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sexta-feira, 13 de abril de 2012

O palco na floresta

Já o tinha visto várias vezes no MEZZO.
Hoje liguei para o meu novo canal BRAVA HD, que é pago a 2.50 euros por mês e vale bem a pena para quem gosta de música clássica.

Descobri um programa de duas horas e meia, transmitindo um concerto magnífico chamado Tausendundein Nachte, As Mil e Umas Noites, na imponente arena , construida no meio da floresta e por isso apelidada de Palco na Floresta - Waldbuhne. 


A Orquestra Filarmónica de Berlim abrilhanta esta performance de luxo.

Encontrei na Wikipedia uma longa descrição do local, que traduzi e encurtei.
Acrescento que durante os intervalos, os espectadores picnicam em amena cavaqueira, trocando os seus víveres, que trouxeram de casa. O panorama é idílico.
Pergunto-me se com o tempo magnífico que temos, não seria possível haver concertos de música classica ao ar livre no Parque da Cidade. Porque é que só os festivais roqueiros é que usufruem desses espaços?


Waldbühne - Culture - Berlin

Waldbühne

Um palco sob as estrelas.

Um dos locais de concerto favoritos de Berlim, foi construído em 1936 para as XI Olimpíadas, como um anfiteatro grego com bancos de madeira que albergam 22.000 espectadores. Após a guerra, serviu de cinema ao ar livre, de ringue de boxe e para realizações musicais. Durante os anos 60, sucederam-se os concertos de rock, uma decisão que se lamenta, pois durante um concerto dos Rolling Stones, os membros da audiência destruíram os bancos numa batalha campal com a polícia. Levaria anos e 400.000 DM para reparar e reabrir o anfiteatro.

Eis um vídeo que revela em parte o que poderá ser uma experiência destas:



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nova mensagem as 7 da manhã

Já me estou a habituar a dormir em duas fases....das 3 as 7 e depois das 8 as 11. Nunca consigo estar oito horas seguidas na cama, sofro de insónia permanente.

A manhã está luminosa, clara, as árvores cada vez mais cheias, parece que nunca perderam a folha, os áceres rendilhados em fundo azul quedam-se impávidos perante a poluição dos autocarros, que continuam a deslizar rua abaixo a grande velocidade. Estes são movidos a gaz natural, talvez não poluam tanto, a verdade é que as folhas continuam a brotar todos os anos, como se a natureza tivesse uma força sobrenatural a explodir dentro dela.

Se fosse uma pessoa com coragem, saía agora e ia passear para as margens do Douro. É uma das coisas que mais gostaria de fazer,ver o nascer do sol no rio, tirar fotos; é dos cenários mais lindos aqui do Porto. Mas não, levantei-me durante demasiados anos às 7 - desde os meus 10 anos até aos 60 non-stop - e cansei-me. Já só quero sopas e descanso...dormir...sem obrigações...e música...

Aqui fica mais uma bela peça sacra: Stabat Mater de Vivaldi. Penso nas mães que vêem os filhos a sofrer. Deve ser a experiência mais dolorosa que alguém jamais viveu. Estou com elas, enquanto oiço esta música maravilhosa.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os Descendentes

Não escrevi nada no fim de semana. Não estava para aqui virada.

Fui ver o filme "Os Descendentes".
Interessante. Relações humanas numa família que sofre um desaire súbito quando menos o espera. Surpresa, choque, adaptação à nova situação, fragilidades das relações conjugais, cumplicidade pais-filhos, conflito de gerações, tudo isto aparentemente antagónico tratado com delicadeza, mas sem grande profundidade,
numa toada um pouco cor de rosa, mas não demasiado lamechas.
O meu ex- costumava dizer ironicamente que os americanos sofrem muito, mas sempre com grande conforto!! Foi o meu comentário silencioso no fim do filme.
Fui sozinha e gostei da experiência. Mas não é filme que veja outra vez, não me fez vibrar muito, nem chorar.George Clooney, que interpreta bem o papel, só me lembra o Nespresso, que uso todos os dias. É pena, mas para mim, que tenho uma memória visual quase doentia, ficou mesmo queimado , como aquelas peças musicais lindíssimas que as orquestras de música ligeira tipo James Last ou pianistas como Clayderman transformam em clichés banais, sem falar de "cantoras" como a Ana Faria que ganhou balúrdios cantando leitmotifs de música clássica com letras ridículas para crianças e assassinando muitas peças carismáticas como O Lago dos Cisnes ou a Barcarola de Oberon. Os meus filhos adoravam....mas eu achava um sacrilégio.
A paisagem é a parte mais bonita do filme, o Hawai espectacular e acolhedor, uma mensagem ecológica que passa bem.
Ando um pouco blasée de filmes americanos, tenho visto poucos filmes de que goste muito este ano, ficam sempre aquém do que espero. Devo esperar demais.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Jogos de luz

