Tenho andado um pouco depressiva....acho que é a ausência dos meus filhos - um nos EU, outra na Inglaterra, o mais novo em Lisboa....sinto-lhes a falta sempre, mas há alturas em que me parece que nada tem cor, o mundo fica a preto e branco, baço, sem sentido. Os netos são amigos, mas são pequenos seres independentes de mim e, ou vêm todos a minha casa...ou não vem nenhum, acabo por não criar uma relação profunda com eles, como desejaria. Tém uma VIda, exigente demais na minha opinião e de que não faço parte por moto próprio. Gosto muito deles, mas nunca quis substituir-me aos Pais, acho que já sacrifiquei muito pelos filhos e não tenho coragem de me sacrificar do mesmo modo pelos netos, mesmo que pague esse preço com uma relativa solidão. Levo tempo a recuperar quando o meu filho mais novo vem ao fim de semana e parte ao domingo à tarde. Ele só vem de tres em tres semanas e o tempo que estamos juntos é escasso.
Hoje fui ao Solinca health club, onde me inscrevi há duas semanas. Aproveitei tudo, ginásio, piscina, jacuzzi, sauna, etc. Saí de lá como se tivesse levado uma tareia, com dores no joelho de bicicletar e até me custou a andar até casa. Estou com sono, mas renitente em dormir a esta hora, vou aguentar-me até à noite. Dói-me o corpo todo, não sei se abusei, se esttive muitos dias sem fazer os exercícios e o corpo agora ressente-se. Não estou confortável comigo própria.
Acabei ontem de ler um livro:
Histórias do Fim da Rua de Mário Zambujal .
Não escreve mal, observa bem, cria personagens patuscas, revela algum sentido de humor...mas tudo espremido é uma croniqueta sem grande conteúdo, pintando uma sociedade mais que medíocre, onde não me revejo. É deprimente q.b. Como muitos livros de autores portugueses.
Ontem revi o filme
O Leitor,
, cujo livro já tinha lido. Que diferença"! Personagens com profundidade, com densidade psicológica, com dramas interiores, apaixonantes. Foi um filme que me deixou marcas e que ainda hoje me impressiona por se debruçar sobre o problema da culpa e da responsabilidade em tempos de guerra, aqui durante o nazismo. A actriz ,
Kate Winslet é colossal, confrangedora na sua sinceridade quase pueril.
Ralph Fiennes, sempre o mesmo perfil, belo e generoso. Em 2008 gostei muito do filme. Li o livro e adorei a história, ficção ou não, tem muito de verídico.
Está uma tarde lindíssima, céu azul...algum vento, o barulho dos carros na minha rua...a empregada saiu há pouco e deixou tudo limpinho, é só uma vez por semana, mas sabe bem. Tenho tudo para ser feliz....