sexta-feira, 15 de julho de 2011
Férias II
Admiro muito aquelas pessoas que se metem num safari ou num cruzeiro ou mesmo numa viagem organizada, sem levar amigos, nem marido, nem filhos...vão mesmo à aventura, abertos ao desconhecido, cientes de que não terão o apoio de ninguém de família para os proteger em caso de doença ou de acidente. É bom e é mau. Mas deve ser completamente diferente.Nunca experimentei.
Já viajei sozinha, mas apenas para me deslocar daqui para ali, para a Inglaterra e Alemanha ou mesmo para os E.Unidos. Sempre gostei de aeroportos, de observar tudo com os meus olhos, de ocupar o tempo sem preocupações. Levar outras pessoas é sempre stressante, sobretudo quando se vai em grupo.
Fiz várias viagens de pacote com o meu ex-, fomos a países exóticos fabulosos, que nunca esquecerei, mas cada uma das viagens teve as suas peripécias e muito cansaço. Levantávamo-nos pelas 6 da manhã, tínhamos de fazer malas todos os dias, andar de camioneta durante horas, saltitar de lugar em lugar, demorar o minimo de tempo a ver cada monumento, seguir para a camioneta, ouvir os guias e dormitar, se possível. Mesmo assim, lembro-me da maravilha que foi para mim ver o deserto na Tunísia, os oásis, as miragens, o Coliseu ao fim da tarde e a cidade de Tunes com os seus mercados. Também adorei a Turquia, a Capadócia e Pamukale, o Egipto - o cruzeiro do Nilo é maravilhoso - a Jordânia ( Petra), Jerusalém, cidade única, Praga e Budapeste, etc.
Quando tinha 47 anos fui num curso de férias a Nottingham em Inglaterra, com uma bolsa, sozinha com duas colegas. Tive, pela primeira vez depois de vinte anos de sufoco, uma sensação maravilhosa de liberdade. Estar sem os filhos e marido durante 20 dias, com pessoas mais novas, professores de todo o mundo, num ambiente universitário, fez-me sentir anos mais nova e gozei todos os momentos dessa aventura como se fossem os últimos dias de vida. Ainda tenho um caderno onde os 57 participantes e professores me escreveram dedicatórias. Hoje tenho saudades desses dias, das actividades criativas que fizémos durante o curso, dos colegas inteligentes e simpaticos que lá encontrei, da minha auto-estima que estava em zero e subiu bastante...dos passeios, da paisagem inglesa que adoro e até da chuvinha que as vezes caía, antes do sol aparecer e inundar tudo de uma luz branca, muito pura.
Também passei férias adoráveis nos EU, primeiro só com o meu filho em Ítaca, local espectacular no inverno, com 15 abaixo de zero e toda a paisagem branca e gelada ou quando os meus queridos netos foram para Boston por oito meses. Boston é uma cidade muito interessante e estar com eles foi uma experiência divertida e diferente. Não gostei muito foi das horas de avião que são compridas e cansativas...mas NY é inexplicavel. Os musicais e o teatro são únicos.Time Square, o passeio de barco até a Staten Island, a Brooklyn Bridge ao pôr do sol, estar ali com o meu filho mais velho foi talvez dos momentos mais felizes da minha vida. Também com ele fui a Veneza...e nunca mais esquecerei aquela surpresa no Carnaval de 2000, antes de ele se casar.
Ficaria aqui a escrever horas e horas sobre locais e sensações...mas isto é apenas um "para mais tarde recordar"...como diz o anuncio da Kodak. Mais tarde recordamos...recordaremos ate morrer...esquecendo o que foi mau, não correu bem, os pequenos problemas, e lembrando as grandes surpresas, os momentos encantados, os olhares, os sorrisos, o carinho....tudo o que deve fazer parte dumas férias bem passadas.