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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Fim de férias

Os meus filhos e netos já estão mesmo no fim das férias....a queimar os últimos cartuchos, como se diz em gíria popular. Sinto um misto de ansiedade e enorme desejo de que estes dias acabem, há sempre dor na separação, mesmo que os filhos já tenham 30 anos.....

Já me estava a habituar ao som da guitarra às 4 da manhã, às saídas para a praia da minha filha, que se quer despedir do sol e do mar que não verá tão depressa, aos jantares aqui em frente à TV ( não é pedagógico, pois não???), aos jogos de futebol, aos empréstimos do laptop a toda a hora, às confusões do facebook e dos nomes e entradas, aos silêncios e até à desarrumação da roupa, da casa de banho e cozinha...já estava habituada a ter juventude aqui em casa...


Na 6ª feira, quando voltar de Londres, encontrarei a casa vazia de filhos, os quartos sem alma, o silêncio será doloroso e as saudades grandes.

Nunca se está bem...mas temos de nos habituar a olhar  para dentro de nós próprios sem remorsos, tentar viver o nosso mundo, criar a nossa Arte,  procurar os nossos amigos reais e do ciberespaço, ver os nossos programas de TV, ouvir a nossa música... sem feedback de espécie nenhuma, sem interrupções, sem vozes nem sorrisos...

O nó na garganta teima em aparecer...e nem a lufa-lufa da mudança depois de amanhã o impede de se manter. Hoje não estou capaz de mais.

Tirei estas fotos anteontem com o meu Ipod. Havia uma poça no chão e o céu espelhava-se nela, assim como o candeeiro e uma árvore. O efeito era lindo...resolvi fotografá-la.

Na minha vida vai chover em breve...mas espero bem que depois apareçam o céu azul, a luz e o resto que me animam e fazem viver.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E o mar....lá tão longe....

Foi a saudade, a nostalgia ou a ausência que me levaram hoje quase inconscientemente a pegar no pincel e nestas cores, azuis, verdes, amarelos, brancos, claros escuros, e a pintar

uma mancha que tanto pode ser o mar, como outra coisa qualquer....

sábado, 30 de julho de 2011

Epílogo



Chegámos ao fim das férias...penso que escrevi umas linhas aqui todos os dias, abstraí-me dos verdadeiros propósitos deste blogue e embarquei numa de diário de adolescente com necessidade de expressar os meus sentimentos, as reflexões que este lugar me suscita, as memórias cravadas nas pedras que nos rodeiam, o eterno retorno ao mar tão amplo e azul que até fere o olhar...

Hoje foi mais um dia... triste porque sei que só para o ano voltarei. Nadei durante horas com o meu neto e agora sofro as consequências...dores nas costas e no corpo todo. Saudades antecipadas deste menino e do seu olhar límpido, as suas longas pestanas,o seu ar grave, as suas gargalhadas, o seu "Vóvó" único. Estar com ele foi a melhor coisa deste verão.

Também fiz hoje as lides da casa, o "lavar dos cestos", que custa bastante, mesmo a olhar para o mar.

À noite fomos matar saudades do Bar Havana, com as suas waffles, English breakfasts, música ao vivo e até jogos de futebol...ambiente único nesta praia quase britânica.

As gaivotas reuniam-se à beira-mar , como que a comemorar uma qualquer festividade...ou a despedir-se do meu verão.

domingo, 10 de abril de 2011

Tarde na Foz


Ontem fui de novo à Foz com a minha filha , que voltara na véspera de Leeds. Foi bom revê-la, sempre sorridente, calma, com saudades do mar, do seu quartinho e de estar comigo. Vou-me habituar a ter companhia outra vez e a sentir que somos uma família, o que me dá um enorme prazer espiritual.

