terça-feira, 27 de outubro de 2009
A eterna adiada Maria João Pires
19:30,Sala Suggia 25 EUR
Maria João Pires | Pavel Gomziakov
Por razões de saúde da pianista, o recital de Maria João Pires foi adiado para uma data a anunciar brevemente e que terá lugar até à primavera de 2010.
Os bilhetes adquiridos manter-se-ão válidos para o novo espectáculo, podendo ser reembolsado o seu valor a quem desejar.
Pelo facto, alheio à Casa da Música, pedimos desculpas.
Conheci a Maria João quando ela tinha 15 anos e eu uns 13. Era prima direita duns grandes amigos do meu irmão mais velho, colegas das "Caldinhas" (Colégio Nun'Alvares em S. Tirso). Um dia apareceram todos lá em casa. Eles e a prima, que parecia uma avezinha, com o seu cabelinho curto , pequenina e frágil. Confraternizou connosco, muito simpática, e a páginas tantas, alguém a convidou a tocar piano.
Parece que a estou a ver na nossa sala de outrora. Não hesitou. Sentou-se ao piano e atacou uma série de peças.
Houve uma que nunca mais me saiu da memória: a "Dança do Fogo" de Falla, que nos pôs "de gatas". Tocávamos piano , mas as nossas capacidades limitadas eram incomparáveis com tal génio!! Soubémos, entretanto, que ela queria ser pianista e que era aluna do Campos Coelho, um dos melhores professores do Conservatório de Música de Lisboa.
Muito tempo passou até que Maria João se tornou uma "deusa", não só dentro como fora, a marca da Deutsche Grammophon, acompanhada pelas melhores orquestras do mundo e pelos seus amigos solistas, dando concertos memoráveis... somewhere else.
Só a ouvi uma vez no Porto. Tocou no Rivoli o Concerto nº 4 de Beethoven e não fiquei entusiasmada, talvez porque as condições acústicas não eram as melhores. Mas em contrapartida, tenho muitos CDs dela e oiço vezes sem conta os Improvisos de Schubert e os Nocturnos de Chopin, que me confirmam a sua excelência e sensibilidade.
Ansiava por este concerto na Casa da Música, É um local de culto para mim....e a pianista também. Infelizmente vai ter de esperar....isto se Maria João não resolver naturalizar-se, inventar mais uma desculpa, ostracizar o Porto por não ser nas beiras ou outra razão qualquer. É triste.
Para me consolar e aos que me lêem, vai aqui um pequeno memorial à grande pianista.
BRAVO!