domingo, 13 de fevereiro de 2011

Redes Sociais


Não sou muito deste tipo de encontros virtuais - gosto mais do email, que em princípio fica em privado - não concebo o que é ler tudo o que outros escrevem a um amigo meu e haver quem leia o que os meus amigos me escrevem.

Mas há uma virtualidade que não é desperdiçável e que consiste em encontrarmos pessoas que julgávamos perdidas.
Há anos descobri um amigo do meu filho e nosso, Carlos del Castillo, um rapaz americano, que se começou a corresponder tinha o meu filho 15 anos e ele 25. Só descobriram a diferença de idades mais tarde, escreveram-se através do hotmail durante meses e a ligação foi tal que o convidámos a vir até ao Porto passar 15 dias. Foi o que fez. A partir daí criou-se uma amizade fortíssima entre nós todos. Convidei-o para ir à minha Escola, onde ele foi centro de algumas aulas. Sendo professor, sabia como cativar os alunos. Algum tempo depois, o meu filho foi a Virginia Beach nos EU , onde conviveu com a família do Carlos, ouviu a banda dele, Beyond, trabalhou num restaurante, visitou NY e teve uma experiência interessante.
Uma das coisas que o Carlos me disse mais vezes foi que não compreendia como é que eu e o meu marido tínhamos arriscado a receber em casa alguém que não conheciam de parte nenhuma, um americano hispânico, encontrado por acaso nas redes sociais. Nunca mais esquecerei as conversas que tivémos na Praia da Luz, onde ele passou cinco dias. Inteligente, seguro de si, apesar de vir duma família com muitos problemas, cheio de drive, super musical e com um enorme charme.
Hoje é pai de uma família de tres, continua a trabalhar, mas já noutros ramos, sempre simpático e tipicamente americano; tínhamos perdido o endereço dele, mas encontrámo-nos no Facebook e já não há possibilidade de nos perdermos outra vez.

Esta é uma história comovente da minha vida. Ainda agora, quando oiço os Counting Crows, a sua banda preferida e que ele imitava com a guitarra, imediatamente me vem à mente a pessoa do Carlos, um americano do Hotmail que nunca esquecerei.

Em memória desta amizade aqui vão os Counting Crows e uma das minhas canções preferidas: A Long December



Carlos, cheers!!