua graça ou não fosse esta obra de Beethoven. Suspense , os violoncelos criam a expectativa em tom plangente, logo seguidos pelos violinos. Pizzicatos em surdina preparam a apoteose final.Abbado sorri, as trompetes sorriem também. E os clarinetes e as trompas....acompanham o sorriso dos dedos de Brendel. Perfeição no écran.

Fica aqui um video (com outros intérpretes) para comprovarem esta maravilha. Se Beethoven não tivesse vivido, o mundo da música seria menos surpreendente e nós muito mais pobres.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sonho em tons de pastel

Hoje tive pela primeira vez a imagem completa dum quadro na cabeça antes de me sentar para pintar. Ia ser tipo aguarela, em tons muito ténues, uma paisagem a perder de vista, verde e amarelada, com árvores tão pequenas que mal se distinguiriam no horizonte. O céu plúmbeo, mas suave.

Foi isto que eu "sonhei":

E música dos Radiohead, cuja letra é um libelo contra a cidade, a tensão e a vida em geral, o contraste perfeito desta paisagem.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A lareira e Saint Saens

Ontem resolvi acender a lareira só para mim.
Sentia-me bem em casa, já eram umas dez horas, não me apetecia ver nada na TV - estou cansada dos programas de informação que entrevistam sempre as mesmas pessoas , salvo raras excepções, aliadas ao governo ou ressabiadas por não terem sido convidadas para nenhum poleiro ou ainda duma oposição que se limita a repetir cassetes com mais 40 anos...novelas, confesso que não gosto de nenhuma, parece que retrogredimos 60 anos, tal a discrepância entre o que se vê e aquilo que acontece na real, gente violenta, que só pensa em vinganças, em assassínios camuflados dos seus familiares ( nem os Bórgias eram tão maus:)), maledicência, caricaturas mal amanhadas que não dão nenhuma vontade de rir, situações ridículas que me fazem corar de vergonha por ser portuguesa, nomes sonantes de famosos ( famosos em quê e porquê???), música pimba a granel, não há um programa que preste.
O que me salva às vezes é o MEZZO, sobretudo à tarde, e o Fox Crime que apresenta séries de casos judiciais com algum interesse e bem feitos. O resto é lixo puro e só quem não quer é que não se dedica a coisas mais interessantes.
Ontem acendi a lareira com facilidade pois os tarolos já estavam bem secos, as pinhas também e ainda tinha as acendalhas a ajudar. Rapidamente entrei naquele estado de nirvana, em que a visão das chamas na sua coreografia avermelhada e o ruído do crepitar e estalar são suficientes para esquecermos todos os males do mundo e acreditarmos numa felicidade à mão de semear.
A música também é um bálsamo. Desta vez foram dois concertos de Saint-Saens,
um compositor francês menos popular, talvez do que Beethoven ou Mozart, mas que é dum vigor e brilhantismo impares. Qualquer pianista que toque bem Saint-Saens encontrou a receita para o sucesso porque é música empolgante tocada ao vivo. Gosto dos cinco concertos para piano e ainda dos de violino e o de violoncelo, sem falar do Carnaval do Animais,
uma obra encantadora ou a Dansa Macabra, o Requiem, a Oratória de Natal, etc.etc.
Conceder-se a si próprio este manjar por uma ou duas horas permite-nos viver melhor e até mais longe.
O meu Avô costumava estender-se numa chaise longue junto ao rádio e, fechando os olhos, entregava-se ao prazer da música e do sossego. Viveu até aos 82 anos e mais viveria se não fora a sua loucura por viagens. Adoeceu em Vigo com uma pneumonia de que veio a falecer. Muito aprendi com ele...sobretudo a apreciar a paz.

Eis aqui um pedaço dum dos concertos para piano tocado pelo admirável Sokolov:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Missa de Haydn

O MEZZO enche-me as medidas sempre que ligo a Tv e escolho este canal, sobretudo à tarde. À noite, os programas são mais variados e há muitos programas de jazz e música do Mundo, de que não gosto tanto.