Na Foz estava calor, mas a pouco e pouco as nuvens adensaram-se e o sol desapareceu, a ameaçar chuva. Gosto do mar cinzento, contrastando com a espuma muito branca e a areia bem mais clara. Havia pessoas em bikini, parzinhos a namorar, senhoras com a pele cor de rosbife, cranças a tomar banho numa água gelada. Felizes que não têm artroses e aguentam bem a temperatura inóspita. O café estava meio cheio, sem música, de modo que ali estive a ler uma revista e a ouvir o mar com a sua melopeia repetitiva que acalma e até embala.

Quando cheguei a casa li o depoimento que o meu irmão escreveu sobre a nossa palmeira da Luz e fiquei cheia de nostalgia a pensar nos meus Avós e Pais, nos momentos que passámos juntos naquela praia, nas memórias que deles tenho e das saudades que partilho com os meus irmãos. É mesmo o Círculo da Vida, que aqui deixo numa das mais belas canções do musical Lion King, que vi com os meus netos em NY.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

De novo só com a lareira

A minha filha partiu hoje para Leeds de madrugada e ainda sinto aquele nó na garganta, que dura uns dias até me habituar à ausência daquela presença discreta, sorridente, calma e prestável. Há anos que a minha filha é o meu braço direito aqui em casa, ela ajuda em tudo o que pode, vai buscar comida ao restaurante, tira a loiça da máquina, compra pão, arruma a cozinha, entusiasma-se com a música que eu oiço, gosta dos filmes que vemos juntas., faz compras no Chinês comigo....e aprecia todos os segundos que passamos junto ao mar. Desta vez, foram poucos os momentos em que estivémos lá, pois ela teve de escrever um trabalho de 3000 palavras sobre a expressão oral em Inglês, que lhe levou algumas horas e mesmo dias. As semanas passaram a correr e só agora realizo que acabei por estar menos com ela do que quereria.Já tenho saudades...e apetecia-me voar até Leeds no próximo avião.

Acendi a lareira e oiço os MUSE, uma das bandas que ambas amamos. Gravei-lhe um CD para ela levar, já que lá não tem Ipod.
Aproveitei o fim da tarde para desmanchar o presépio...foi tudo para a lareira, excepto as figurinhas e algumas pinhas que no ano passado o meu neto pintou de prateado com tinta acrilica.
A árvore de Natal também já só tem as luzes e vão-me fazer falta estas luzinhas a tremelicar, companhia dos momentos de insónia e passeios nocturnos pela sala.

O Natal acabou hoje...de vez. Sinto uma nostalgia enorme e um desejo de que para o ano seja tudo ainda melhor.

Deixo aqui uma música linda chamada Blackout ( é o que sinto neste momento) dos MUSE.

Don't kid yourself
And don't fool yourself.
This love's too good to last,
And I'm too old to change.

Don't grow up too fast
And don't embrace the past.
This life's too good to last,
And I'm too young to care.


(Interlude)

Don't kid yourself
And don't fool yourself.
This life could be the last
And you're too young to see.
Woah...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viajando pela nossa terra


Hoje tive de me deslocar a Lisboa. Fui e vim no espaço de 7 horas, o que é quase incrível.
Mas deu para contemplar e ouvir música, momentos inegualáveis de prazer que não dispenso.



As fotos falam por si....e a música que escolhi também.

Esta é uma das peças que ouvi no comboio e que me levou ao passado, aos dias em que o meu filho tocava esta peça na sua flauta, em concertos, acompanhado duma amiga de longa data...a Dança dos Espíritos de Gluck.. É uma música duma tristeza infinita mas de uma beleza ímpar. As duas meninas prometem.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ser feliz



A Felicidade é algo tão complexo que não consigo defini-la, nem sequer tento. Limito-me a abraçá-la quando por vezes bate a porta.
Esta foto da minha Luisa de braços abertos junto à sua nova morada H ( de Heaven ( céu) , Haven ( porto de abrigo), quiça de Hope ( esperança), seja lá do que for, dá a medida da sua alegria por estar de novo em Leeds, numa nova vida, com outros voos.

