terça-feira, 22 de março de 2011

Downton Abbey

Seguindo o conselho do meu filho mais velho, que não tem TV em casa por princípio, mas gosta cada vez mais de ver séries inglesas e americanas, daquelas que víamos dantes na RTP 2, Brideshead Revisited, Upstairs, Downstairs ( A Família Bellamy), Pride and Prejudice, americanas como Parenthood, Desperate Housewives ou Damages, resolvi fazer o download duma série de 2010,chamada Downton Abbey.
A princípio, pareceu-me um pouco datada - como poderia não sê-lo se se passa em 1912? - mas a pouco e pouco, seduziu-me completamente, a tal ponto, que hoje vi três episódios numa tranquila tarde passada em casa, com o sol a entrar pela janela da varanda e lendo O Livro do Desassossego num intervalo lá fora ao sol.
Sou feliz - porque não confessá-lo?

A série é daquelas em que tudo parece ter congelado num tempo, o das grandes mansões vitorianas, em que desde o nobre master of the house até à mais humilde criada todos têm um papel na história, que começa com o naufrágio do Titanic. O decor, a reconstrução da época, os modos, as falas, o espaço rural e urbano é tudo uma esmero do princípio ao fim. Os sentimentos são expressos dum modo indirecto, pelos olhares, gestos, música, luzes, movimentos da câmara. Perfeito.

As nossas telenovelas têm muito a aprender com estas produções inglesas e americanas. Já estão melhor, tenho visto de quando em vez uma ou outra novela, mas os actores continuam a arrastar as falas, sempre à espera do teleponto, não há ritmo, as cenas repetem-se até à exaustão e a música, salvo raras excepções, é detestável.