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domingo, 8 de abril de 2012

Paz e tranquilidade

Quem dera a muita gente poder gozar desta Paz que me invade neste Domingo, após um almoço simples mas tradicional num restaurante daqui da zona com os meus dois filhos, passeio a pé a seguir pelos jardins da faculdade de Ciências - lindíssimos nesta Primavera resplandecente - e pelo Botânico, onde consegui fazer um curto vídeo que vou tentar colocar aqui daqui a dias.
Quase que não se ouviam carros, hoje, as gaivotas piavam e os passarinhos - tantos - chilreavam saudando a ausência quase total de poluição e certamente, o ambiente mais saudável desta estação do ano. As árvores seculares erguiam-se
majestosamente como sempre, transportando milhares de folhinhas novas dum verde indescritível. A natureza canta a plenos pulmões nesta época do ano e só quem não quer, é que não vê este esplendor.
Os portões do jardim estão abertos, não se paga nada, fica-se mais rico, mais calmo, mais feliz, depois duma experiência destas.
Admiro-me ao ver os shoppings cheios em dias como este. Por acaso ontem fui ao cinema com a minha filha e estava quase vazio, apesar de ser sábado.
Ainda bem. As crianças precisam de contacto com a natureza, os meus netos passaram estes dias na terra do Avô materno
e certamente vêm de lá com mais amor à vida. Não há TV, não há PCs, não há tecnologias idiotas a espevitar a imaginação...há a paz dos campos, dos riachos e a grandeza das árvores que se elevam, gloriosas a cantar ALELUIA, mesmo quando o país parece querer rastejar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nova mensagem as 7 da manhã

Já me estou a habituar a dormir em duas fases....das 3 as 7 e depois das 8 as 11. Nunca consigo estar oito horas seguidas na cama, sofro de insónia permanente.

A manhã está luminosa, clara, as árvores cada vez mais cheias, parece que nunca perderam a folha, os áceres rendilhados em fundo azul quedam-se impávidos perante a poluição dos autocarros, que continuam a deslizar rua abaixo a grande velocidade. Estes são movidos a gaz natural, talvez não poluam tanto, a verdade é que as folhas continuam a brotar todos os anos, como se a natureza tivesse uma força sobrenatural a explodir dentro dela.

Se fosse uma pessoa com coragem, saía agora e ia passear para as margens do Douro. É uma das coisas que mais gostaria de fazer,ver o nascer do sol no rio, tirar fotos; é dos cenários mais lindos aqui do Porto. Mas não, levantei-me durante demasiados anos às 7 - desde os meus 10 anos até aos 60 non-stop - e cansei-me. Já só quero sopas e descanso...dormir...sem obrigações...e música...

Aqui fica mais uma bela peça sacra: Stabat Mater de Vivaldi. Penso nas mães que vêem os filhos a sofrer. Deve ser a experiência mais dolorosa que alguém jamais viveu. Estou com elas, enquanto oiço esta música maravilhosa.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Voltar às origens

Hoje deu-me um repente e ainda não parei. Primeiro montei o meu velho PC na cozinha para poder ligar à Internet. Já o tinha arrumado a um canto do atelier....mas o Mac roeu-me a corda e agora vai levar tempo a vir arranjado.
Tenho andado a arrumar toda a decoração de Natal num frenesim, provocado pela partida da minha filha mais uma vez. Já falei com ela, telefonou-me de Stansted, onde aguardava o comboio para Leeds, calma e sorridente, com uma certa ânsia de se ver em casa ...para ela Leeds será sempre a sua casa. Nunca o ditado Home is where you are happy teve tão significado.
Eu pópria sinto Leeds como uma segunda casa, um segundo país, uma segunda língua, outro povo que amo e com os quais me sinto bem, às vezes, melhor do que com os meus conterrâneos, sem desprimor para ninguém.
Saí de Lisboa há 37 anos, perdi as raízes, andei por vários sítios onde me senti em casa, acabei por aterrar um pouco forçada na capital do Norte e aqui procuro encontrar uma pátria de que gosto e que me acolhe.

Daí ter dito na minha exposição que a única foto de Lisboa que está exposta é a da Gare do Oriente - precisamente no local onde se apanha o pendular para o Porto!