Hoje o programa é excepcional, um concerto fabuloso, gravado há muitos anos numa das Igrejas mais belas da Alemanha, em estilo rococo e barroco, numa exuberância de mármores e dourados velhos, estatuetas de santos e anjinhos papudos que nos enchem a vista e quase fazem uma orquestra inteira desaparecer no meio de tanta arte sacra. Nunca gostei muito de estilos pesados, gosto mais de igrejas romanas ou góticas ou mesmo modernas, mas para ouvir música barroca, não há dúvida de que este é o local ideal.

É isso mesmo que afirma o saudoso Leonard Bernstein antes de entrar em cena. Curiosamente e com certeza a pedido do mesmo, os espectadores não batem palmas à sua chegada, nem à orquestra, que se pôe de pé para o receber. A Missa começa com uma sobriedade intensamente espiritual.
Ouvir música assim é um bálsamo para o espírito.
Miguel Esteves Cardoso diz numa entrevista da RTP, apresentada no blogue Assim na Terra Como no Céu, que ler é essencial para preencher a solidão, quem lê nunca se sente só, seja o que for que leia.Concordo com ele, em parte, mas acho que já está desactualizado.
Muitas vezes, substituo a leitura pela música, ela enche-me as medidas, a toda a hora, faz com que veja e sinta as coisas com todos os meus sentidos, em êxtase, esquecida da fealdade que me rodeia, dos afectos que não recebo ou da saúde que me falha. Ela é insubstituível. O livro não.

sábado, 26 de novembro de 2011

Folhas de outono

Hoje já se podiam apanhar folhas de outono com sol. Há dias quis apanhar algumas, mas estavam demasiado húmidas e mesmo quebradas da água que impiedosamente caiu. Dois dias de sol é quanto basta para as folhas cairem e se quedarem ilesas no pavimento até que um transeunte ou animal as espezinhe, amachuque e destrua para sempre...beleza tão efémera que não dispenso.
Lembro-me de a minha Mãe se queixar de Lisboa, dizendo que havia demasiadas árvores de folha perene à volta e quase não se dava pelas mudanças de estações. Era uma queixa um pouco infundada, porque sempre vivemos rodeados de tílias, choupos, árvores de fruto no meio de pinheiros, eucaliptos e cedros, esses sim, de folha verde permanente.Mas é verdade que, quanto mais norte, mais caem as folhas e mais bonito é o outono...

Aqui não me posso queixar...aliás, a maior parte destas árvores à volta já estão despidas e entrevejo alguns prédios que preferiria não ver. A Casa Andresen tambem já voltou ao vermelhão, que considero um erro, pesado e triste, sobretudo no inverno.

Mas, como ia dizendo, hoje já se podiam apanhar folhas do chão e fi-lo ao vir do café. Pu-las debaixo duns livros pesados durante uma hora, foi suficiente para ficarem prensadas, sem perder as cores lindas do ácer, que ainda parece florido da minha varanda.

Resolvi colá-las em papel próprio para pintar em acrílico, usando o gel de impasto. Durante algumas horas assim estiveram presas ao papel, como borboletas que já não podem voar..
Depois pintei-as num fundo a condizer, mistura de azul prussiano ( sempre ele), amarelo de Nápoles e ocre. A colagem ficou praticamente pronta, só falta aplicar-lhe algum verniz.


E para acompanhar música eterna numa interpretação transcendente do ADAGIO TRIO:

sábado, 8 de outubro de 2011

A Foz , espaço de solidão e liberdade

Hoje o meu neto dormiu cá. Levantou-se pelas 9 e sem fazer barulho, foi para a sala e pôs-se a ler. Entretanto acordei , arranjei-lhe um pequeno almoço de maçã, flocos e um croissant pequenino, e voltei para a cama, pois tinha-me deitado pelas 2 horas e estava cheia de sono. As 10.30 acordou-me, dizendo que a Mãe o vinha buscar para ir a escola de violino. Fiquei com remorsos de ter dormido tanto.

