quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O doce fluir do tempo


É espantoso como nos habituamos ao tempo das férias, que é tão diferente do ritmo normal da vida. Aqui tudo é lento, tudo é sussurrado, os ruídos são outros, neste momento com a janela aberta oiço um descarregar de pedras - ou lá o que é - aqui pelos jardins da Quinta, um ou outro automóvel que desce pela ladeira abaixo rumo ao porto, a água duma fontezinha, aqui em baixo.Vozes dispersas, que não incomodam. São 2 da tarde, dorme-se sestas, o céu está carregado, mas o ar é quente, como nos países tropicais.
Hoje entretive-me a tomar banho de mar na passagem que leva ao outro lado, cada vez que vinha uma onda rodopiava com ela, embora estivesse bem agarrada ao rail, se não lá ia eu para o meio do oceano.A rapariga da foto estava divertidíssima. A água era fresca tipo jacuzzi natural, com uma força dos diabos. Depois na piscina resolvi dar um mergulho da borda, como fazia nos meus belos velhos tempo e soube-me pela vida...não sei se logo me vou queixar das costas, mas não há nada como mergulhar duma vez só, o impacto do frio nem se sente e é como que uma massagem instantãnea. Dentro de água abro os olhos e vejo os efeitos do sol no fundo, em tons irisados azuis e amarelos, transmite-nos uma sensação de calma espantosa.
Não se ouve música aqui na Casa, a não ser às refeições, piano ao vivo, tipo Richard Clayderman, mas só jantámos cá no primeiro dia, temos variado todos os dias.
O tempo flui ao nosso gosto, não há qualquer pressão, tudo é belo e calmo. Pergunto-me se não tenho sorte demais...companhia maravilhosa que são estes dois meus filhos, nada de discussões, harmonia perfeita...logo vamos ao Jardim Botânico, depois ao teleférico. Por fim veremos o jogo do FCP-Genf na TV minuscula dos nossos quartos, comendo uns amendoins ou chocolate....é isto a que chamo férias, mesmo que seja só por seis dias, é eterno.