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domingo, 18 de dezembro de 2011

Expo: Jogos de Luz

Hoje fui buscar as 30 fotografias que mandei imprimir e encaixilhar para a minha primeira exposição de fotografia.
Tinha duvidas em aceitar esta proposta do Vivacidade. Mas depois de as ver, penso que não me envergonham:)

Comecei a tirar fotografias com uma máquina que podem ver aqui. O meu Pai ofereceu-ma e durante anos tirei fotos 6x6
a cores e a preto e branco, colocando as fotos em albuns. Os meus filhos adoram folheá-los e verem as suas poses desde que nasceram até à adolescência. É claro que, a certa altura, comprei uma máquina mais prática, uma Olympus, que já tirava rolos maiores e fotos 10x15. Usei-a muitos anos porque não tinha dinheiro para comprar uma melhor.
Nos anos 90, um fotógrafo da Porto editora propôs-me a compra duma Canon EOS-50. Foi a minha coqueluche. Adorava esta máquina e como viajava bastante, as melhores fotos que tenho foram tiradas nos Alpes, em Munique, em Veneza,
onde passei dois dias maravilhosos, em NY.
Também viajei para terras exóticas como a Tunísia, Egipto, Israel, Petra, etc., e fiz albuns que me fazem recordar esses locais como nenhum outro documentário. Nem todas essas fotos estão digitalizadas. Para melhorar ainda mais a minha performance, comprei uma teleobjectiva que alcançava uma distância excelente e podia tirar fotos de muito longe.
Já nos anos 2000 comprei então uma Canon digital, pequena, com a qual tirei fotos excelentes, muitas delas estão ainda no portfolio do Woophy e é facil para mim ir á buscá-las. Tenho mais de 1500 fotos nesse maravilhoso site.
Há dois anos, enamorei-me pela Leica digital, que é um pouco melhor do que a Canon. Considero-a um dos meus bens mais preciosos e faço experiências múltiplas com ela. Tem uma definição extraordinária. Esta exposição é um exemplo disso. A colagem
acima consta do convite.
Estou feliz. Mas mais estarei no dia 5 de Janeiro quando vir as minhas fotografias. expostas e os meus filhos e netos a fazer música para mim.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Férias II


Admiro muito aquelas pessoas que se metem num safari ou num cruzeiro ou mesmo numa viagem organizada, sem levar amigos, nem marido, nem filhos...vão mesmo à aventura, abertos ao desconhecido, cientes de que não terão o apoio de ninguém de família para os proteger em caso de doença ou de acidente. É bom e é mau. Mas deve ser completamente diferente.Nunca experimentei.

Já viajei sozinha, mas apenas para me deslocar daqui para ali, para a Inglaterra e Alemanha ou mesmo para os E.Unidos. Sempre gostei de aeroportos, de observar tudo com os meus olhos, de ocupar o tempo sem preocupações. Levar outras pessoas é sempre stressante, sobretudo quando se vai em grupo.
Fiz várias viagens de pacote com o meu ex-, fomos a países exóticos fabulosos, que nunca esquecerei, mas cada uma das viagens teve as suas peripécias e muito cansaço. Levantávamo-nos pelas 6 da manhã, tínhamos de fazer malas todos os dias, andar de camioneta durante horas, saltitar de lugar em lugar, demorar o minimo de tempo a ver cada monumento, seguir para a camioneta, ouvir os guias e dormitar, se possível. Mesmo assim, lembro-me da maravilha que foi para mim ver o deserto na Tunísia, os oásis, as miragens, o Coliseu ao fim da tarde e a cidade de Tunes com os seus mercados. Também adorei a Turquia, a Capadócia e Pamukale, o Egipto - o cruzeiro do Nilo é maravilhoso - a Jordânia ( Petra), Jerusalém, cidade única, Praga e Budapeste, etc.

Quando tinha 47 anos fui num curso de férias a Nottingham em Inglaterra, com uma bolsa, sozinha com duas colegas. Tive, pela primeira vez depois de vinte anos de sufoco, uma sensação maravilhosa de liberdade. Estar sem os filhos e marido durante 20 dias, com pessoas mais novas, professores de todo o mundo, num ambiente universitário, fez-me sentir anos mais nova e gozei todos os momentos dessa aventura como se fossem os últimos dias de vida. Ainda tenho um caderno onde os 57 participantes e professores me escreveram dedicatórias. Hoje tenho saudades desses dias, das actividades criativas que fizémos durante o curso, dos colegas inteligentes e simpaticos que lá encontrei, da minha auto-estima que estava em zero e subiu bastante...dos passeios, da paisagem inglesa que adoro e até da chuvinha que as vezes caía, antes do sol aparecer e inundar tudo de uma luz branca, muito pura.

