segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Christmas Carol - Conto de Natal


O meu presépio ( 2007) ( clicar)

Fui ao cinema hoje. Queria comprar uma árvore de Natal artificial, o que faço pela primeira vez. Sempre tive árvores verdadeiras, abetos em vaso, que quase sempre morriam finalizados os quinze dias de Natal, deixando um rastro de agulhas verdes no chão da sala. No ano passado não fiz Árvore, mas vi que os meus netos tinha tido desgosto por verem que a casa da Avó não estava enfeitada como nos anos anteriores. Tenho um presépio lindo, que podem ver acima, mas emprestei-o à minha nora para os miudos o terem lá presente durante todo o Natal. Já me alegrou anos e anos seguidos e decoro-o sempre com enorme gosto. Mesmo no ano passado fi-lo eu em casa do meu filho.
Desta vez a árvore vai ser daquelas que nunca morrem, como o espírito natalício que me animou sempre, mesmo nas alturas mais difíceis da minha vida. Fazia a consoada tradicional em minha casa para a família do meu marido e depois partíamos para Lisboa no dia 25 para festejarmos com a minha família que é toda de Lisboa e Coimbra. Fiz isto durante mais de 20 anos, com meninos pequenos, estradas diabólicas, ressaca da consoada, etc. Era muito cansativo. Agora com tantos membros da família - 70 ao todo - só podemos mesmo festejar numa sala alugada depois do Natal, normalmente no 1º sábado a seguir ao Ano Novo. É uma loucura...:)

O que fui eu ver ao cinema? Precisamente o filme de animação A CHRISTMAS CAROL, baseado no conto de Charles Dickens, em 3D. É uma animação vertiginosa, cheia de efeitos especiais, mas transmite bem a mensagem e consegue envolver-nos na noite tenebrosa, escura e fria de Londres, onde só junto à lareira se está bem. É um filme diferente com um encanto que só os adultos compreenderão, sobretudo os que como eu, já viveram muito e vêem a vida a chegar rapidamente ao fim, mesmo sem cepticismo. É uma espécie de Regresso ao Futuro ( o realizador é o mesmo) natalício.





Eis aqui uma sinopse do filme e livro tirada da net:

O mais célebre conto de Natal
A 19 de Dezembro de 1843 foi publicado pela primeira vez A Christmas Carol (Conto de Natal), o conto de Charles Dickens que se tornou uma das histórias de Natal mais populares de sempre. Numa única semana, o livro, que Dickens tinha escrito sob pressão de algumas dívidas financeiras, vendeu seis mil cópias. As ilustrações originais eram de John Leech, um artista com uma visão política radical.

Mesmo aqueles que não leram o livro viram provavelmente uma das inúmeras adaptações – para cinema, teatro, televisão – da história de Ebeneezer Scrooge, o homem de negócios próspero que representa o egoísmo e a indiferença perante o sofrimento e a pobreza alheios. Este era um tema caro a Dickens, em cujas obras a injustiça social e a pobreza eram sempre denunciadas. Na Inglaterra da época, a revolução industrial tinha levado ao surgimento de uma nova camada de pobres - os trabalhadores das fábricas, cujas condições de vida eram muitas vezes miseráveis.
No livro, Ebeneezer Scrooge recebe durante o sono as visitas dos fantasmas do Natal do passado, do presente e do futuro, que o levam a ver locais e pessoas, e a presenciar episódios anteriores e futuros da sua vida. Scrooge acaba por arrepender-se da conduta que tinha tido até então, tornando-se um homem generoso.


E não posso deixar de transcrever aqui a descrição de Scrooge ne verdadeira versão. É um pedacinho precioso de literatura clássica:

Oh! But he was a tight-fisted hand at the grindstone, Scrooge! a squeezing, wrenching, grasping, scraping, clutching, covetous old sinner! Hard and sharp as flint, from which no steel had ever struck out generous fire; secret, and self-contained, and solitary as an oyster. The cold within him froze his old features, nipped his pointed nose, shrivelled his cheek, stiffened his gait; made his eyes red, his thin lips blue; and spoke out shrewdly in his grating voice. A frosty rime was on his head, and on his eyebrows, and his wiry chin. He carried his own low temperature always about with him; he iced his office in the dog-days; and didn't thaw it one degree at Christmas.
External heat and cold had little influence on Scrooge. No warmth could warm, no wintry weather chill him. No wind that blew was bitterer than he, no falling snow was more intent upon its purpose, no pelting rain less open to entreaty. Foul weather didn't know where to have him. The heaviest rain, and snow, and hail, and sleet, could boast of the advantage over him in only one respect. They often came down handsomely, and Scrooge never did.
Nobody ever stopped him in the street to say, with gladsome looks, ``My dear Scrooge, how are you. When will you come to see me.'' No beggars implored him to bestow a trifle, no children asked him what it was o'clock, no man or woman ever once in all his life inquired the way to such and such a place, of Scrooge. Even the blindmen's dogs appeared to know him; and when they saw him coming on, would tug their owners into doorways and up courts; and then would wag their tails as though they said, ``No eye at all is better than an evil eye, dark master! ''




Vale a pena ir ver o filme e ler o conto. Os diálogos são textuais, seguem a história na perfeição. Ambos nos oferecem uma mensagem de Natal, extremamente solidária, construtiva, e actual.

Aqui fica o trailer para abrir o apetite.