que se podem chamar também sortilégios de imagens...


Foi hoje a inauguração da minha exposição e ainda estou comovida com tudo o que se passou: a presença de pessoas que não me conhecem e que aplaudem o que faço, quer seja pintura, quer fotografia...a apresentação da minha Amiga Adelaide Pereira, alma da Vivacidade, as palavras simples e simpáticas do designer Abílio Vieira, que só me conheceu há dias e através do blogue e site do Woophy, a actuação dos meus netos que tocaram tres peças lindas, o Porto sentido com o bolo-rei da época, são momentos como estes que nos fazem sentir vivos e com vontade de criar e realizar cada vez mais. É um bálsamo para o nosso ego, muitas vezes em baixo.

A fotografia é realmente o imortalizar de um momento, aquele em que a camara disparou, um momento que para nós encerra muito mais do que uma paisagem ou umas silhuetas dispersas no meio da rua. Um momento que foi único, naquele dia, naquela hora e que nunca mais será igual.

Fotografo como vivo. Espontaneamente.

Umas fotos tiradas antes da inauguração:

sábado, 3 de dezembro de 2011

O FOGO

Hoje acendi a lareira pela primeira vez este ano. Já me tinha esquecido da beleza que é ver as pinhas entrar lentamente em combustão, brilhantes, vermelhas, passando depois o seu calor aos tarolos de lenha, que se resguardam, receosos de iniciar o seu processo de destruição.
Durante minutos sem fim, ouve-se como que uma música em surdina, um sopro de vento e os
estalos da madeira renitente à chama. Subitamente, um bailado initerrupto, enorme, espantoso, tremeluzente irrompe no meio do nada e uma sensação de bem estar

invade o ar.

Pouco faço...se não ouvir música de Bach baixinho...e olhar as chamas como que hipnotizada por tamanho milagre natural.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O mar...aqui tão perto

Adorar o mar e viver a 10-20m dele é sorte demais.

Ninguém em Lx percebe a maravilha que é viver no Porto, julgam estar perto do mar e, afinal, levam pelo menos uma hora a chegar ao Guincho, o verdadeiro paraíso por uma estrada pejada de gente, com engarrafamentos,poluição, acidentes, etc. Só de comboio se pode chegar a Cascais, sem grande problema. E Cascais não é mar a sério. Lembro-me que os meus Pais falavam da "volta dos tristes", referindo-se ao passeio na marginal de Domingo. Realmente não era nada do que se diz nos folhetos.