Ontem tínhamos estado os dois a ver o empolgante Portugal- Islândia ( 5-3) e ele tinha-se abraçado a mim com uma ternura que me fez virem lágrimas aos olhos. Adoro este menino e ele retribui, embora não seja de grandes manifestações com outras pessoas. Não consigo dizer-lhe "Não", dou-lhe tudo o que pede ( é bem pouco), ofereceu-se para me ajudar a pendurar a roupa, é prestável, ternurento, aquilo que se pode chamar a criança ideal. Oxalá não se estrague, mas tenho tanto receio do futuro!

Hoje fui almoçar à Foz. Estava um pouco mais de vento, mas o sol era forte, de modo que estive sempre na varanda e até me bronzeei. As gaivotas andavam alvoroçadas, não sei porquê. Não levei a máquina, tirei as fotos com o Ipod .





O mar sempre belo e sempre bravo fazia um barulho embalador. Mesmo assim ouvi musica, desta vez árias de ópera escolhidas que tenho aqui no meu Ipod. Foi uma tarde linda.

Fica aqui uma das árias mais comoventes que conheço da ópera O Pescador de Pérolas de Bizet e de homenagem a Salvador Dali:

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Chopin

Já gostei mais deste compositor, que é eterno, talvez aquele que todos os melómanos consideram único no que se refere a música de piano. Não há pianista que não toque uma valsa, uma balada, um nocturno ou estudo. O garnde Sokolov, que ouvi aqui na Casa da Músca, tocou várias peças inolvidáveis.

O que noto ao ouvir programas no MEZZO, como agora,  é que há pianistas que tornam esta musica empolgante, romântica, comovente...outros que batucam as notas todas - e são tantas - sem alma, tornando as peças monótonas e vulgares. O performer é essencial em Chopin.

Qundo era pequena, lembro-me da minha Mãe tocar chopin depois do almoço, quando havia mais silêncio na casa. O sol entrava pela janela da sala, aberta para a varanda no verão, o ambiente era tão calmo e belo...recordo a grande valsa brilhante e os estudos. Subitamente, ela deixou de tocar piano, não sei quando foi, talvez estivesse cansada de nos ouvir matraquear durante as aulas ou talvez porque o piano foi irradiado para uma sala no r/c onde fazíamos as nossas brincadeiras e que dava directamente para o jardim. Nunca percebi porque é que ela não mais tocou.
Quando mudámos de casa em 71, o piano foi para o meu quarto e da minha irmã, que era a grande painista na altura, fez exames no Conservatório e era considerada a musical da família, sem nenhuma razão especial, quanto a mim. Todos nós gostávamos de música, ouvíamos da manhã atá á noite, íamos a concertos, óperas, etc.  O facto de não tocar não significa que se não aprecie música com alma.

Ainda agora vi um anúncio com o 2º andamento do concerto nº 23 de Mozart, que é excepcional, e que coloco aqui para se ver beleza, mesmo na publicidade.

Chopin é já um pouco História, passado, algo que me fica na memória....esta melodia de Mozart, que o meu Pai adorava, ainda me faz virem as lágrimas aos olhos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cidade mater

Fui hoje à minha terra....

Estava menos bonita que o habitual, muito seca e ensolarada, passei por zonas bem feias e que me fazem lembrar aqueles filmes neo-realistas portugueses, Zona J, por exemplo. Tenho pena de nunca ver a parte mais bonita da cidade. Mesmo o parque expo está menos resplandecente, tudo parece sequioso. A estação do Oriente continua a atrair e a repelir-me. Betão e mais betão....por baixo duma abóbada monumental e esplendida. Uma feira do livro apetitosa, apetecia-me sentar ali e folhear aqueles livros todos.
À vinda - o comboio atrasou-se uma hora pelo caminho -ouvi música lindíssima dum compositor português, que há muito amo: Rodrigo Leão. Costumava compor e tocar com os Madredeus, mas a sua música era por vezes ofuscada pela voz (que eu não apreciava muito) de Teresa Salgueiro. Quando começou a sua carreira a solo, gravou CDs de música instrumental excelente. É uma música diferente do faduncho ou canção pimba portuguesa, talvez um pouco repetitiva às vezes ou minimalista - faz lembrar os Wim Mertens, os Yann Tiersen, os Glass, embora esses colossos sejam mundialmente conhecidos e Rodrigo Leão não tanto.

