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Já me estava a habituar ao som da guitarra às 4 da manhã, às saídas para a praia da minha filha, que se quer despedir do sol e do mar que não verá tão depressa, aos jantares aqui em frente à TV ( não é pedagógico, pois não???), aos jogos de futebol, aos empréstimos do laptop a toda a hora, às confusões do facebook e dos nomes e entradas, aos silêncios e até à desarrumação da roupa, da casa de banho e cozinha...já estava habituada a ter juventude aqui em casa...
Na 6ª feira, quando voltar de Londres, encontrarei a casa vazia de filhos, os quartos sem alma, o silêncio será doloroso e as saudades grandes.
Nunca se está bem...mas temos de nos habituar a olhar para dentro de nós próprios sem remorsos, tentar viver o nosso mundo, criar a nossa Arte, procurar os nossos amigos reais e do ciberespaço, ver os nossos programas de TV, ouvir a nossa música... sem feedback de espécie nenhuma, sem interrupções, sem vozes nem sorrisos...
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O nó na garganta teima em aparecer...e nem a lufa-lufa da mudança depois de amanhã o impede de se manter. Hoje não estou capaz de mais.
Tirei estas fotos anteontem com o meu Ipod. Havia uma poça no chão e o céu espelhava-se nela, assim como o candeeiro e uma árvore. O efeito era lindo...resolvi fotografá-la.
Na minha vida vai chover em breve...mas espero bem que depois apareçam o céu azul, a luz e o resto que me animam e fazem viver.