Também passei férias adoráveis nos EU, primeiro só com o meu filho em Ítaca, local espectacular no inverno, com 15 abaixo de zero e toda a paisagem branca e gelada ou quando os meus queridos netos foram para Boston por oito meses. Boston é uma cidade muito interessante e estar com eles foi uma experiência divertida e diferente. Não gostei muito foi das horas de avião que são compridas e cansativas...mas NY é inexplicavel. Os musicais e o teatro são únicos.Time Square, o passeio de barco até a Staten Island, a Brooklyn Bridge ao pôr do sol, estar ali com o meu filho mais velho foi talvez dos momentos mais felizes da minha vida. Também com ele fui a Veneza...e nunca mais esquecerei aquela surpresa no Carnaval de 2000, antes de ele se casar.

Ficaria aqui a escrever horas e horas sobre locais e sensações...mas isto é apenas um "para mais tarde recordar"...como diz o anuncio da Kodak. Mais tarde recordamos...recordaremos ate morrer...esquecendo o que foi mau, não correu bem, os pequenos problemas, e lembrando as grandes surpresas, os momentos encantados, os olhares, os sorrisos, o carinho....tudo o que deve fazer parte dumas férias bem passadas.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Férias



A ideia de férias vem sempre com uma auréola, algo de místico, de prazer incontornável, de alegria e liberdade.

Sempre gostei de férias, não me lembro de alguma vez ter chegado ao tempo delas com remorsos por não ir trabalhar :), com preocupação de nada ter para fazer :), de não saber como ocupar o tempo livre :) ou com medo do terrível vácuo que se abria no meu panorama a partir dali.

Houve momentos em que não notava grande diferença entre os dias de aulas na universidade e as horas a estudar em casa para os exames; mas a esses, não chamo férias, apenas dias de estudo, bem duros muitas vezes, com calor insuportável, livros e cadernos cheios de notas, a cabeça pesada , a memória assoberbada de conhecimento pouco útil. Muitas horas passei a ler, a estudar, a fixar factos, ideias, a analisar textos, autores,poemas ou peças de teatro. Li 13 peças de Shakespeare para um exame de Lit Inglesa, anotando-as no meu livro de obras completas, que tinha comprado por tuta e meia na Feira do Livro, em Inglês, mas que tinha uma letra que nem com lupa se lia bem :).E afinal, para quê, se nunca ensinei Shakespeare aos alunos???

As verdadeiras férias começavam quando acabava o estudo...quando acabavam as aulas nas escolas e vinham alguns dias de sossego. Férias eram aqueles dias quentes de verão, passados na praia da Carcavelos ou em Sintra ou em Cascais ou no Guincho com os irmãos e amigos, numa maré de displicência juvenil, felicidade descontraída, ilusão de que tudo era o paraíso.

Férias devia significar a ausência de programas fixos, liberdade total naquilo que se faz, se veste, se come, se sonha e se dorme. Poucos, porém, podem usufruir dessa sensação, porque todos nós temos a mania de programar tudo e até de nos irmos em viagens, onde cada minuto é monitorizado por um guia, pela família ou até pelos amigos com quem estamos.

Penso que cada um de nós devia fazer férias sozinho. Pelo menos por uns dias. Mas o nosso instinto gregário e as cordas que nos prendem aos demais figurantes desta novela é sempre mais forte e acabamos por passar férias a pensar nos outros, nos filhos, nos netos, nos amigos dos filhos, nos nossos amigos, ou até em desconhecidos!

Venham as férias...com apensos ou sem eles...quando se está aposentado, a vida parece ser uma vivência de férias ininterrupta. A diferença não é notória.

O melhor das férias, dizia um dos meus filhos é o ANTES....e eu acrescento e, por vezes, o DEPOIS, quando olhamos para as fotografias, filmes ou vídeos e temos saudades...daquilo que já não volta.