Eis o que encontrei na Wikipedia sobre o compositor:

A solo começa a explorar a combinação das suas composições clássicas-modernas com formas de canção e instrumentação mais tradicional, com a presença de Lula Pena ou Adriana Calcanhotto, no CD Alma Mater e correspondente digressão. Entre os seus convidados constam-se ainda Sónia Tavares e Nuno Gonçalves dos The Gift, e Rui Reininho dos GNR, que participou na gravação do seu álbum ao vivo intitulado Pasión. Quer o disco Alma Mater quer o próprio músico receberam dois importantes títulos de reconhecimento público, o de Disco do Ano (Pémios DN+) e o de Artista do Ano (Prémios Blitz).

Em 2004 editou Cinema, considerado pelo editor da revista americana Billboard um dos melhores discos editados nesse ano. Neste trabalho participaram Beth Gibbons e Ryuichi Sakamoto, entre outros.

Em 2006 lança um olhar retrospectivo sobre a sua carreira com O Mundo [1993-2006], acrescentando seis canções inéditas.

Em 2007 compõe a banda sonora original da série documental Portugal, Um Retrato Social, dirigida por António Barreto para a RTP. Baseada nos 18 temas do disco, surge a digressão nacional Os Portugueses.

Em 2008-2009 divide com Sérgio Godinho a responsabilidade da banda sonora da série de televisão Equador, que contém temas originais e temas pertencentes a trabalhos anteriores (Alma Mater, O Mundo [1993-2006], Portugal, Um Retrato Social) ou a sair nesse ano (A Mãe).



Fica aqui um exemplo desta música que me embalou durante toda a viagem de volta ao Porto. Este excerto é mais internacional do que outras, mas eu gosto muito dela.

Fiquei deslumbrada com a cor do rio Douro, às seis da tarde do dia mais longo do ano. Esta cidade é linda.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Beethoven e o meu Avô



Em geral, quando se fala dos concertos de Beethoven, cingimo-nos aos de piano, do 1º ao 5º todos são muito populares, sobretudo os 3,4 e 5. Já gostei mais duns que outros, mas ouvi-los faz-me sempre go down memory lane, ou seja, voltar ao bau de memórias, à casa dos meus Avós , na Rua Vale do Pereiro em Lisboa.

O escritório do meu Avô era um pequeno mundo de coisas insólitas para mim, em criança. Tinha estantes escuras a toda a volta, estantes essas que ainda estão em casa da minha irmã, já bastante carcomidas.No meio dos livros havia de tudo, caveiras dos mais variados materiais e feitios, mas sempre com os dentes de fora e olhos metidos para dentro, assustadoras q.b., Mefistófeles com expressões maléficas e corninhos, um dos quais foi oferecido ao meu ex- pela minha Avó, esculturas de compositores clássicos trazidos religiosamente das suas viagens, recordações, postais e fotografias. Era um manancial dele, só dele. A secretária era uma delícia para o olhar, com lápis dos mais diversos tamanhos, muitos pequeninos, que ele aparava com uma faquinha especial, tinteiros e penas, com as quais escreveu alguns dos seus livros sobre História de Portugal, mata-borrões cor de rosa com pega de prata, facas de cortar papel, gavetas e gavetinhas, moedas, recortes dos jornais, etc. As lombadas dos livros eram muitas vezes feitas por ele e gravadas com tinta dourada. As fotografias a preto e branco eram pintadas a cores e as nossas carinhas levavam make-up que ele carinhosamente aplicava para que parecêssemos mais saudáveis:). Tinha também esculturas de crianças,por todo o lado; uma com a pauta do-re-mi-fa-sol que nós adorávamos.
E porquê falar de Beethoven neste contexto? Porque oiço o concerto de violino opus 61 interpretado maravilhosamente no Mezzo por um violinista que desconheço e percorro o caminho até aos meus dez anos, em 1956, quando os meus pais me levaram a um concerto pela primeira vez. Tocava o David Oistrack, um monstro do violino, russo, gordinho, com os dedos ágeis dum jovem. Sempre adorei este concerto que se inicia com o suave batuque do tambor.
O meu avô costumava deitar-se numa chaise longue forrada de veludo e cujos braços acabavam em forma de mãos. Escolhia a Emissora 2 e ouvia todos os concertos que transmitiam durante o dia - os que ele gostava e não considerava "palha".
Ouvi este e muitos outros concertos sentada ao colo dele ou então já na minha caminha, com a porta aberta, não muito longe do escritório. Beethoven era o seu compositor de eleição, a par de Verdi.