Compreendo os imigrantes que não sentem nenhuma das terras onde vivem ou viveram como suas. Também não sinto o Porto como minha terra. Amo a cidade, sobretudo a arquitectura, localização, romantismo,
cultura e apego ao que é seu. Mas não amo assim tanto as pessoas, o sotaque, a refilonice e a falta de modos que encontro mesmo em pessoas que deveriam tê-los. Também há aqui muita gente boa e interessada, trabalhadora e criativa, graças a Deus.
E aqui tudo é perto...o que é uma vantagem que também encontro em Leeds, cidade cheia de gente nova e animada até altas horas da noite.

Há tempos fiz uma composição duma foto que tirei em Cardigan Road,
a rua onde a minha filha morava, há sete anos atrás e, onde fiquei pela primeira vez.Ajudei-a a tornar o quarto que era grande , frio e húmido num local um pouco mais acolhedor, comprámos candeeiros, panelas, cortinas, eu sei lá. Forrei os armários por fora com plástico adesivo e ela pôs posters nas paredes.
Esta rua parecia-me mística a mim, tais as árvores lindíssimas e o ambiente quase irreal que por lá se respira. Cardigan Road, uma rua onde muito se passou e que ficará na história da nossa família por muito tempo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Dance me to the end of love

Para terminar este dia maravilhoso, quero deixar-vos aqui com uma obra admirável daquelas que só se encontram em Inglaterra e por acaso...um livro que a minha filha me trouxe e que alia a criatividade de Matisse à música e à poesia de Leonard Cohen, duas figuras que admiro profundamente e não me canso de ver ou ouvir.

O livro tem como conteúdo a canção que podem ouvir aqui e que é talvez um dos mais belos hinos ao amor jamais concebidos por um cantor anglo-saxónico: Dance me to the end of love. Cada grupo de páginas transcreve umas linhas do poema ilustradas por Matisse, numa simbiose erótica e

simples.

Oiçam esta maravilha e dancem até ao fim da vida...



Dance Me To The End Of Love
Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in
Lift me like an olive branch and be my homeward dove

Dance me to the end of love
Dance me to the end of love

Let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of

Dance me to the end of love
Dance me to the end of love

Dance me to the wedding now, dance me on and on
Dance me very tenderly and dance me very long
We're both of us beneath our love, we're both of us above

Dance me to the end of love
Dance me to the end of love

Dance me to the children who are asking to be born
Dance me through the curtains that our kisses have outworn
Raise a tent of shelter now, though every thread is torn

Dance me to the end of love
Dance me to the end of love

Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove

Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love



domingo, 27 de novembro de 2011

Há horas felizes

Hoje voltei à Foz, ao meu poiso, onde as gaivotas já me conhecem :) e onde passo alguns dos momentos mais belos da minha vida, agora que já nada me impede de sair sozinha ao Domingo à tarde, de fazer o que me apetece, sem planos, apenas com os objectos que me fazem falta: máquina fotografica, Ipod e telemóvel ( este não me é indispensável....mas convém tê-lo à mão).
Estava uma daquelas tardes de sonho, em que tudo parece belo, até as pessoas que se acotovelam na
estrada a olhar para o mar, sem ousar descer até à areia, que é onde se sente verdadeiramente a frescura, o cheiro e o pulsar das ondas e da espuma.

Levei para ler "O Guardador de Rebanhos" de Alberto Caeiro. Genial. Perfeito para o dia de hoje. Um livro que nos ensina a não pensar quando nos quedamos em frente às coisas belas da Natureza. Devemos deixar-nos impregnar por elas por osmose, sem usar o cérebro, apenas os sentidos...
Estive ali duas horas a olhar para um surfista no meio do mar,
para
as gaivotas meias-loucas que tanto invejo, e para a "minha" rocha vitimizada por uma crueldade salgada quotidiana, que a deixa muda, lisa, cada vez mais pequena e à mercê da fúria do mar.

Há horas felizes...e há momentos em que sinto que que poderia morrer devagarinho, acabar em beleza, se não fora a minha incapacidade de fazer o que Caeiro aconselha: deixar de pensar.

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…

sábado, 26 de novembro de 2011

Folhas de outono

Hoje já se podiam apanhar folhas de outono com sol. Há dias quis apanhar algumas, mas estavam demasiado húmidas e mesmo quebradas da água que impiedosamente caiu. Dois dias de sol é quanto basta para as folhas cairem e se quedarem ilesas no pavimento até que um transeunte ou animal as espezinhe, amachuque e destrua para sempre...beleza tão efémera que não dispenso.
Lembro-me de a minha Mãe se queixar de Lisboa, dizendo que havia demasiadas árvores de folha perene à volta e quase não se dava pelas mudanças de estações. Era uma queixa um pouco infundada, porque sempre vivemos rodeados de tílias, choupos, árvores de fruto no meio de pinheiros, eucaliptos e cedros, esses sim, de folha verde permanente.Mas é verdade que, quanto mais norte, mais caem as folhas e mais bonito é o outono...