Aqui - e não me canso de o dizer - decido de pé para a mão o que vou fazer, pego num livrinho, na máquina fotográfica , óculos escuros, Ipod e aí estou eu na paragem, onde o autocarro - o 200 ou o 204 - não demora mais do que 10m a vir. Daí à Foz são 5 a 10m, nunca há trânsito aquela hora. Há quem vá a correr - o meu filho, por exemplo.
Desço a rua do Farol - nome sugestivo e estou com o mar todo à minha
frente...barulhento, ondas altas, cheiro característico,gaivotas altaneiras, um ou outro turista mais afoito, cadeiras super-confortáveis, sem música nos altifalantes, maravilha.
Por 7 euros, almoço uma omelete de cebola e salsa, mal passada como gosto com salada e bebo uma água com gaz. Posso estar ali toda a tarde na varanda, nem sequer pago logo. Se está fresco, passo para dentro do café, onde uns pufs maravilhosos esperam por mim com a mesma vista e uma mesa cheia de revistas actuais.
Em qualquer outro país pagaria uma fortuna para ter estes privilégios - só um café em Inglaterra custa 3 libras = 4 euros, no Brasil as bebidas eram o dobro.
São horas de paz, de sossego e beleza...não levo telemóvel ou se o tenho não o oiço, pois estou a ouvir música clássica, hoje as Orchestral Suites de Bach, que vou ouvir no dia 11 na Casa da Música com o meu neto e que são emocionantes.
Quando venho para casa, passo pela confeitaria a comprar pão, pelo chinês a ver as últimas novidades (!), compro telas ou objectos domésticos necessários, tudo pelo preço da chuva.
E ainda há quem se queixe tanto de que o Porto não é um bom sítio para se viver...não o trocava por mais lugar nenhum, a não ser a Inglaterra ( por causa das pessoas, não das cidades).

terça-feira, 25 de outubro de 2011

SAUDADE

Tenho a cabeça confusa, cheia de música, cor, recordações, imagens inolvidáveis que o meu portfolio de fotos veio reavivar. Olho para elas, retoco-as, vivo-as de novo. Não consigo escrever. Apenas sentir.


Coloco aqui algumas fotos e um vídeo de Toquinho e Vinicius e outro de Chico Buarte, que me comovem e trazem a lágrima ao olho...
















Um HINO ao BRASIL!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A era Chopin

Já gostei mais deste compositor, que é eterno, talvez aquele que todos os melómanos consideram único no que se refere a música de piano. Não há pianista que não toque uma valsa, uma balada, um nocturno ou estudo. O grande Sokolov, que ouvi aqui na Casa da Músca, tocou várias peças inolvidáveis.


O que noto ao ouvir programas no MEZZO, como agora,  é que há pianistas que tornam esta musica empolgante, romântica, comovente...outros que batucam as notas todas - e são tantas - sem alma, tornando as peças monótonas e vulgares. O intérprete é essencial em Chopin.

 Qundo era pequena, lembro-me da minha Mãe tocar Chopin depois do almoço, quando havia mais silêncio na casa. O sol entrava pela janela da sala, aberta para a varanda no verão, o ambiente era tão calmo e belo...recordo a grande Valsa brilhante e os Estudos. Subitamente, ela deixou de tocar piano, não sei quando foi, talvez estivesse cansada de nos ouvir matraquear durante as aulas ou talvez porque o piano foi irradiado para uma sala no r/c onde fazíamos as nossas brincadeiras e que dava directamente para o jardim. Nunca percebi porque é que ela não mais tocou.

Quando mudámos de casa em 71, o piano foi para o meu quarto e da minha irmã, que era a grande pianista na altura, fez exames no Conservatório e era considerada a "musical" da família, sem nenhuma razão especial, quanto a mim. Todos nós gostávamos de música, ouvíamos da manhã até á noite, íamos a concertos, óperas, etc.  O facto de não tocar nenhum instrumento, não significa que se não aprecie música com alma ou que se vibre menos com as melodias. Ainda hoje vou ver concertos com o meu filho à Casa da Música e só tenho pena que o reportório não seja mais interessante.
Ainda agora vi um anúncio com o 2º andamento do concerto nº 23 de Mozart, que é excepcional, e que coloco aqui para se ver beleza, mesmo na publicidade.
Chopin é já um pouco História, passado, algo que me fica na memória....esta melodia de Mozart, que o meu Pai adorava, ainda me faz virem as lágrimas aos olhos.

