terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Bleu, bleu....l'amour est bleu

Havia uma canção assim nos anos 60, muito suave e bonita.

O quadro que fiz ontem traduz essa sensação: beleza táctil, jogo de azuis e verdes, sugestão floral. É repousante.


Mais um poema de Sophia:, que traduz os sentimentos expressos nesta pintura.

Quando brilhou a aurora,
dissolveram-se
Entre a luz as florestas encantadas,
Arvoredos azuis e sombras verdes,
Como os astros da noite embranqueceram
Através da verdade da manhã.
E encontrei um país de areia e sol,
Plano, deserto, nu e sem caminhos,
Aí, ante a manhã, quebrado o encanto,
Não fui sol nem céu nem areal,
Fui só o meu olhar e o meu desejo,
Tinha a alma a cantar e os membros leves
E ouvia no silêncio os meus passos.
Caminhei na manhã eternamente.
O sol encheu o céu, foi meio-dia,
Branco, a pique, sobre as coisas mortas,
Mais adiante encontrei a tarde líquida,
A tarde leve, cheia de distâncias,
Escorrendo de céus azuis e fundos
Onde as nuvens se vão pra outros mundos.
Um ponto apareceu no horizonte,
Verde nos areais, como um sinal.
Era um lago entre calmos arvoredos.
Não bebi a sua água nem beijei
O homem que dormia junto às margens
E ao encontro da noite caminhei.