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domingo, 25 de março de 2012

O primeiro concerto de Beethoven

Depois duma curta brincadeira no pátio da minha casa com a nova coqueluche dos miúdos - os populares Bey-Blades, espécie de piões que giram dentro duma pista tipo alguidar e travam lutas entre si até um parar, voltei a casa e sintonizei o BRAVA HD, novo canal de Musica Clássica.

Maravilha. KISSIN no seu melhor. Mais velho, com a cabeleira ainda mais alta ( tipo toucado do Nicolau Tolentino, lembram-se?), todo vestido de branco, com o seu "blackitie", tocando o primeiro concerto de Beethoven, o mais mozartiano dos seus concertos, mas já com muita da garra beethoveniana.

Sentimento, subtileza e clareza, mas não a magia do meu querido Sokolov. Este menino bonito, que foi considerado um génio em criança, já não nos faz parar como dantes. Reconheço-lhe talento, quem sou eu , afinal , para pôr em causa a sua genialidade? As notas saem alegres, vivaças, ritmadas, mas não tão leves como eu desejaria.
Também pode acontecer que isso se deva à gravação, que, na TV nunca é tão boa.

Este concerto é electrizante, duma jovialidade excepcional, faz-me lembrar alguns de Saint-Saens, com leitmotifs pujantes, sopros intervenientes, contracenando com o piano, numa troca de mimos vibrante.

O meu neto entrou hoje num concurso de piano em Vila Praia de Ancora e ganhou o prémio de interpretação, o que me orgulha muito. Não é um Kissin, a sua especialidade é o violino, mas o que sei é que ele pôe sentimento em tudo o que faz e isso é o mais importante. Os seus pianíssimos e fortissimos destacam-se, a virtuosidade já se nota desde pequeno.

A orquestra entusiasma-se neste final do 3º andamento. Os dedos de Kissin deslizam, cavalgam, saltitam ao ritmo dos violinos e clarinetes. Briilhante. Aplausos e Bravos estrondosos. Bendita BRAVA HD, que me permite estar numa sala de concertos sem sair de casa.

Instado pelas ovações, Kissin senta-se de novo e toca um Nocturno de Chopin. Lindo.

Como gostaria de ter a minha Mãe aqui junto a mim.Passam por mim névoas de memórias caladas , mas não adormecidas, momentos sublimes em família, ouvindo Chopin, as cortinas da janela estremecendo ao som e vibração do piano, a calmaria das tardes na nossa grande casa, onde se respeitavam estas horas de recolhimento e sossego espiritual.

Perante a insistência do publico entusiasmado, Kissin toca agora a Valsa Brilhante de Chopin.
Ó minha Mãe, vejo-a a si, sentada ao piano, desculpando-se por qualquer falha e pela falta de domínio das teclas insubordinadas...nostalgia da infância, gratidão e emoção, tudo junto. A certeza de que enquanto viver, nunca hei-de esquecer.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Domingo animado

Hoje resolvi sair depois de cinco dias em casa, pouco capaz de enfrentar a rua, o barulho e a comida de café. Andei muito mal, fruto de algo que comi e foi intoxicante. Já não sabia o que era ter febre há anos e tive-a alta. Felizmente a auto-medicação sem antibióticos foi suficiente e estou como nova, até emagreci 2kg , o que me deixa bem satisfeita. Do mal o menos...
Fui ao shopping Cidade do Porto, que estava animadíssimo.
Muitas pessoas almoçavam na Livraria Leitura, donde se prova que os livros associados aos bonbons da Arcádia constituem um prazer a disfrutar. Pena que os livros estejam carísssimos e muitos não passem de histórias banais camufladas ou exploração de assuntos mediáticos como a Casa Pia e outros.
Presa em casa, tenho-me entretido a ler o acordão relativo a este caso e fico abismada como é que se permitem mega-processos destes que envolvem centenas de testemunhas, de peritagens, exames, visitas a locais, sessões de julgamento, milhares de documentos, folhas e folhas de matéria prima, onde se tenta explicar o que se passou (?). As pessoas que tiveram de organizar esta "via sacra", dedicaram-lhe seis anos de trabalho esforçado, nem sempre compreendido. E ficam muitas dúvidas que importava resolver. Um caso dramático, que tem abalado a opinião pública, mas que terá de acabar, mais tarde ou mais cedo. Vivi a 5m a pé da Casa Pia durante 20 anos, passei por lá centenas de vezes,
via o edifício da minha casa, nunca pensei que tanta monstruosidade se pudesse esconder dentro daqueles muros.