A Felicidade são momentos, sorrisos, actos de amor, palavras, gestos,contemplação, lágrimas e risos, amizade concretizada e sem, duvida, a sensação de dever cumprido.

É o que sinto neste momento, em que o vazio é grande quando me sento aqui no sofá da minha sala e olho em volta. A guitarra do meu filho está silenciosa e a madeira não se ouve. Aqui e acolá os livros, algumas revistas sobre temas esotéricos tão do seu agrado, os earplugs do Ipod, DVDs que ficaram por aqui e acolá, na estante, a foto da minha filha a imitar a do Titanic, de braços abertos na Foz. Nenhum deles está cá. E fazem-me tanta falta!

Mas tudo está bem, como podem ver nas foto já tiradas em Leeds. Filhos felizes é caminho andado para as mães serem felizes. E logo vem os netos....:)

Hoje em dia as comunicações são transmissoras fieis de sentimentos e ajudam muito a matar as saudades.
Os blogues também, enquanto escrevemos, libertamos os nossos fantasmas e estamos convosco.

sábado, 17 de julho de 2010

Há livrarias que não deviam morrer...( in memoriam da Borders, UK)


Sempre adorei livrarias, mesmo quando não tinha dinheiro para comprar mais do que o jornal Letras e Artes, mas namorava tudo o que é livro, sobretudo os estrangeiros, franceses e ingleses, não por falta de patriotismo, mas porque desde pequena que as duas línguas eram para mim perfeitamente claras e havia muito mais diversidade de literatura à venda. Quando era criança, fui muitas vezes à saudosa Ática, na Rua Alexandre Herculano, que ficava por baixo do consultório do meu Pai e que pertencia á minha Madrinha. Que sorte, dirão os leitores deste blogue. Era mesmo, mas não aproveitei o suficiente. Nos dias dos meus anos, a senhora, que é francesa, casada com um primo direito da minha Mãe, dizia-me, persuasiva no seu sotaque de rrs rolados: " Minha querrida filha, vai à Ática e escolhe uns livrrros que queirrrras lerrr".
Não me esqueço da sensação estranha que era entrar naquela loja cheia a abarrotar de livros lindos e escolher algum para mim. O empregado cheio de mesuras e eu petrificada perante a responsabilidade. Lembro-me de, uma vez, com uns 4-5 anos, ter escolhido um livro daqueles em que se abrem as páginas e elas são todas recortadas de modo a formar uma imagem em três dimensões dum castelo, de fadas ou anões. Nessa altura não havia em lado nenhum livros desses, como há agora. Era lindo com salpicos dourados e prateados a cair da varinha de condão da fada.Nunca mais o esqueci.
Noutras alturas, desapontei a minha madrinha seriamente pois escolhi livros dos CINCO, que eu adorava e lia várias vezes de fio a pavio, às vezes até a meias com as minhas irmãs, acabados de sair da editorial DN. Ela achava que os livros eram pechincha demais para serem prenda de anos e acabava por me dar outra coisa mais categorizada. Se eu soubesse teria pedido a colecção toda do Fernando Pessoa ou da Sophia, editados pela Ática.Mas só tinha uns dez anos.
Outras livrarias que fazem parte do meu imaginário são a Buchholz, na Rua Castilho - ou lá perto - onde passava horas esquecidas sentada ou ajoelhada no chão a folhear os livros que eles tinham em montes espalhados, já que as prateleiras estavam cheias. No meio de toda a literatura alemã, ainda encontrava os meus queridos Livres de Poche, gordinhos e com capa muito colorida. Li inúmeras obras inglesas ou americanas em francês pois gostava muito mais dos Livros de Poche do que dos da Penguin, com letra demasiado pequena e muito densos. Para ler os clássicos alemães, comprei muitos da colecção Aubier, que tinham do lado esquerdo a versão francesa e do lado direito a alemã, o que tornava a leitura bem mais acessível. Schiller, Lessing, Goethe e outros, foi quase tudo lido nessas edições bilingues e muito caras. Ia-se a minha mesada num ápice e o meu Pai não era muito generoso. A minha Madrinha, nessa altura, já não me oferecia livros....:)

