domingo, 19 de junho de 2011

Saudades de nem sei o quê

Hoje só dormi quatro horas.

Estava excitada com o concerto da Pauta, duas horas e meia de música interpretada por jovens dos 3 aos 18 anos, entre os quais os meus netos. Casa da Música repleta, lindíssima, com o sol a entrar pelo lado poente e a iluminar todos os dourados dum modo especial. Foi entusiasmante e mais uma prova de empenhamento e de amor à Música.Depois jantei em casa dos meus filhos, uma opípara refeição rodeada de pessoas queridas.

Acordei há pouco, lá fora está um dia glorioso, da minha janela só se vê verde, árvores de todas as tonalidades, folhas que se agitam suavemente, sol a jorros.

Subitamente sinto saudades da Inglaterra. Por um momento, vem-me o cheiro da erva cortada que exala dos parques de Leeds. Queria estar lá com a minha filha, deitadas no chão a olhar para o céu, como naquela foto de 2005, que ainda hoje me faz arrepios porque tanta coisa sucedeu horas depois....

Queria voltar ao Yorkshire Sculpture Park, onde passei um dos dias mais bonitos da minha vida em 2010, rodeada de esculturas quase vivas, espalhadas pelo parque, vegetação verde, luxuriante e romantica, como nos filmes da BBC.

A vida oferece momentos muitos belos a quem os sabe apreciar...nem sempre quero, nem sempre sei...ando como uma gaivota semi-perdida entre o mar e o céu, em busca de algo que não encontro. Um amigo meu dizia-me que eu tinha fases de restlessness, que significa inquietação, ansiedade. É exactamente como me sinto hoje.

Vou ver se durmo. Preciso de fechar os olhos.