Fim de tarde com os netos, três, cada um com as suas exigências e idiossincrasias, juntos uns castiços. Cansam-me , mas adoro-os, revejo em cada pequenino o irmão mais velho que já cresceu.Descobrem com deslumbramento brinquedos que já foram surpreendentes para os outros. Não se cansam de brincar, montar legos complicados,
desenhar...e hoje só houve TV no quarto de hora final. Laos Deo.

Fim de Domingo a jantar um dos pratos favoritos do meu filho ( rosbife) e a ver futebol. O FCP está de novo no topo. Há dias felizes!:)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Tarde de sábado



É raro passar as tardes de sábado com os meus netos, pois são raros os momentos que eles têm para estar com os Pais e sempre achei que deveriam fazer algo em conjunto. Muitas vezes os mais velhos têm festinhas de anos ou outros eventos, vão ao cinema ou ao Palácio, recebem amigos e primos.
Hoje felizmente, tive-os só para mim até agora foi,
segundo o meu neto mais velho, maravilhoso. "Adorei Vóvó" diz tudo.
Este meu neto sabe-a toda e conquista-me facilmente. O segundo também estava entusiasmado com a ideia de irmos até ao "apartamento" ( departamento de Ciencias), onde ele tem a sua "oficina", com pedrinhas, paus, trevos em tufos e agora até cogumelos. Estava intrigado como é que em poucos dias os trevos tinham inundado o chão. Mostrei-lhe a raíz e expliquei-lhe que com a chuva tudo medra.
O jardim é lindo e costumávamos ir lá apanhar pinhas para a minha lareira. Agora já não há quase pinhas nenhumas, de modo que depois duma voltinha, fomos para o Botânico,
que fica ali ao lado. Estivémos lá uma hora a apanhar pinhas, a andar sobre troncos cortados e deixados como esculturas, a subir bem alto às árvores, a jogar jogos tradicionais, a lanchar, etc.

O tempo foi passando como se estivéramos no campo.
O mais pequenino delira com os paus, as pedrinhas, as árvores, é um miúdo virado para a Natureza e sente-se feliz nos espaços grandes.
O mais velho de vez em quando suspirava, mas alinhava em todas as brincadeiras que organizei: correr no labirinto, jogo de lenço ( que se passou a chamar jogo do ramo), escondidinhas, apanhada, etc. Voltei aos meus tempo de criança, muitos jogos fazem parte da minha infância e, como éramos muitos, nunca havia momentos de solidão.
Tirei algumas fotos diferentes do Botânico, que sempre me encanta.

Finalmente descobri o novo busto de Sophia Mello Breyner,
inaugurado a 6 de Novembro dia do seu aniversário, num dos jardins, um pouco escondido e sem grande beleza. Mas, pronto está ali, a lembrar que ela existiu e por ali deixou a sua pégada de criança feliz.

Em sua homenagem, aqui fica um poema

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pintei o outono

Ontem, inspirada talvez pelo aniversário do meu filho, pintei grande parte da manhã, ºara além de fazer os meus exercícios de ginástica caseiros.

À tarde, os meus netos vieram para cá e aqui estiveram até as 7, montando Legos, jogando jogos de computador, fazendo panquecas para o lanche e vendo o Disney Channel. Foi um Domingo em beleza. Estão crescidos, já sabem fazer coisas e não precisam de grande ajuda, apenas pontualmente...o carinho que demonstram por mim - mesmo o mais rebelde e teimosinho - enche-me de alegria...
À noite, fui jantar a solo com o meu filho. Fomos comer uma fondue à Foz. Só estivémos juntos umas duas horas....mas valeu a pena. Estivémos ambos a comemorar o dia, o momento em que ele nasceu... em condições difíceis.

Eis o quadro. A foto alterou um pouco as cores que são mais harmoniosas. A minha camara está com pouca bateria. Chamei-lhe 13 de Novembro.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O outono...sempre belo

Anteontem o meu neto veio dormir a minha casa e tê-lo aconchegadinho na cama, adormecido e feliz é um dos prazeres que mais me conforta. Viver só é bom, habituei-me rapidamente à liberdade, mas poder escolher a companhia é um luxo.
Não gosto de obrigações, adoro propor, sugerir e acolher quem e quando me apetece. Não dou festas, nem sequer jantares de amigos, pouco cozinho para a família - embora cozinhe bem, na minha modesta opinião - vou a casa dos meus filhos para o Natal e aniversários ou ao restaurante para festejar algum êxito dos meus.Mas de vez em quando, adoro receber em minha casa as pessoas de quem gosto.

