Saímos pelas 13 e apanhámos um autocarro para o Palácio de Cristal. De cristal nada tem, parece mais a carapaça duma tartaruga ao sol, verde e lânguida....mas o jardim à volta é cristalino e lindíssimo, cada recanto encerra um mistério, anos e anos de gente , novos e velhos que por ali passaram, ali sonharam, ali descansaram, escreveram, namoraram e envelheceram.
Fui lá pela primeira vez em 1968, ainda durante o namoro com o meu ex-, numa breve estadia minha aqui no Porto. Fomos lá até ao fundo do jardim e lembro-me do beijo que ele me deu em dada altura....via-se o rio muito azul e o arvoredo abraçava-nos e aplaudia. Não era muito habitual termos demonstrações em público, éramos muito discretos, mas o local pedia romantismo...
No restaurante - que é mauzito q.b. - há um self-service, mas já esgotaram os pratos todos e levam horas a produzir algo que se coma....mas a sopa está boa e a sala (protegida dos pavões e gaivotas esfomeadas) é muito agradável.
Como é possível num sítio destes não haver um restaurante decente? O catering é do pior que tenho visto e segundo dizem, serve mais outros tantos locais que nem ouso mencionar aqui. O que vale é que a beleza e a paz do local compensam isso tudo.
A visita foi a cereja no topo do bolo. O local é cosy, a rapariga foi uma simpatia, estive a ver fotografias e sobretudo a conversar de tudo e de nada, tomando um café pelo meio. É bom encontrar assim pessoas com nível e que sabem receber. Vou lá voltar. Parece que tem uma segunda galeria em Miguel Bombarda, onde irei ver uma exposição mais completa.
Fica aqui um vídeo promocional que encontrei no seu site.
Tarde bela de verão. Ainda há muitos locais onde se pode estar no Porto. Não há multidões, há paz , serenidade, desejo de solidão e de verde, muito verde, que estará ali até ao próximo século para alegria dos vindouros.