É um dia aberto para todos, desde os "avozes", como diz o meu neto André até aos bébés, que nas suas cadeirinhas se encantam com os balões amarelos que todos os meninos fazem baloiçar. De vez em quando lá vai um pelo ar , segundo meu neto Daniel, para se encontrar "com as estrelas". Poético e prémio de consolação pela perda.
Não estava com grande vontade de me misturar com tanto povo, Serralves representa para mim um lugar quase mítico, um parque demasiado valioso para ser pisado por tantos ao mesmo tempo. Mesmo quando não existia o Museu de Arte Moderna, adorava ir lá lanchar por baixo das glicíneas, na Casa de Chá que dá para o campo de ténis. As árvores centenárias em alameda são percursos sagrados, onde todo o barulho de vozes, risos, gritos ou choros me incomodam.
Mas ontem rendi-me à evidência: Serralves é mesmo popular e já não é possível escondê-lo. Os Domingos passaram a ser grátis, os dias da FESTA em Junho são um convite para as famílias se encontrarem e partilharem a sua prole com a dos outros.
Pelo meio, conseguem-se ouvir maravilhas como a Big Band do Hot Club de Portugal, uma orquestra já com 60 anos, uma das mais consagradas do país inteiro.O meu filho e netos sentaram-se na relva, eu consegui uma cadeira o que foi óptimo pois pude colocar-me na primeira fila onde se ouvia e via tudo.
Foi o meu neto quem tirou as fotos do balão e da banda:
Por fim dei por bem empregue estas duas horas passadas no meio duma multidão de gente. Às vezes, é bom partilhar. E comer um hot dog cheio de mostarda :)