Estar com o meu neto mais velho é o melhor de tudo. Ele sente um enorme carinho por mim, que não é igual ao dos irmãos mais novos, ainda demasiado dependentes dos Pais. Sempre houve grande cumplicidade entre nós, desde que esteve no infantário da minha Escola e eu o trazia para minha casa aos 2 anos. Era já nessa altura, uma criança inteligente e doce, adormecia na cadeirinha quando íamos até à Boavista,
brincava por ali, limpava os bancos cheios de pó com lencinhos de papel, corria atrás dos pombos, dava-lhes pãozinho, eu sentia-me mais nova....e era efectivamente mais jovem.

Ontem, depois de ver um pouco de TV, fomos para o Jardim Botânico, por escolha dele. Cada folha, cada árvore, cada flor que vemos juntos, cada momento
vivido ali se torna belo. Sou uma privilegiada.Aquelas pedras tem a nossa impressão digital.
Tirei fotos diferentes...já outonais
...com as cores desta estação do ano, de que tanto gosto. É bom viver.

sábado, 8 de outubro de 2011

A Foz , espaço de solidão e liberdade

Hoje o meu neto dormiu cá. Levantou-se pelas 9 e sem fazer barulho, foi para a sala e pôs-se a ler. Entretanto acordei , arranjei-lhe um pequeno almoço de maçã, flocos e um croissant pequenino, e voltei para a cama, pois tinha-me deitado pelas 2 horas e estava cheia de sono. As 10.30 acordou-me, dizendo que a Mãe o vinha buscar para ir a escola de violino. Fiquei com remorsos de ter dormido tanto.

Ontem tínhamos estado os dois a ver o empolgante Portugal- Islândia ( 5-3) e ele tinha-se abraçado a mim com uma ternura que me fez virem lágrimas aos olhos. Adoro este menino e ele retribui, embora não seja de grandes manifestações com outras pessoas. Não consigo dizer-lhe "Não", dou-lhe tudo o que pede ( é bem pouco), ofereceu-se para me ajudar a pendurar a roupa, é prestável, ternurento, aquilo que se pode chamar a criança ideal. Oxalá não se estrague, mas tenho tanto receio do futuro!

Hoje fui almoçar à Foz. Estava um pouco mais de vento, mas o sol era forte, de modo que estive sempre na varanda e até me bronzeei. As gaivotas andavam alvoroçadas, não sei porquê. Não levei a máquina, tirei as fotos com o Ipod .





O mar sempre belo e sempre bravo fazia um barulho embalador. Mesmo assim ouvi musica, desta vez árias de ópera escolhidas que tenho aqui no meu Ipod. Foi uma tarde linda.

Fica aqui uma das árias mais comoventes que conheço da ópera O Pescador de Pérolas de Bizet e de homenagem a Salvador Dali:

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dia de S. Bartolomeu


Dizem que anda o diabo à solta....mas aqui não bule uma folha, está um dia esplendoroso, com sol pleno e calor relativo. Não me apeteceu sair, tinha marcado ir ao Solinca para uma limpeza de pele oferecida por eles e não me apeteceu cuidar da cosmética, não é actividade que me atraia. Para aqui estou calmamente, a passar a tarde em casa, já tratei de roupas, já lavei tampos de cadeiras, já aspirei a sala, agora descanso junto a meu filho que lê o jornal.

Ontem fui com a minha filha e  os meus netos à Feira do Artesanato na Foz. A Feira dura uma semana e todos os dias há vários eventos, desde o desfile de fatos de papel, até bombos, bandas, procissão etc. Não sou grande apreciadora dessas cerimónias, mas gosto da feira, onde se pode ver toda a espécie de trabalhos de mãos, feitos pelos artesãos, alguns já velhotes, mas sempre a trabalhar nas vergas, nas cerâmicas e até na gastronomia, nas farturas , no leitão ou nos queijos de ovelha.
Os meus netos deliraram com um insuflado gigante, onde saltavam crianças de todos os tamanhos, descalços e felizes...apeteceu-me loucamente ir para ali saltar também e sentei-me num banco a acompanhar os baloiçar dos corpos, os risos e a felicidade dos miúdos. Quase nem vi o resto da feira tal era a alegria deles! Trouxe para casa farturas , ovos moles, pão de lenha, queijo da serra, leitão com batatas fritas...fizémos um jantar de truz! O meu neto mais novo que não gosta de doces - felizardo! - comeu um rissol de leitão e disse que estava divinal:))
O sítio é lindo e as margens do Douro estavam convidativas. Só me apetecia pegar num daqueles barquinhos a remos e sair rumo à Afurada, ao Areinho, ver o pôr do sol no rio e no mar... e, por uma vez , deixar de ser uma Avó convencional.

