quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
A minha cidade
( Foto minha tirada do cais de Gaia)
Não é aquela onde nasci, Lisboa, a capital, o centro do Universo português. A minha cidade é o Porto - Home is where you are happy - e desejo viver aqui até ao fim dos meus dias. Amo esta cidade, sinto-a como minha, e por isso resolvi hoje prestar-lhe homenagem, usando um poema lindíssimo que encontrei num blogue e que vai devidamente identificado. Ele diz quase tudo o que me vai na alma.
"A minha cidade"
A minha cidade não se chama Lisboa,
não tem cheiro a sul
e nem por ela passa o Tejo,
mas como ela, tem Nascentes
leitosos e marmóreos...
Na minha cidade os Poentes são de ouro
sobre o Douro e o mar
e só ela tem a luz do entardecer
a enfeitar o granito...
Na minha cidade, tal como em Lisboa
há gaivotas e maresia
mas não há cacilheiros no rio
há rabelos
transportando nectar e almas...
Da minha cidade nasce o Norte
alcantilado, insubmisso
e o sol, quando chega, penetra-a
delicadamente, carinhosamente,
depois de vencido o nevoeiro...
Na minha cidade também há pregões,
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas
e fado pelas vielas, pendurado com molas,
como roupa a secar nos arames...
A minha cidade tem também tardes languescentes,
coretos nas praças
velhos jogando cartas em mesas de jardim
e o revivalismo de viuvas e solteironas
passeando de eléctrico...
É bem verdade que na minha cidade
a luz, não é como a de Lisboa
mas a luz da minha cidade
é um frémito de amor do astro-rei
a beijá-la na fronte, cada manhã!...
Maria Mamede
site http://mulher50a60.weblog.com.pt/arquivo/2005/01/a_minha_cidade.html
Obrigada, Maria!