domingo, 18 de setembro de 2011

No 4º dia

Não tínhamos planos.
Já sabia o que a minha filha ia escolher...apaixonada que é pelo ar livre e pelos parques. Fomos para o Hyde Park de autocarro. Saímos no Marble Arch, que fica no coração do West End e entrámos no enorme espaço de lberdade, que é ainda, o pulmão da cidade. Estava uma manhã quente e solarenga, poucas pessoas, uma paz fantastica. Andámos bastante, a minha filha tirou os sapatos e correu de pés nús na relva que devia estar húmida, até que colocou um pé num ouriço de castanha!! Havia-as por todo o lado, assim como avelãs e esquilos a comerem que nem senhores.
Ao pé do lago estava-se bem, com aves de toda a espécie a nadar ou a voar livremente.  Muitos barcos azuis a serem pedalados no lago. Ali estivémos algum tempo.
Fomos depois almoçar ao M&S, que tem uma cafeteria, tipo self-service, onde se arranja lugar. A Oxford Street estava apinhada de gente. Andámos a ver roupas, mas acabámos na Waterstones - livraria - onde comprei dois livros - How to make the most of your digital camera - e On Photography da Susan Sontag, um livro pequenino com reflexões sobre a importancia da fotografia nos anos 60. Mal ela sabia o que a revolução digital traria. Li parte do livro no aeroporto, antes de embarcar.


À tarde quis dar um salto à loja Hemleys,  na Regent Street, onde se vendem os jogos mais fantásticos para crianças. Fui à secção dos Legos, mas era tudo muito caro e acabei por não comprar nada.



Em seguida, fomos ao concerto Brilliant Baroque na Igreja já citada. O ambiente era místico, com velas acesas e os grandes chandeliers a meio gás. Um ensemble de oito pessoas tocaram como se de uma orquestra se tratasse: peças de Bach, Vivaldi, Mozart, Tartini, etc. Bach é divinal, quando tocado assim em ambiente religioso.
Saímos pelas 10 e ainda havia imensa gente em Trafalgar. Fomos jantar ao Bella Italia, cadeia de restaurantes, onde se pode repsrtir os pratose fica tudo em conta. São muito cosy e animados. Apanhámos um taxi para casa, mas poderiamos ter usado o autocarro, dado que é caro enão compensa.
Fizémos as malas já com um sabor amargo de despedida.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Angéle et Tony

Um filme francês.
Típico nas sua estrutura, ausência de informação prévia, factos lineares, histórias que se cruzam sem se saber bem como , nem porquê, personagens muito humanas interpretadas magnificamente por actores para nós quase anónimos, mas bem conhecidos do público francês. Um ambiente de mar e costa, uma vila piscatória na Normandia

com os problemas próprios do local e da actividade da pesca, manietada pelas leis da UE. Tudo muito lento, mas com densidade suficiente para não nos maçar demssiado...música de fundo muito sugestiva e repousante. Drama q.b.


Tarde bem passada com a minha filha que recebeu resultados muito satisfatórios dum trabalho que fez no mestrado sobre o ensino de gramática a estrangeiros. Estava feliz e fomos comemorar.

Arrábida shopping às moscas, cheio de lojas que não me atraem minimamente. De que vivem estas lojas e aqueles que lá trabalham?

Entrei num hipermercado após anos de jejum.
Detesto continentes, jumbos, carrefours e quejandos. Não encontro nada do que quero, perco-me e esqueço-me do que realmente preciso:) Desta feita eram cabides para pendurar as oito camisas do meu filho mais novo acabadas de lavar e passar. Não precisava mais nada, mas acabei por comprar copos, uma almofada, gel de banho, tira-gorduras, lubrificante para as dobradiças, um sabonete, etc.etc. É sempre assim quando entro num hiper....mais vale não ir lá!

Netos ao fim da tarde, mais amigos do Panda do que da Avó ( como eu digo....), meiguinhos, mas já distantes daquela intimidade que tínhemos no Algarve...já se passaram seis dias, em que mal os vi. É assim a vida e há que aceitar.

domingo, 19 de junho de 2011

Saudades de nem sei o quê

Hoje só dormi quatro horas.

Estava excitada com o concerto da Pauta, duas horas e meia de música interpretada por jovens dos 3 aos 18 anos, entre os quais os meus netos. Casa da Música repleta, lindíssima, com o sol a entrar pelo lado poente e a iluminar todos os dourados dum modo especial. Foi entusiasmante e mais uma prova de empenhamento e de amor à Música.Depois jantei em casa dos meus filhos, uma opípara refeição rodeada de pessoas queridas.