Aqui não me posso queixar...aliás, a maior parte destas árvores à volta já estão despidas e entrevejo alguns prédios que preferiria não ver. A Casa Andresen tambem já voltou ao vermelhão, que considero um erro, pesado e triste, sobretudo no inverno.

Mas, como ia dizendo, hoje já se podiam apanhar folhas do chão e fi-lo ao vir do café. Pu-las debaixo duns livros pesados durante uma hora, foi suficiente para ficarem prensadas, sem perder as cores lindas do ácer, que ainda parece florido da minha varanda.

Resolvi colá-las em papel próprio para pintar em acrílico, usando o gel de impasto. Durante algumas horas assim estiveram presas ao papel, como borboletas que já não podem voar..
Depois pintei-as num fundo a condizer, mistura de azul prussiano ( sempre ele), amarelo de Nápoles e ocre. A colagem ficou praticamente pronta, só falta aplicar-lhe algum verniz.


E para acompanhar música eterna numa interpretação transcendente do ADAGIO TRIO:

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A minha cidade

No Domingo fui almoçar com a família a Gaia para festejar a conclusão do doutoramento da minha nora.
Estava uma tarde linda, daquelas que fazem realçar a maravilha que é o
granito e a harmonia desta cidade, sobretudo quando que se vê do outro lado do rio. Puxei da minha Leica,
o céu de chumbo prometia chuva,mas o sol esbranquiçado que tornava o cenário absolutamente deslumbrante, manteve-se fiel durante aquelas horas, permitindo-nos um café cá fora, admirando um cenário que nunca cansa.

sábado, 19 de novembro de 2011

Os áceres

É a árvore mais linda que conheço, sobretudo nesta época do ano.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano.
Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.
Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.

Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.

Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.

THE MAPLE TREE

I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .

I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.


Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .

Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .



Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .


Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.

I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .



by Luke

Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O mar...aqui tão perto

Adorar o mar e viver a 10-20m dele é sorte demais.

Ninguém em Lx percebe a maravilha que é viver no Porto, julgam estar perto do mar e, afinal, levam pelo menos uma hora a chegar ao Guincho, o verdadeiro paraíso por uma estrada pejada de gente, com engarrafamentos,poluição, acidentes, etc. Só de comboio se pode chegar a Cascais, sem grande problema. E Cascais não é mar a sério. Lembro-me que os meus Pais falavam da "volta dos tristes", referindo-se ao passeio na marginal de Domingo. Realmente não era nada do que se diz nos folhetos.

Aqui - e não me canso de o dizer - decido de pé para a mão o que vou fazer, pego num livrinho, na máquina fotográfica , óculos escuros, Ipod e aí estou eu na paragem, onde o autocarro - o 200 ou o 204 - não demora mais do que 10m a vir. Daí à Foz são 5 a 10m, nunca há trânsito aquela hora. Há quem vá a correr - o meu filho, por exemplo.
Desço a rua do Farol - nome sugestivo e estou com o mar todo à minha
frente...barulhento, ondas altas, cheiro característico,gaivotas altaneiras, um ou outro turista mais afoito, cadeiras super-confortáveis, sem música nos altifalantes, maravilha.
Por 7 euros, almoço uma omelete de cebola e salsa, mal passada como gosto com salada e bebo uma água com gaz. Posso estar ali toda a tarde na varanda, nem sequer pago logo. Se está fresco, passo para dentro do café, onde uns pufs maravilhosos esperam por mim com a mesma vista e uma mesa cheia de revistas actuais.
Em qualquer outro país pagaria uma fortuna para ter estes privilégios - só um café em Inglaterra custa 3 libras = 4 euros, no Brasil as bebidas eram o dobro.
São horas de paz, de sossego e beleza...não levo telemóvel ou se o tenho não o oiço, pois estou a ouvir música clássica, hoje as Orchestral Suites de Bach, que vou ouvir no dia 11 na Casa da Música com o meu neto e que são emocionantes.
Quando venho para casa, passo pela confeitaria a comprar pão, pelo chinês a ver as últimas novidades (!), compro telas ou objectos domésticos necessários, tudo pelo preço da chuva.
E ainda há quem se queixe tanto de que o Porto não é um bom sítio para se viver...não o trocava por mais lugar nenhum, a não ser a Inglaterra ( por causa das pessoas, não das cidades).