O violino é um instrumento lindíssimo. Estou a ver o meu neto a tocar daqui a uns anos um concerto destes. Deus queira.

É assim a evolução das gerações, o milagre das famílias e o que nos anima a viver o nosso dia-dia, com os anos a correr cada vez mais depressa.

E do concerto de violino - interceptado por uma chamada no skype do meu filho que está em San Francisco - passámos para a 5ª Sinfonia de Beethoven. E agora relembro as tardes em que eu tentava tocar o Andante no piano, simplificado, com o meu Avô a dirigi-lo com o braço, dando enfase aos FF - fortíssimos - para que a peça fosse tocada com expressão. Eu obedecia e vibrava.

E com esta oferta musical da TV....como aguentar os debates políticos e pensar em eleições? Não se pode votar em Beethoven, infelizmente.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pastoral

Cansada de vozes e de barulho político-financeiro, desanimada com o país e com os media em geral, sintonizo para o MEZZO e como dizem os ingleses, o que lá vejo " is music for my ears"...uma orquestra maravilhosa toca a Pastoral - 6ª Sinfonia - de Beethoven.

Música transcendente, evoca em mim sentimentos de paz, harmonia, beleza, natureza, vontade de viver. Do primeiro ao último acorde, fico suspensa num halo de luz, de bem-estar e felicidade espiritual.

O Homem não foi feito para falar, falar, falar.....mas para ouvir. Ouvir é essencial e se não ouvíssemos, não falaríamos.

Infelizmente a criança ouve, ouve, mas a partir do momento em que fala, deixa de querer ouvir, quer impor a sua fala e a sua vontade. Berra para se fazer ouvir. Verifiquei isto mesmo hoje com o meu neto mais novinho que tem dois anos e que fala pelos cotovelos, embora eu não o compreenda tão bem quanto gostaria...tive de ir experimentando não sei quantos extractos do Youtube até perceber qual dos desenhos animados é que ele queria ver....para além do Noddy que é a sua grande paixão. Felizmente, descobrimos umas canções infantis muito engraçadas e acabámos os dois por nos entender à maraviilha a ouvir a versão soft de Atirei um pau ao gato, que termina com uma quadra memorável em brasileiro: "Não atire o pau ao gato porque o gato é um animal e como animal, ele é seu igual" Concordo a 100%!

Os clarinetes e as flautas continuam a encher esta sala de brilho. Vem aí o terceiro andamento.... que descreve a tempestade no campo. Vejo daqui os campos verdes do Yorkshire, com os céus toldados, roxos, negros, a ameaçar chuva e lá longe a claridade da bonança que se seguirá à tempestade. Os sopros continuam animados, oboés, fagotes, trompas transmitem o dramatismo do temporal. Mas mesmo esse é de tal modo harmónico que não quebra a paz. O flautim expressa a alegria dos camponeses naquela atmosfera rural. E à trovoada, sucede de novo a claridade.

Como será possível não gostar desta música, não sentir nada ao ouvi-la, desconhecê-la?