E aqui fica uma canção que, de tão cândida, me faz sorrir.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Greves inuteis

Têm passado quase despercebidas as greves dos funcionários publicos organizados pelos sindicatos em Portugal. Os media mencionam-nos em rodapé, limitando-se a entrevistar as pessoas pacientes à espera dos transportes, nas filas dos hospitais, nas suas casas rurais, onde nada chega durante meses. Este Portugal paupérrimo não é hoje matéria de relevância maior porque há urgência em mudar e dar voz a outras ideias, outros programas e mais progresso para o país. Não adianta chorar sobre o leite derramado, mas temos de ir buscar leite a outro lado.

Os impostos vão subir, o subsidio de Natal vai ser reduzido, os transportes vão ser privatizados, a RTP, fonte de gastos inacreditáveis, vai finalmente ser reduzida a nada ou quase nada, a electricidade subirá, o gaz também....parece um panorama hediondo. Porém, eu acredito que é necessário modificar os hábitos dos portugueses , aliviar o Estado de compromissos incomportáveis, tomar medidas de emergência social, incluindo e chamando à colação tantas e tantas associações de beneficencia, Misericórdias, Igrejas,etc. fazendo-as participar activamente na reconstrução do tecido social mais desfavorecido. Com monitorização do governo, mas sem despesismo impensável.

Muitos funcionários públicos trabalham pouco, são excedentários...vai-se aos correios e vêem-se três funcionários à conversa, com ordenado garantido ao fim de mês, apesar de já comunicarmos há anos por e-mail, fax ou até FB. Não é possível manter este statu quo.

A minha filha vem hoje de Leeds. Ontem preocupei-me ao ver que hoje se preparavam greves da função pública em Inglaterra. Estive horas na internet a visitar os sites da British Rail e Stansted Airport. Tudo estava controlado. Os comboios são todos privados, não há greves, a minha filha partiu e chegou a horas ao aeroporto. A Ryanair solicitou às entidades responsáveis o pessoal necessário para controlar os passaportes dos passageiros para que nenhum avião se atrasasse. Tudo funciona, apesar das ditas greves. Isto é um país civilizado.

Não sou contra greves, só as fiz uma vez por altura dos exames de 12º ano para os quais nem sequer estava convocada. Perdi 200 euros nesse mês e a resultado foi nulo, não serviu mesmo para nada.

Não acredito nas manifestações de rua, mas no trabalho árduo e conversações a todos os níveis. Acredito em pessoas mandatadas para executar, dialogando quando necessário. Não acredito na anarquia.

domingo, 27 de março de 2011

Aeroporto Francisco Sá Carneiro - 2º melhor da Europa


Já foi distinguido várias vezes por ser um dos aeroportos mais user friendly, prático, bonito e eficiente da Europa.

Desta vez ficou em segundo lugar - penso que o primeiro será Munique - na escolha dos passageiros e funcionários de aeroportos.

O nosso aeroporto é realmente uma beleza. Dizia um turista que até a chegada de automóvel à gare é interessante porque o carro parece aterrar na entrada do aeroporto! Lá dentro tudo é extremamente limpo e agradável, os serviços de check-in rápidos, a segurança simpática e os gates rodeados de lojas e restaurantes, onde agora se come bem. Ainda me lembro da miséria que era o antigo aeroporto, com umas sandes mal amanhadas, só um café sempre cheio, pouco espaço e demora em receber as malas. Os corredores de chegada estão decorados com fotografias gigantes da cidade do Porto e da região no chão que pisamos. As linhas arquitectónicas são espantosas e alguns fotografos meus amigos que vieram cá ao encontro no Porto de Abril passado tiraram fotos interessantes de várias perspectivas.

Uso muito este aeroporto e quando chego aos outros , como Stansted, que conheço bem, estranho a confusão, a falta de asseio e orientação das pessoas. Estas fotos foram tiradas no ano passado durante uma das viagens que fiz sozinha.

Ainda bem que nos podemos orgulhar de algo verdadeiramente à escala europeia. Oxalá não nos prejudiquem com a construção do megalómano aeroporto de Lisboa.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Workshop de pintura na Toscânia


Barry John é o editor da newsletter, que se encontra abaixo, versando técnicas de pintura, informando sobre acontecimentos importantes no mundo das artes. A sua newsletter - Virtual Academy - vem-me por e-mail todos os meses e leio-a sempre com interesse, lamentando não seguir os conselhos que nos são dados por falta de persistência e talvez excesso de confiança nos meus métodos espontâneos.