domingo, 21 de agosto de 2011

No ninho

Os meus netos voltaram hoje ao ninho e, como sempre, estranhei o barulho, algazarra, turbulência que eles obviamente causam, ou não fossem crianças. Causa-me espanto como é que dantes, suportava tão bem o barulho em casa, eu que também tinha três e eram vivaços, como estes; em geral, aguentava-os bem, mesmo depois de dar cinco aulas consecutivas à tarde. Ou então, já me esqueci dos berros  e das dores de cabeça ao fim do dia. O que vale é que nossa memória é selectiva e muitas vezes esquecemos o que foi horrivel para só lembrar o melhor. Gostei mesmo de estar com eles, embora não conseguisse dar muita atençao aos três. O mais velho ficou a ver o futebol e jantou cá. Senti o seu afecto e calor no abraço que me deu. É o meu neto querido e que me faz mais falta quando ausente.

A vinda deles hoje foi como a trovoada, que finalmente caiu sobre a cidade, mansa, mas benéfica, pois o ar ficou mais leve, o horizonte abriu-se, o sol pálido resurgiu e as plantas do botânico ergueram osbraços em louvor ao Criador. Hoje tudo estava brilhante, luzidio, fresco ...como as minhas pinturas antes de secarem. O ribombar dos trovões nem sempre é prenúncio de catástrofe!

 Foi um Domingo sem história...mas com muita companhia.

Poderia eu viver sem netos.....? Poder, podia, mas não era mesma coisa!

De novo no ninho

Os meus netos voltaram hoje ao ninho e , como sempre, estranhei o barulho, algazarra, turbulência que eles obviamente causam, ou não fossem crianças. Causa-me espanto como é que dantes, suportava tão bem o barulho em casa, eu que também tinha três e eram vivaços, como estes; em geral, aguentava-os bem, mesmo depois de dar cinco aulas consecutivas à tarde. Ou então, já me esqueci dos berros que dava e das dores de cabeça ao fim do dia. O que vale é que nossa memória é selectiva e muitas vezes esquecemos o que foi horrivel para só lembrar o melhor.

'E como a trovoada, que hoje finalmente caiu sobre a cidade, mansamente, mas benéfica, pois o ar ficou mais leve, o horizonte abriu-se, o sol pálido resurgiu e as plantas do botânico ergueram os braços em louvor ao Criador. Hoje tudo estava brilhante, luzidio, fresco ...como as minhas pinturas antes de secarem.

Foi um Domingo sem história...mas com companhia. Poderia eu viver sem netos.....? Poder, podia, mas não era mesma coisa!

sábado, 6 de agosto de 2011

Tempo de família

Os ingleses têm a expressão family quality time para definr aquelas horas, minutos ou dias dedicados à família, em que estamos presentes, ouvimos as crianças, não lemos jornais ou mails no laptop, brincamos com elas, damos-lhes atenção e carinho. Infelizmente os pais cada vez têm menos paciência para estar com os filhos e muitas vezes - não é o meu caso graças a Deus - empurram-nos para os Avós, tios ou amigos, de modo a poderem dedicar-se ao trabalho, mesmo em tempo de descanso.