sábado, 8 de outubro de 2011

A Foz , espaço de solidão e liberdade

Hoje o meu neto dormiu cá. Levantou-se pelas 9 e sem fazer barulho, foi para a sala e pôs-se a ler. Entretanto acordei , arranjei-lhe um pequeno almoço de maçã, flocos e um croissant pequenino, e voltei para a cama, pois tinha-me deitado pelas 2 horas e estava cheia de sono. As 10.30 acordou-me, dizendo que a Mãe o vinha buscar para ir a escola de violino. Fiquei com remorsos de ter dormido tanto.

Ontem tínhamos estado os dois a ver o empolgante Portugal- Islândia ( 5-3) e ele tinha-se abraçado a mim com uma ternura que me fez virem lágrimas aos olhos. Adoro este menino e ele retribui, embora não seja de grandes manifestações com outras pessoas. Não consigo dizer-lhe "Não", dou-lhe tudo o que pede ( é bem pouco), ofereceu-se para me ajudar a pendurar a roupa, é prestável, ternurento, aquilo que se pode chamar a criança ideal. Oxalá não se estrague, mas tenho tanto receio do futuro!

Hoje fui almoçar à Foz. Estava um pouco mais de vento, mas o sol era forte, de modo que estive sempre na varanda e até me bronzeei. As gaivotas andavam alvoroçadas, não sei porquê. Não levei a máquina, tirei as fotos com o Ipod .





O mar sempre belo e sempre bravo fazia um barulho embalador. Mesmo assim ouvi musica, desta vez árias de ópera escolhidas que tenho aqui no meu Ipod. Foi uma tarde linda.

Fica aqui uma das árias mais comoventes que conheço da ópera O Pescador de Pérolas de Bizet e de homenagem a Salvador Dali:

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Arte da Fotografia


Ontem estive a fazer experiências fotográficas para o New Color Photo of the Day e consegui uma muito especial,  que dedico à minha amiga Regina Gouveia, pois que ela gosta muito de buganvílias. Sei que ela está para Trás os Montes e provavelmente não verá isto, mas aqui deixo na mesma.

Entretanto enviaram-me uma sugestão musical muito interessate - um grupo do Facebook chamado Baroque Club - que aqui coloco, pois certamente fará as delícias de quem gosta de Música Antiga.




terça-feira, 21 de junho de 2011

Cidade mater

Fui hoje à minha terra....

Estava menos bonita que o habitual, muito seca e ensolarada, passei por zonas bem feias e que me fazem lembrar aqueles filmes neo-realistas portugueses, Zona J, por exemplo. Tenho pena de nunca ver a parte mais bonita da cidade. Mesmo o parque expo está menos resplandecente, tudo parece sequioso. A estação do Oriente continua a atrair e a repelir-me. Betão e mais betão....por baixo duma abóbada monumental e esplendida. Uma feira do livro apetitosa, apetecia-me sentar ali e folhear aqueles livros todos.
À vinda - o comboio atrasou-se uma hora pelo caminho -ouvi música lindíssima dum compositor português, que há muito amo: Rodrigo Leão. Costumava compor e tocar com os Madredeus, mas a sua música era por vezes ofuscada pela voz (que eu não apreciava muito) de Teresa Salgueiro. Quando começou a sua carreira a solo, gravou CDs de música instrumental excelente. É uma música diferente do faduncho ou canção pimba portuguesa, talvez um pouco repetitiva às vezes ou minimalista - faz lembrar os Wim Mertens, os Yann Tiersen, os Glass, embora esses colossos sejam mundialmente conhecidos e Rodrigo Leão não tanto.

Eis o que encontrei na Wikipedia sobre o compositor:

A solo começa a explorar a combinação das suas composições clássicas-modernas com formas de canção e instrumentação mais tradicional, com a presença de Lula Pena ou Adriana Calcanhotto, no CD Alma Mater e correspondente digressão. Entre os seus convidados constam-se ainda Sónia Tavares e Nuno Gonçalves dos The Gift, e Rui Reininho dos GNR, que participou na gravação do seu álbum ao vivo intitulado Pasión. Quer o disco Alma Mater quer o próprio músico receberam dois importantes títulos de reconhecimento público, o de Disco do Ano (Pémios DN+) e o de Artista do Ano (Prémios Blitz).