Barry John é norte-americano. O seu trabalho e espantoso currículo encontra-se no seu site:

http://www.bjrgallery.com/about.html

Eis o que diz de si mesmo com uma simplicidade extraordinária:
I am a painter, working mostly in oils and from time-to-time, other media such as watercolors, pastels and charcoal. I hope you enjoy the work, and for those of you who are artists, I hope you find the learning resources on this site useful.
E o que pensa da pintura:
"A painting is an image charged with emotion. A painting is shapes, lines, colors and values rhythmically organized. A painting is its own complete small universe, it exists separately. Any painting that is/has worth expresses the whole life of the artist. It gives a view of what the artist is."

Há anos que Barry organiza workshops para pintores amadores na Toscânia e noutros lugares dos EUA.. Os depoimentos doa participantes são entusiásticos.

Inscrevi-me para um este ano ( Maio, Junho ou Setembro) embora ainda não tenha a certeza de me sentir com saúde e coragem para me deslocar até lá. Gostaria de ter companhia de algum/a colega ou amigo que quisesse ir comigo e partilhar a experiência. O custo engloba estadia e alojamento: 1400 euros por uma semana. As viagens são pagas aparte.Quem não quiser tomar parte no workshop , mas quiser aproveitar a ida com amigos, também o pode fazer.

Ficam aqui todas as referências para quem estiver interessado:

www.VirtualArtAcademy.com

http://tuscany-painting-workshop.blogspot.com

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Christmas time

Esta viagem foi cheia de peripécias. Para lá o avião da Ryanair partiu com uma hora de atraso e os passageiros estiveram em pé quase uma hora numa escada que dava acesso a aerogare, mesmo os que tinham prioridade. Felizmente não estavam as temperaturas gélidas da Europa, se não teria sido pior. Chegada a Stansted, onde nevava copiosamente, fui logo para o comboio, sem almoçar, só com um muffin e um sumo para uma viagem de tres horas. Chegada a Peterborough que é onde se muda de comboio, vi um alvoroço e muita gente a gesticular. Felizmente não era comigo, eram os passageiros que iam para Londres e que não cabiam no comboio, pois tinha falhado o anterior. Muitos partiram de pé. Se fosse cá, era uma algazarra, felizmente os ingleses, mesmo quando estão zangados não levantam a voz e são educados. Lá apanhei o meu comboio para Leeds onde havia muito lugar e até podia esticar as pernas. Um senhor à minha frente ouvindo-me falar ao telemovel com a minha filha, perguntou-me se eu falava romeno, disse-lhe que não, que era uma língua melhor:))
A paisagem era indescritível, nem me apetecia dormir , fui a ouvir música todo o tempo a olhar para os campos brancos a escurecerà medida que o dia terminava.
Passei dois dias com a minha filha a passear pela cidade, voltei ao Marks&Spencer, a minha loja de culto em Inglaterra, andámos peloas arcadas lindissimas, todas as ruas iluminadas mais com as lojas, calor humano e gente nas ruas do que com luzes artificiais ou grande espalhafato. Grupos de jovens cantavam Christmas Carols alegremente. Fomos ao cinema ver um musical "Burlesque", que se enquadrava bem nesta época festiva.A casa dela tem uma vista linda sobre os montes cheios de neve.

Para cá é que foi pior. Quando chegámos à estação às 10 horas, disseram-nos que não havia comboios para Londres. Nenhuns. E nós já com bilhetes comprados. O avião sairia daí a 7 horas...
Nem pensei duas vezes. Apanhámos um taxi e fizemos 200 milhas com o conforto máximo. A brincadeira ficou cara, mas o motorista era um paquistanês super atencioso, que tudo fez para que nos sentíssemos bem e ainda recusou a gorgeta que lhe quis dar. Pelo caminho a paisagem vestida de branco era um regalo para a vista pago a peso de ouro

O avião para o Porto partiu com duas horas de atraso, mas no aeroporto estava-se bem...e quentinho.Chegámos cansadas, mas felizes. O Natal agora é cá. Já fiz os enfeites e deixo-vos aqui umas imagens desta minha obra :) FELIZ NATAL!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

