Não há nada pior....que passar um domingo cheio de sol a abrir gavetas, onde se guardaram coisas há anos e que contém segredos para lá do imaginável, recordações que estavam abrigadas mesmo no fundo, fotografias amareladas e sem qualquer espécie de interesse actual, cartas, souvenirs, etc. Há quem deite tudo fora....há quem guarde tudo. Sou um meio-termo. Nas arrumações, encontramos algo interessante.
Em tempos, no ano de 1997, escrevi muitos mails a um amigo meu e ele a mim. Imprimi-os, pois eram quase diários dentro duma pasta com elásticos e trouxe-as para aqui em dada altura, pois eram privados

e não queria que ninguém os lesse.

Hoje, passados 14 anos, descobri que o que ali está sou eu há quase 15 anos, numa encruzilhada de vida, sufocando a minha infelicidade no dia-a-dia com os filhos, vivendo como profissional a 100% e, tentando encontrar consolação numa Amizade gratuita, grande, imensa e que nunca terminará.
Como no filme que vi há dias, os anos passam e só vemos bem a realidade e a importância das relações pessoais anos depois, com perspectivas diferentes e olho critico. Reli muito do que escrevi...está lá tudo, a minha ansiedade, os meus sonhos, o meu amor aos filhos, o gosto pelo ensino, pela música....o meu desejo de evasão, a minha restlessness, incapacidade de parar, de ficar, de estagnar.
Se ele ler isto vai-se rir...mas a espuma do tempo já levou quase tudo....