Acordei há pouco, lá fora está um dia glorioso, da minha janela só se vê verde, árvores de todas as tonalidades, folhas que se agitam suavemente, sol a jorros.

Subitamente sinto saudades da Inglaterra. Por um momento, vem-me o cheiro da erva cortada que exala dos parques de Leeds. Queria estar lá com a minha filha, deitadas no chão a olhar para o céu, como naquela foto de 2005, que ainda hoje me faz arrepios porque tanta coisa sucedeu horas depois....

Queria voltar ao Yorkshire Sculpture Park, onde passei um dos dias mais bonitos da minha vida em 2010, rodeada de esculturas quase vivas, espalhadas pelo parque, vegetação verde, luxuriante e romantica, como nos filmes da BBC.

A vida oferece momentos muitos belos a quem os sabe apreciar...nem sempre quero, nem sempre sei...ando como uma gaivota semi-perdida entre o mar e o céu, em busca de algo que não encontro. Um amigo meu dizia-me que eu tinha fases de restlessness, que significa inquietação, ansiedade. É exactamente como me sinto hoje.

Vou ver se durmo. Preciso de fechar os olhos.

terça-feira, 8 de março de 2011

O PIANO

A palavra piano, derivada de pianoforte em italiano, tem um som adocicado, que soa bem e é igual em todas as línguas - excepto na alemã, que como sempre tinha de nos contradizer, chamando-lhe Klavier -
Também assume significados diferentes, podendo referir-se ao modo de tocar, mais suave ( pianissimo- muito suave).
Mas o que é um piano?

O som é produzido quando os batentes, cobertos por um material (geralmente feltro) macio e designados martelos, e sendo ativados através de um teclado, tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura rígida de madeira ou metal. As cordas vibram e produzem o som. Pintura de Claudia Barbican
Praticamente todos os pianos modernos têm 88 teclas. As teclas das notas naturais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si) são brancas, e as teclas dos acidentes (dó #, ré #, fá #, sol # e lá # na ordem dos sustenidos e as correspondentes ré b, mi b, sol b, lá b e si b na ordem dos bemóis) são da cor preta. Todas são feitas em madeira, sendo as pretas revestidas geralmente por ébano e as brancas de marfim ou material plástico.
É de referir que um piano normalmente fica ligeiramente desafinado quando é transportado ou quando é sujeito a fortes correntes de ar.

- Wikipedia

Comecei a tocar piano aos seis anos, creio eu, assim como os meus irmãos todos. Não sei como é que os meus pais conseguiam pagar as lições - 50 escudos cada na altura - pois era uma fortuna, mas todos nós nos sentámos no banco em frente às teclas, com maior ou menor apetência para as fazer vibrar. A nossa professora, a quem chamávamos Fernandoca na intimidade era uma senhora reboluda com caracois ruivos, que se gabava de conhecer meio mundo - ela e o meu Pai conheciam o mundo inteiro! - e nos contava histórias do meio musical, as competições e a dificuldade de vencer e ser pianista. Nada disso me interessava muito, devo dizer, pois não tencionava ser uma intérprete famosa e nem sequer fiz os exames do 3º ano no Conservatório, como duas das minhas irmãs, mais dotadas, segundo se dizia na família.
Lembro-me que as "minhas" peças mais famosas eram A Marcha da Aida, que o meu Avô dirigia, por vezes, assinalando os fortíssimos que eu atacava com toda a garra e a Dança Húngara nº5 de Brahms, muito mais melodiosa e com um ritmo infernal, que me apetecia mais dançar do que tocar. Para alem disso tocávamos os Czerny, os Bach e os Schmoll, como todos os meninos que começam. Deixei de tocar na adolescência porque já não era obrigada a isso, estava numa fase rebelde e achava que escrever histórias, ler ou fazer tricot tinham muito mais interesse do que passar horas a toquipar, que era o que eu fazia. Mais tarde fiquei com pena e ainda recomecei sozinha a tocar Clayderman quando comprámos um piano digital para o meu filho. Esse toca bem, mesmo improvisado, e acompanha o meu neto no violino sempre que vou lá a casa. O seu talento para a música é algo que não herdou nem de mim, nem do Pai, faz parte dele e sempre foi uma das suas paixões.