As férias

Era o nome dum dos livros que mais vezes li na minha infância. Da Condessa de Ségur - colecção Azul. Li-os todos de fio a pavio, várias vezes, começando pelos Desastres de Sofia,
um dos meus preferidos, tal era a minha proximidade com a heroína. Asneiras atrás de asneiras, era um pedacinho da minha vida de todos os dias.
No dia dos meus cinco anos, numa festa em que os meus Pais celebravam a ida para a casa nova e o meu aniversário simultaneamente, toda vestidinha bordado inglês branco, resolvi saltar dum canto para o outro do lago pequeno que havia no meio do relvado. Caí na água pardacenta, com peixes e cágados!! Fiquei castanha. Nada bonito para uma menina que se preza. E fui chacota dos meus irmãos, o que ainda era pior.
Aos seis anos, já era uma peste. Um dia uma das minhas irmãs estava dentro do nosso quarto de brincadeiras que dava para o jardim e não me deixou entrar. Bati à janela e nada. Disse com ar doutoral de irmã mais velha que não se podia entrar porque tinham encerado o chão e eu, vinda do jardim, sujaria tudo. Fiquei louca de fúria, pus-me aos murros à janela e ela vingou-se. Fiz um corte no meio do braço, que por pouco não me apanhava a veia e levei sete pontos, tendo estado privada de banhos de mar durante quase todo o verão. Castigo demasiado cruel para quem era maluca pelo mar. E que deixou uma cicatriz enorme.
As férias duravam tempo demais. E passavam-se quase sempre em casa, embora tivéssemos um jardim grande e fôssemos quase todos os dias à praia num ceremonial que começava às 9 da manhã e acabava à 1. De chapeuzinhos e bibes iguais parecíamos um colégio como aquele que dão às vezes na TV Panda e que os meus netos adoram,uma menina muito boazinha, que faz sempre tudo o que as freiras querem. Só que não havia freiras e eu era tudo menos boazinha na praia. Ficava na água até as unhas arroxearem e a minha Mãe se arreliar.
Quando cheguei aos treze anos, ajuizei. Pudera, depois de tanta perrice e asneirada, tinha de me equilibrar e de me fazer à vida. As leituras mudaram. Da Condessa e da Enyd Blyton, passei para as Berthe Bernage e transformei-me numa seráfica adolescente, sonhadora e idealista, crente num mundo encantado que estaria escondido no meio das árvores. As férias em Sintra em 1959 numa quinta que emprestaram ao meu Pai, com uma mata imensa na Correnteza, donde se via o electrico para a Praia das Maçãs, foi o local ideal para pôr a meditação em prática e chegar ao céu. Foram férias felizes, os meus Avós ficaram connosco enquanto os meus pais faziam uma viagem aos EU e com eles, nós tínhamos plena liberdade e carinho especial.Não me lembro duma única asneira, lembro-me de escrever histórias num caderninho comprado na papelaria da Correnteza.E de ser feliz.

Porque me puz a recordar tudo isto hoje? Porque estou triste...e detesto férias! Explico porquê.

Hoje começaram as férias dos meus netos. Fui buscá-los pelas 10, fomos tomar o pequeno almoço (?) à Botânica - gelados e torradas - e depois dar um passeio pelo Botânico, conversando à sombra das árvores, lendo o nome delas, saudando os peixinhos do lago de nenúfares
que estava repleto de folhas, mas exíguo de flores. A dada altura vimos uma árvore linda,chamada Arvore Candelabro. Tinha flores vermelhas, que o mais novo se apressou a classificar: São flores, não são frutos, pois não, Vóvó?...Momentos maravilhosos, apesar do calor. Depois, em minha casa, estiveram a ver bonecos até à hora de almoço em casa onde iam dormir uma curta sesta.

Assim se acabaram as minhas férias com eles.

Partiram pelas 3 para Boston, onde os Pais vão continuar a sua investigação no MIT. Irão todos os dias para uma summer school! Estavam felizes, apesar de saberem que iriam voar durante horas. Levavam livro, o violino e o violoncelo :). Sentiam-se bem com os pais em férias e a excitação do momento. E eu triste.