Hoje fui com o meu flho , filha e netos à Foz, apenas por duas horas. Estava-se maravilhosamente na Praia da Luz, onde não costumo ir, por ser mais concorrida e demasiado perto da areia, vê-se o mar muito longe para meu gosto. A Praia dos Ingleses é mais interessante, pois me parece estar num barco,com as cordas mesmo junto ao mar, sobretudo quando a maré está cheia.
A escolha foi perfeita, pois enquanto nos sentávamos à mesa, os miudos saltaram para a areia e foram-se entretendo connosco a vigiar: apanharam pedrinhas, conchinhas,
jogaram beach ball, fizeram um castelo de pedregulhos, enfeitaram-no com algas grandes, correram, comeram meia tosta mista cada um e estiveram ali felizes durante aquele tempo.
Às tantas, saltei para a areia também e ali estive na brincadeira com o meu neto mais novo, que tem sido mais descurado por mim, por ter apenas dois anos
e estar muito apegado à Mãe. Fala imenso, ri-se com tudo e é um miudo encantador.
Assim se passou uma tarde simples e agradável, sem demasiado tempo a andar de automóvel,
que é uma coisa que não aprecio...os meninos vieram para casa mais bem dispostos e o pequenino quis que eu lhe desse a mão até à porta de sua casa. Fiquei feliz.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Angéle et Tony

Um filme francês.
Típico nas sua estrutura, ausência de informação prévia, factos lineares, histórias que se cruzam sem se saber bem como , nem porquê, personagens muito humanas interpretadas magnificamente por actores para nós quase anónimos, mas bem conhecidos do público francês. Um ambiente de mar e costa, uma vila piscatória na Normandia

com os problemas próprios do local e da actividade da pesca, manietada pelas leis da UE. Tudo muito lento, mas com densidade suficiente para não nos maçar demssiado...música de fundo muito sugestiva e repousante. Drama q.b.


Tarde bem passada com a minha filha que recebeu resultados muito satisfatórios dum trabalho que fez no mestrado sobre o ensino de gramática a estrangeiros. Estava feliz e fomos comemorar.

Arrábida shopping às moscas, cheio de lojas que não me atraem minimamente. De que vivem estas lojas e aqueles que lá trabalham?

Entrei num hipermercado após anos de jejum.
Detesto continentes, jumbos, carrefours e quejandos. Não encontro nada do que quero, perco-me e esqueço-me do que realmente preciso:) Desta feita eram cabides para pendurar as oito camisas do meu filho mais novo acabadas de lavar e passar. Não precisava mais nada, mas acabei por comprar copos, uma almofada, gel de banho, tira-gorduras, lubrificante para as dobradiças, um sabonete, etc.etc. É sempre assim quando entro num hiper....mais vale não ir lá!

Netos ao fim da tarde, mais amigos do Panda do que da Avó ( como eu digo....), meiguinhos, mas já distantes daquela intimidade que tínhemos no Algarve...já se passaram seis dias, em que mal os vi. É assim a vida e há que aceitar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nostalgia



.Já chegámos..mas ainda estou lá...abro a janela do meu quarto e só consigo ver azul infinito, ouvir vozes de crianças, pássaros cantadeiros...nada mais. O mar ficou, assim como as rochas amareladas, onde já pousámos os pés com ou sem sandálias, centenas de vezes. Ficaram as pocinhas cheias de mistério, onde se escondem milhares de seres , ondulam milhares de algas fininhas e multicolores, se cravam mexilhões e lapas empedernidas, como a que defender o seu território. Ficou o horizonte sem fim, que é o que mais falta me faz aqui, onde as árvores altas me escondem o céu e o mar.

Estou triste...o meu neto voltou a casa, um longo abraço uniu a Mãe ao filho mais velho, que já há 15 dias privava comigo todos os dias, brincava, ria, nadava, comia, andava, pintava, ouvia, perguntava ( sem fim) mil e umas coisas sobre a nossa casa e tudo o que o rodeava. Lia o seu Harry Potter e quase o acabou...

Só me disse : adorei, quando lhe perguntei se tinha gostado. Eu também. Adorei estar com ele e com o irmão por uns dias, adorei mostrar-lhes aquilo de que gosto, aquilo que sou, afinal, revelar-lhes um pouco mais do que os antecedeu, donde vêm e o que devem estimar e preservar.

A Praia da Luz é um local banal...se a olharmos como mais uma praia em Portugal. Mas tem um cunho muito especial independentemente de ser nossa a casa há precisamente 45 anos - faz no dia 6 de Agosto que atravessámos a ponte Salazar pela primeira vez e fomos pela estrada velha em direcção a Lagos.
É uma praia internacional, onde se tem a sensação de estar no estrangeiro...de tal modo é a presença de famílias inteiras que para lá vão, aí passam férias relaxadas, encontram-se, jogam à bola, passeiam na praia, enchem cafés e restaurantes. Também é o local escolhido por muitos para terminar as suas vidas, já que, aposentados, nada os prende à sua terra natal e o clima ºe excelente para velhos. Muitos eventos da vila estão relacionados com as vivencias destes britânicos, que até editam um jornal.