Um dos filmes que mais me impressionou na vida e que vi aqui na saudosa Casa das Artes duas vezes na mesma semana tal foi o meu entusiasmo, chama-se O Piano. Não vou falar aqui do filme, mas da música de Michael Nyman, que é transcendente, uma das criações para cinema mais belas que conheço. As imagens do filme assentam como uma luva na música - ou vice-versa - o filme é a música, a alma, a viagem, a tortura, a paixão de dois seres que se revêem naquelas teclas.

Aqui fica o vídeo para recordar. Ainda agora esta melodia me faz arrepios.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A nossa TV

Oiço um pianista, Nicholas Angelich, a tocar Rachmaninov com uma limpidez e sentimento inegualáveis, num concerto em Lyon. A música de tecla enche a minha sala e transmite-me paz e serenidade. Rachmaninov é um dos meus compositores preferidos, sobretudo pelas obras que deixou para piano. Cada vez gosto mais de ouvir estes programas e troco-os de mão beijada por qualquer telejornal, seja ele da SIC, TVI, SICN ou RTPN....é tudo igual, queixas e mais queixas, assaltos,polítiquices, fogos, cenas chocantes, pessoas aos berros, futebol até dizer BASTA! Não há direito de se encherem horas e horas de emissão com programas destes, estupidificantes, sem o mínimo nível, chatos, como diriam os jovens "uma seca!"

Ontem vi por acaso um programa na SIC N as 2 da manhã que é sempre excelente : 60 minutos. Nele deram uma reportagem sobre o filme " O Discurso do Rei" ( não percam), mostrando como as fontes de que se serviu o escritor David Seidler foram seguras e o filme seguiu à letra tudo o que estava nas cartas do Rei Jorge VI a Lionel Logue, o seu terapeuta, assim como as fichas clínicas do último e ainda testemunhos do seu neto. O verdadeiro Logue era muito mais bonito do que Geoffrey Rush, (que também é australiano e um actor excepcional na minha opinião), e Colin Firth não tem a finesse dos traços do verdadeiro rei, mas a verdade é que, ouvindo os discursos lado a lado, a diferença é quase nenhuma. Colin Firth e Geoffrey Rush aparecem juntos e sempre com um sentido de humor espectacular na entrevista para a CBS. Encontrei o programa ou um identico em

http://www.cbsnews.com/video/watch/?id=7357190n

Fica aqui a minha homenagem também ao piano e a Rachmaninov - Prelúdio tocado por Vadim Chaimovich - que me acompanham enquanto escrevo esta entrada e sofro as saudades dos meus netos que partiram ontem para a Alemanha....avó sofre!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

I AM SAILING

Foi uma das canções que mais impacto teve em mim e nos meus alunos nos 80s. Resolvi pôr a canção no meu manual Work it Out, no tema Música e os alunos aderiam sempre à tarefa de cantarmos em côro - ou rapazes / raparigas - tornando aquele pedacinho da aula num hino ao mar e à vela.

Ontem remodelei este quadro de que não gostava e tinha composto há 3 anos logo no primeiro ano da minha experiência artística. Ele até já tinha sido exposto em Lisboa, mas eu embirrava com ele. Assim está muito mais harmonioso e visto de longe é repousante.

Vai aqui com a canção do Rod Stewart, uma voz única e uma canção para a eternidade.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mais uns quadrinhos bucólicos


Na sequência dos outros quadrinhos que ando a fazer, ontem dediquei-me a estes. Não são nada de especial, mas despertam em mim o desejo de um dia ir até ao campo por largo tempo, de modo a inspirar-me in loco para a pintura, como faziam os grandes pintores impressionistas....:)

Cliquem neles para os verem de mais perto.

Oiço os nocturnos de Chopn tocados pela Maria JoãoPires....maravilhosas mãos...suavidade e sentimento...