Será que sou demasiado elitista e que exijo demais? Como é que a Escola ignora a Música nos dias de hoje? Nas minhas aulas ela tinha um papel fundamental porque sendo professora de lingua inglesa, tinha a possibilidade de a ouvir. Ainda me lembro dum episódio de Os Simpsons, em que a música de fundo era esta sinfonia - ela aparecia por oposição à violência dos desenhos animados que os miúdos viam. Usei o episódio para despoletar nos alunos o gosto por Beethoven e eles aderiram.

Bem aventurado MEZZO. Basta de FMIs, de paleio rotativo, de nuvens negras, de ameaças, de futuros apocalíticos. De tempestades sem bonança.

Recuso-me a aceitar tais perspectivas de futuro.

Como dizem os ingleses, e desculpem se os cito de novo: "Every cloud has a silver lining" . Todas as nuvens têm uma fímbria de prata.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Domingo à lareira

Sei que já estamos em Fevereiro e que não faz grande frio, mas hoje deu-me uma enorme vontade de acender a lareira.
Lá fora está uma tarde cinzenta e chuvosa, o meu filho dorme uma sesta a recompor-se de uma semana de "directas", com exames e trabalhos para apresentar todos os dias no CEJ. Veio ao Porto ao fim dum mês. Com ele vem a música country, as novas bandas, tão melodiosas e repousantes que me agradam plenamente, esquecida que estou do tempo em que ele ouvia rock no quarto e o meu ex- se preocupava imenso com a fase gótica, que atravessou.

Tudo passa, cheguei à conclusão de que não vale a pena dar grande importância aos adolescentes quando eles parecem não ter o mínimo interesse pela família e querem é que os deixem em paz. Este meu filho foi mais rebelde e , no entanto, é aquele que mais ligado está a mim, por ser o mais novo, por ter estado comigo sempre e eu com ele, mesmo quando foi para Braga estudar Filosofia, de que se arrependeu mais tarde, mudando para Direito.
Vem na sexta à noite, almoçamos junts no ´sabado, vai jantar com amigos, no domingo almoçar com o Pai, ouvimos música, brincamos sobre o facebook, lavo e passo-lhe as camisas, vemos futebol na TV quando o há , deitamo-nos as 2 da manhã e ... assim passa o tempo, um tempo que nos recompensa de muitas e muitas semanas de distância. Deus permita que seja sempre assim, que nada nos separe em termos afectivos, já que a vida vai necessariamente levá-lo para longe durante temporadas grandes. A vida de Juiz é dura e exclusiva, sei-o por experiência própria.

Ficam aqui duas bandas de que ele e eu gostamos muito: Alasdair Roberts, um cantor escocês que ainda agora tocou aqui na Casa da Música e Woven Hand, que já esteve em Lisboa:



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cisnes em movimento


Já aqui há tempos escrevi um post sobre o Lago dos Cisnes de Tchaikowsky e a influência que a sua música exerceu em mim quando criança. Vi várias vezes partes do bailado, em especial o Acto II, que é o mais lírico e romântico, aquele em que o Principe dança o Pas de Deux com a bela princesa Odete transformada em cisne por maldição dum feiticeiro.
Hoje fui ver " Cisne Negro" sozinha, como gosto, no Norte shopping, onde me fazem desconto do cartão ZON. Estavam umas dez pessoas na sala e do princípio ao fim, sentia-se o peso do silêncio , do suspense, do espanto e talvez algum horror. O filme é tudo menos aquilo que a música do compositor russo nos faria crer, é uma mistura de thriller e romance com uma enorme carga ou tensão psicológica e física. Natalie Portman desempenha um papel difícil - candidato a òscar de Melhor Actriz - e consegue passar duma beleza pura e ingénua à fealdade de alguém que se quer libertar dessa pureza para melhor poder interpretar o mal incarnado em Odile, a sensual irmã gémea de Odete e seduzir o Principe.

Há alturas em que sentimos na pele um certo mal estar, pois alucinação e realidade misturam-se no filme, deixando-nos numa penumbra inquietante e incerta. Sabemos que este não é filme americano, com happy end. Prevemos um fim trágico, como no bailado...mas não sabemos o que vai acontecer desde a primeira à última cena.