Aqui no Porto, tinha uma livraria de estimação, mas que não ficava muito à mão: a Leitura, na Rua de Ceuta.. Agora já há uma no shopping Cidade do Porto que é muito agradável. Perto ficava a Livraria Britânica, especializada em livros dessa nacionalidade. Muito dinheiro lá gastei para o ensino... ainda agora me pergunto se valeu a pena. Como já trabalhava para a Porto Editora, comprava muito, tudo o que saía de novo, até vídeos e cassetes: As Mulherzinhas, Adrian Mole, O Diário de Anne Frank, Os Cinco, tenho tudo em cassete e agora já nem há leitores desses. Os meus alunos não apreciavam o espólio que eu levava para as aulas, achavam tudo muito difícil e , afinal, estava a dar-lhes de mão beijada aquilo que custava uma fortuna.
Há meses fui a Leeds com a minha filha e tive um dos maiores desgostos da minha vida. Saímos na Headrow - rua principal da baixa - e fomos direitas à Livraria Borders, local de culto da minha filha e um dos meus tb por afinidade. Qual não é o nosso espanto quando vimos que a Livraria estava fechada já desde Novembro de 2009. Os vidros sujos, uma papeleta a avisar do encerramento, mais nada. Quase chorei. A Borders era a melhor e mais mística livraria que conheci. Igual ou parecida só a Harvard Bookstore em Boston. Espaçosa, aberta, cheia de cantos e recantos onde nos podíamos sentar e apreciar as obras, ouvir toda a espécie de música com headphones, um stand de revistas com tudo o que há sobre tudo o que acontece, um Starbucks Café, igualzinho aos americanos, com shortbread , cookies e brownies, chás de toda a espécie e um ambiente mágico. Podiam-se lá passar tardes e noites - fechava às 11 pm - e até não comprar nada. De vez em quando iam lá escritores como Paul Auster, Roger McGough ou Yasmina Reza fazer pequenas lectures.
Li no Guardian que a Borders foi á falência, devido à concorrencia da Amazon e outra livrarias online. Um desastre irreparável.
Lá fomos à Waterstones, que é agora a rainha das livrarias, mas não é a mesma coisa. Nem poderia ser.


Espero que esta Entrada não pareça uma panóplia de nomes que nada vos dizem ou, mais grave ainda, expressão de vaidade ou show off. Estou muito comovida ( e um pouco revoltada) ao escrever estas memórias e ao relembrar tantos momentos belos que locais simples como uma livraria podem oferecer aos seus visitantes.

É um crime fechar cinemas como os quatro do shopping Cidade do Porto - Medeia -, encerrados há menos de um mês. Também não se deviam fechar livrarias ou cafés que têm uma história. Essa história é culto e património duma cidade. Ninguém fecha igrejas por falta de visitantes.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

VENEZA...no ano 2000




Estive lá nesse ano, em Fevereiro, no Carnaval. Fortuitamente... uma surpresa do meu filho que se ia casar daí a uns meses e que vivia em Munique. Apanhámos o comboio em Innsbruck e dentro de cinco horas estávamos em Veneza, a abarrotar de gente, máscaras,papafogos, saltimbancos, doges e princesas...um sonho, que esta pintura procurou traduzir pois foi inspirada numa foto tirada por mim com uma máquina das antigas, uma Canon EOS 50, no LIDO, com a vista para a cidade.

Sei que a canção de Charles Aznavour é muito triste, mas coloco-a aqui, pois é para mim uma das mais belas canções dele. E também glorifica a cidade.

O vídeo é uma homenagem ao Carnaval e à pintura. Não poderia ser melhor.