Fiquei com uma lágrima ao canto do olho, mas compreendi que férias é mudança. E devem ser passadas com os Pais. Eles merecem-no.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Férias...só cá dentro


Foto do "Figaro" de 29.06

Transcrevo um artigo do PUBLICO ONLINE de hoje.
Impressionou-me pelo facto de Portugal ficar na cauda dos países europeus em relação a idas ao estrangeiro nas férias. Não sou daquelas pessoas que acham "obrigatório" sair do país em lazer e fazê-lo de qualquer maneira - ou mesmo sair dentro do país - mas que aliam as viagens a relaxamento e liberdade, conhecimento do mundo, alteração de comportamentos atávicos e alargamento de horizontes, necessários nos tempos de hoje. Portugal é um grão de areia numa praia imensa.


O documento elaborado pela consultora de mercado GfK, feito em parceria com o Wall Street Journal, indica que 66 por cento dos portugueses não vão sair de casa nas férias, tal como os húngaros, búlgaros, polacos e romenos. Pelo contrário, suecos, holandeses e belgas pretendem gastar mais nas férias e apenas 25 por cento ficam em casa.

Portugal é um dos países onde menos se gasta em período de lazer, já que dois terços dos portugueses não pretendem fazer despesas, 17 por cento vão gastar até 500 euros e apenas sete por cento mais de mil euros.

Porto Santo, 2005

Dos portugueses menos afectados pela crise e que planeiam passar férias fora de casa, 49 por cento apenas o vai fazer por um período máximo de uma semana e 23 por cento por 15 dias, segundo o estudo, a que a agência Lusa teve acesso. Um valor
consideravelmente inferior ao da média dos europeus, já que 31 por cento pretendem gozar 15 dias de férias fora de casa.

PUBLICO - 29 de Junho


Madeira. 2005


Depois de ter passado dez dias maravilhosos de férias, sinto-me privilegiada e agradecida por ter a sorte de poder sair de casa, mesmo cá dentro....e não só.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O dia mais longo



Hoje não é o 6 de Junho, mas para mim foi um dos mais longos dos últimos tempos.
Levantei-me as 6.30 para apanhar o comboio das 7.50 e estar em Lsboa as 10.30. Fui a ouvir música clássica e acho que adormeci pois não dei pelas estações de Coimbra, nem de Santarém....cheguei bastante fresca e capaz de suportar o calor e o barulho lisboeta.
A cidade é barulhenta a começar pela estação do Oriente, que contrasta com as maravilhosas estações por onde andei em Inglaterra, onde, apesar da gente, dos comboios e do bulício, havia uma calma e organização que aqui deixam a desejar. Já várias vezes o disse aqui: como querem os lisboetas rivalizar com grandes cidades modernas, quando têm uma estação, que por muito Calatrava que seja é um bidon cheio de gente, betão mais betão, não se sabe onde ficam os WCs, o multibanco, os taxis, as salas de espera, empregados mal humorados, comida reaquecida, enfim....dizem que é a melhor cidade para os turistas...será, mas não é certamente para os portugas.
Por coincidência apanhei o mesmo taxi para a clínica e dela para a estação às 6. O condutor reconheceu-me e disse: A senhora dizia que ia aqui ficar quatro horas e afinal ficou quase sete!!! Achei graça ao homem.
O tratamento foi doloroso e demorado, não pude sair de lá, embora descansasse pelo meio numa bela poltrona com TV a frente, que dispensei, e me dessem almoço grátis.
Para cá é que foi o bom e o bonito. Cheguei à bilheteira e já não havia bilhetes para o comboio das 6, porque 200 meninos ( pelo menos) tinham vindo comemorar o Dia seguinte ao Dia de Criança e ocupavam todos os lugares.
Só arranjei bilhete no IC das 19.38 que chegou já com 15m de atraso. Na estação, uma barulheira infernal, mas ainda consegui telefonar ao meu ex- e desabafar com ele as minhas críticas de lisboeta contra Lisboa.

NAO, nunca voltaria para lá....desculpem-me os que dela gostam, é uma cidade inóspita para quem é de fora, como eu!!!

Vim a admirar o pôr do sol nas campinas do Ribatejo, um fim de tarde suave e belo, ouvindo música country, Beethoven ( a Pastoral, tinha de ser), música brasileira e sul americana e por fim hits dos anos 60. Uma beleza. Tirei estas fotos do comboio...cheguei a casa as 11.30!!