Há muito que não via um filme assim. Tem a intensidade que falta ao de Clint Eastwood, que fui ver há tempos. Tem o defeito talvez de se concentrar demasiado numa só personagem, mas como ela sofre evoluções constantes, não há monotonia nem pausas.

Vale a pena ver!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um serão com Chopin



É espantoso como a Música nos leva a recuar por vezes anos e anos, fazendo-nos regressar à infância e às doces recordações familiares...

O MEZZO ( mais uma vez) brindou-nos com duas horas de Chopin....piano tocado por dedos que mais parecem duendes dançando sobre as teclas,
numa alternância entre o tímido, o furibundo, o plangente, o revoltado, o romântico, o persistente, o entrelaçado e o suave...

Chopin é tudo, são teclas a falar.



Recordo a minha Mãe, a sala da nossa casa, a janela com as cortinas a esvoaçar, o piano encostado à parede, os seus dedos a dançar sobre as teclas. Era muito pequena, mas adorava sentar-me ao pé e ouvi-la tocar. Não o fazia todos os dias, só de vez em quando e por isso era tão saboroso.

Ouvi agora os Estudos, as Mazurkas, os Prelúdios, as Valsas, só faltam os Nocturnos para o serão ser completo. E feliz, embora nostálgico.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O sol

O sol é-me necessário como pão para a boca....ou melhor ainda mais do que o pão, pois em geral, como pouco pão no dia a dia e a ausência de sol causa-me depressão, fico triste e desinspirada.
Felizmente tenho uma sala que recebe sol desde as 10 da manhã até as 5 da tarde no inverno. No verão, como o sol é alto, praticamente só ilumina a sala por duas horas, o que é bom para não aquecer demais.
Estes dias de sol são maravilhosos, para mim, é o melhor que o nosso país tem e muitas vezes não sabemos apreciar. Acho que nestes dias, devíamos levar as crianças todas para a praia e cantar um hino ao sol em liberdade. É um crime ter as crianças fechadas numa escola durante oito horas, quando o sol resplandece sobre nós.

Nunca fui capaz de o pintar, mas gosto de algumas pinturas que tentam dar uma imagem do astro-rei.

Eis aqui algumas que encontrei na web:



Bursting sun

Jaison Cianelli









Pollard Willow with Setting Sun

Van Gogh

Para finalizar, vou colocar aqui uma das canções que mais me faz/fez vibrar desde os meus vinte anos quando vi o musical Hair pela primeira vez em Londres. Usei-o muitas vezes nas aulas e os meus alunos ficavam emocionados com as vozes e a letra da canção. Ainda hoje me vêm as lágrimas aos olhos ao ouvi-la.



LET THE SUNSHINE IN

We starve, look at one another, short of breath
Walking proudly in our winter coats
Wearing smells from laboratories
Facing a dying nation of moving paper fantasy
Listening for the new told lies
With supreme visions of lonely tunes
Somewhere, inside something there is a rush of
Greatness, who knows what stands in front of
Our lives, I fashion my future on films in space
Silence tells me secretly
Everything
Everything
Manchester, England, England
Manchester, England, England
Across the Atlantic Sea
And I'm a genius, genius
I believe in God
And I believe that God believes in Claude
That's me, that's me, that's me
We starve, look at one another, short of breath
Walking proudly in our winter coats
Wearing smells from laboratories
Facing a dying nation of moving paper fantasy
Listening for the new told lies
With supreme visions of lonely tunes



Singing our space songs on a spider web sitar
Life is around you and in you
Except for Timothy Leary, dearie
Let the sunshine, let the sunshine in


Hair

sábado, 20 de novembro de 2010

Tarde calma de outono



Lá fora chuvisca de vez em quando, mas quando as nuvens não estão muito espessas, abrem-se clareiras luminosas de uma cor dourada-prateada magníficas. As árvores saúdam esta luz benfazeja, brilhando em todas as suas gotículas. Uma imagem que se alia ao cheiro característico da humidade entranhada na natureza, só possível nestas épocas de invernia.