Não há quase portugueses em Julho. Este mês virão muitos mais, sobretudo para o Parque de Campismo Valverde que fica a 3km da praia se é que ainda existe, nem reparei. Desta vez fiquei-me mesmo pelo lado ocidental da vila e não saí, a não ser ontem.


Só para o ano voltarei....embora a casa no inverno tb seja agradável, com a lareira acesa...acredito que o espírito dos meus Pais paira por lá, vejo-os constantemente a sorrir.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Férias IV


Ter um neto connosco, sozinho, sem os irmãos nem os Pais, mesmo , mesmo só para nós, é uma benção.
A ternura, a paciência, o enternecimento e a minha curiosidade perante as suas perguntas, sugestões ou conselhos vêm à tona, quando já os julgávamos perdidos...
Ontem e hoje tenho andado quase sempre com ele, quer seja na praia, em casa, nos passeios a noite, nas idas ao supermercado, às refeições...e descubro nesta criança uma inteligência, alegria e inocência comoventes, a par do sentido de responsabilidade de neto mais velho, preocupado com o bem estar da sua Vóvó ( como ele me trata), sincero, sem ser demasiado paternalista.
Ainda bem que ele ficou cá comigo, há muito que queria testar a sua capacidade de estar longe dos Pais e irmãos por uns dias e também a minha convivência com ele, os seus interesses, as suas conversas, etc.
Hoje fomos comprar guaches e logo vamos fazer umas pinturas. Para já, ele foi para a praia coma tia, pois está um dia radioso e eu tenho de fazer uma sopa, lavar o terraço, varre-lo e pôr a casa OK.
Também me faz mal estar demasiado tempo ao sol e esta prainha não tem sombras, é mesmo uma baía com rochas por todos os lados, mas sem qualquer espaço à sombra. Há quem leve chapéus de sol...o que não seria difícil...mas sou preguiçosa, prefiro só levar o indispensável: creme, tm, pente e lenços.Até comecei a usar havaianas para serem mais leves e fáceis de manusear.
Ainda me surpreendo com o encanto desta casa...a sua localização, a paz que aqui se respira...vejo pessoas conhecidas, fazemos sorrisos, conversamos esporadicamente à beira-mar ou na fila dos gelados(!), mas é mesmo conversa de verão, sem profundidade.
É uma vida feliz....como diz Esteves Cardoso, quando os nossos problemas maiores são entre escolher uma t-shirt azul ou verde mar para vestir....

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Another day...in Paradise



É o nome duma canção de Phil Collins, que nada tem a ver com a bela vida que aqui disfruto. O título é irónico...e refere-se à pobreza na América.

Hoje devem chegar os meus 4 homens, dois filhos e dois netos, à tarde. Vai ser a revolução total, pois cada um deles tem uma personalidade distinta e nem sempre se entendem, mas espero que tudo corra bem. Vai ser engraçado ter cá os meus netos sem a Mãe, pela primeira vez. Quando ela está presente, respeito todas as suas decisões e não quero de modo nenhum impor-me ou quebrar os bons hábitos, mas estando sozinha com eles, posso propor-lhes algumas passeatas e banhos de mar ao meu gosto. Não os quero é a ver TV, embora aqui tb haja cabo e Panda....mas eles não sabem e eu não lhe vou dizer.

Quero que aproveitem esta maravilha com os olhos limpos de imagens e que façam coisas que não fariam no Porto...é para isso que servem as férias...e daí ficam as recordações que nunca mais se esquecem. Já sei que vão ter outros meninos aqui ao lado para brincar, o que tb será bom.

Quanto aos filhos, já sei o que a casa gasta. O mais velho vem com o laptop e vai trabalhar, mais do que tomar banhos ( é friorento, q.b.), e o mais novo dormirá a manhã toda e lá pra tarde vai comprar o jornal, beber o café e apanhar sol no jardim. Deita-se ao raiar do sol:)))

É giro estar com a família...sobretudo com os meus tres filhos e netos.

A minha nora ficou no Porto a acabar a tese de doutoramente, que é urgente. Espero que tudo lhe esteja a correr bem, é uma grande mulher e uma mãe desvelada....que tenha todo o sossego e inspiração nestes dias para poder terminar o seu trabalho, que já dura há cinco anos.