A "minha" rua que não é a minha, afinal.
Moro na Rua do Campo Alegre, mas considero que a minha rua é a António Cardoso, dado que é por ela que saio e entro todos os dias, a minha porta não tem saída directa para o Campo Alegre, só jardim com murete alto.
Percorro muitas vezes aquela que considero minha, não só para apanhar o autocarro na Av. da Boavista, como para ir ao Pingo Doce ou ao BB Gourmet, um restaurante muito français e muito in, que frequento amiude, sobretudo quando cá está o meu filho mais novo. Já por lá vi várias vezes o treinador do FCP, Villas-Boas, o que só por si, já é uma boa razão para lá ir :)).
Não sei quem foi A. Cardoso, confesso, Também não nasci cá, de modo que só comecei a conhecer estas ruas porque os meus filhos tinham festas de anos por aqui. É uma zona pseudo-queque, chique, com apartamentos bem construídos e caros. Só vim para cá para estar ao pé do meu filho e netos numa altura mais difícil da minha vida. Ainda estou a pagar a casa...
Ontem fui fazer compras e embora estivesse a chuviscar, resolvi vir pela rua fora a observar pormenores e a tirar fotos com o meu I'Touch que é um Ipod com câmara, muito leve e que transporto paa todo o lado, pois gosto de ouvir música quando ando a pé.
Nesta rua, uma das mais arborizadas e floridas desta cidade, há de tudo:casas apalaçadas ( numa delas viveu Sophia), como a Casa das Artes, lindíssima e abandonada à sua sorte, a Galeria Cordeiros, com colecções de pintores ultra-conhecidos, casas abandonadas que me fazem lembrar o livro The Secret Garden, onde uma miuda conseguia entrar num jardim secreto, cheio de plantas entrelaçadas , fontes e animais, há prédios bem feiosos, mas chiques com seus jardins e salas para festas, há ainda o tal restaurante, onde ontem bebi um chá maravilhoso e comi dois scones para matar saudades da Inglaterra; há ainda a vista da Casa Andersen no Jardim Botânico, rodeada de árvores centenárias e com histórias para contar. Last but not least, na esquina das minhas duas ruas :), há uma loja de decoração chamada Sinergias com um extraordinário bom gosto, onde já comprei duas mesas, qualquer delas muito original e não demasiado caras.
Andar por esta rua ao fim do dia é ouvir dezenas de pássaros que se refugiam nas árvores da zona - agora há menos gaivotas, felizmente - e gozar em pleno duma visão do que seria a cidade ideal com espaço, plantas, recantos, algumas lojas e pouco transito nas horas que não são de ponta.
Tenho muita sorte de morar aqui.