O meu neto assobia melodias várias enquanto constrói uma carro em LEGO, bem complexo, com peças minúsculas, que só com uma faca se conseguem separar. Fugiu do irmão mais novo, que não o deixa trabalhar em sossego. É um encanto estar aqui acompanhada desta criança, com os seus sete anos - segundo uma amiga minha é a idade do ouro - cheios de sonhos e auto confiança. Carinhoso, q.b. independente e meigo. Trata-me por Vovó, o que me comove.
Na cozinha, pinto e preparo um assado ao mesmo tempo. Vou-lhe fazer peixinhos da horta, a ver se ele come vagens ( diz que não gosta).
O meu quadro está um pouco gótico, mas hoje enveredei pelo roxo e lilás, cores de que que gosto muito. São invernias também.
Nos intervalos dos assobios, ponho a tocar os Improvisos de Schubert. Maria João Pires no seu melhor.

Quereria guardar estes momentos e metê-los num cofre para os abrir quando, já senil, não puder viver a 100% e os netos já forem grandes , estiverem ocupados e eu rodeada de estranhos. É uma imagem que me assusta.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Brahms e tricot

Não estou melhor da vista, continuo a ver tudo meio turvo e a pupila continua dilatada, a luz parece sempre demasiado forte. Estou preocupada, de modo que não fui ao atelier, o cheiro do óleo dá-me mal estar e não me apetece conversar...
Fiquei mais uma vez em casa e descobri - maravilha das maravilhas que havia um concerto completo da Orquestra Sinfónica de Israel pra comemorar os seus 70 anos. Os solistas são a nata da nata: Zubin Mehta, Pinkas Zuckerman e Daniel Baremboim, todos judeus e nomes grandes do panorama musical das últimas décadas. O programa quase só dedicado a Brahms, inclui o Concerto para Violino e o nº 1 para piano e a Valsinha de Ravel, para variar do Brahms. Quase duas horas de extase para quem gosta de românticos.
A realização é espectacular, acompanhamos os instrumentistas um a um, o som do meu plasma é divinal e eis-me rendida mais uma vez à música...e ao tricot. Ando já a fazer umas peças para dar no Natal, mas não posso dizer a quem :)).
Quando era mais jovem e tinha de estar em casa por causa dos filhos, tricotar era um bálsamo para a alma. Agora por causa das costas, evito fazê-lo, mas há alturas em que cedo à tentação. Aprendi com a minha Mãe, que fazia tricot sem pendurar a lã ao pescoço e usava agulhas sem barbela...é assim que eu faço...já fiz camisolas, coletes, casacos, pulovers para a família inteira , roupas para as Nancys e Barbies de sobrinhos e filhos, adoro tricotar. Até o ensinei à minha empregada há uns anos atrás já que a minha filha não tinha grande apetência para isso. Criar uma obra, seja ela qual for é sempre um bom tempero para a alma.

Fica aqui um extracto do Concerto que hoje ouvi:

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viajando pela nossa terra


Hoje tive de me deslocar a Lisboa. Fui e vim no espaço de 7 horas, o que é quase incrível.
Mas deu para contemplar e ouvir música, momentos inegualáveis de prazer que não dispenso.



As fotos falam por si....e a música que escolhi também.

Esta é uma das peças que ouvi no comboio e que me levou ao passado, aos dias em que o meu filho tocava esta peça na sua flauta, em concertos, acompanhado duma amiga de longa data...a Dança dos Espíritos de Gluck.. É uma música duma tristeza infinita mas de uma beleza ímpar. As duas meninas prometem.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E nem de propósito

Ao serão, buscando alternativas à maldita TV e suas notícias aterradoras, encontrei uma pérola no YouTube. Sem palavras.



Vejam, oiçam e acreditem que ainda há coisas lindas neste mundo!

Um óptimo fim do dia.