Em 2004 editou Cinema, considerado pelo editor da revista americana Billboard um dos melhores discos editados nesse ano. Neste trabalho participaram Beth Gibbons e Ryuichi Sakamoto, entre outros.

Em 2006 lança um olhar retrospectivo sobre a sua carreira com O Mundo [1993-2006], acrescentando seis canções inéditas.

Em 2007 compõe a banda sonora original da série documental Portugal, Um Retrato Social, dirigida por António Barreto para a RTP. Baseada nos 18 temas do disco, surge a digressão nacional Os Portugueses.

Em 2008-2009 divide com Sérgio Godinho a responsabilidade da banda sonora da série de televisão Equador, que contém temas originais e temas pertencentes a trabalhos anteriores (Alma Mater, O Mundo [1993-2006], Portugal, Um Retrato Social) ou a sair nesse ano (A Mãe).



Fica aqui um exemplo desta música que me embalou durante toda a viagem de volta ao Porto. Este excerto é mais internacional do que outras, mas eu gosto muito dela.

Fiquei deslumbrada com a cor do rio Douro, às seis da tarde do dia mais longo do ano. Esta cidade é linda.

sábado, 11 de junho de 2011

Fora do mundo


Há locais que me fazem acreditar na Beleza, na Natureza, na Permanência....away from it all, como dizem os ingleses, embora esteja rodeada de gente.
A companhia do meu filho veio acrescentar uma mais valia a esta estadia curta, pois os meus sobrinhos com dois bébés pequeninos de 1 ano, mal têm tempo para levantar cabeça...as crianças hoje em dia estão muito dependentes dos pais e parece que têm receio de os perder a toda a hora, choram desalmadamente se um deles se afasta por minutos. Têm vícios que são acalentados por falta de cuidado dos pais em criar hábitos saudáveis e em recusar algumas coisas aos filhos, pensando que tem culpa por eles não estarem felizes. Penso que não era assim no nosso tempo, os eus filhos não levavam horas a adormecer, nem o faziam ao colo ou a mamar... Não tenho muita paciência para ouvir crianças a chorar , nem para tomar conta delas, quando não são minhas...fazer tegatés, falar à bébé, entretê-los não é comigo....sei que é uma falha minha, mas tive que aturar os meus sobrinhos a vida inteira e mais os filhos, os alunos e a paciência esgotou-se.
Gosto das crianças grandes, com quem se conversa, a quem se contam histórias, que sabem ouvir e que não estão sempre a querer atenção.

Esta vila continua linda e pasmo como ainda me comovo a ver o pôr do sol sobre a prainha ou as rochas da Ponta da Piedade lá no fundo, por detrás da Rocha negra, uma rocha vulcãnica, a única que existe aqui no Algarve, segundo dizem. Hoje andava um rapaz a tomar banho as 9 da noite e aquela figurinha no meio do oceano azul e dourado ao sol poente tornava tudo tão poético e irreal que tirei uma série de fotos.

Deixei-me fica ali a contemplar o mar, feliz e fora do mundo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Tempo de flores e de amanhãs


Continuo o pléripo da floricultura na minha zona.
No caminho para a Solinca, em que percorro uns 800 m. Há flores por todo o lado, em casas grandes que devem tar jardineiros e rega automática, jardins abandonados como o da Casa das Artes que até faz dó, com agapantos a brotar à míngua de água, cantos e recantos junto aos prédios que penso serem tratados pelos condomínios e estão maravilhosos, jardinzitos que até parecem terem sido oferecidos a alguém e adoptados à nascença. Pasmo de admiração, pego na minha máquina ou Ipod e fotografo-as todas, pois adoro vê-las vezes sem conta no computador. Ponho-as aqui ou envio-as para o facebook, onde são muito apreciadas, todos gostamos de flores.
Não resisto a partilhar as que tirei hoje convosco. Talvez vos embeleze um pouco a vista toldada por esta campanha eleitoral tão deprimente. Talvez vos alegre saber que à beira das nossas casas, a Natureza continua viva e viverá para lá das Troikas, das quezílias, da corrupção, do desalento, da pobreza e da ausência de futuro. Cada flor é uma promessa de amanhã.


FLORES

Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.



Sophia de Mello Breyner