segunda-feira, 23 de abril de 2012

Americanices

Há dias gravei um filme que já há muito queria ver ( nem sei bem porquê já que a série com o mesmo nome não me cativou nem um bocadinho).
Resolvi ir vendo-o à tarde, bastante depois de ter voltado do cinema, pois estava deprimida e não conseguia trabalhar a sério, nem sequer me apeteceu estar com o meu netinho mais novo, apesar dele ser um menino delicioso e com uma maneira de ser amorável. Sentia-me desprovida de qualquer afecto, vazia e ansiosa.

O filme chama-se O Sexo e a Cidade e foi muito badalado. Vi críticas e comentários entusiasmados e não percebi porquê!. É duma estupidez colossal, duma vacuidade total, pimba até dizer basta. Ainda bem que não o fui ver ao cinema, já basta de barretes que nos pregam todos os dias na nossa TV.

Um grupo de mulheres pseudo modernas fazem um pacto de amizade que ultrapassa todos os limites, não respeita casamentos, nem a tradição, nem a individualidade de cada uma. Tudo é partilhado e discutido até ao pormenor, como se fossem obrigadas a revelar os mais íntimos detalhes da sua vida privada ou profissional, numa busca da felicidade pessoal a 4,  que não passa de futilidade, gozo de bens materiais, erotismo e dinheiro.

Parte do filme é passado nos Emiratos Árabes Unidos e sabemos como a riqueza ostentória dos palácios, onde elas passam uma semana escandalosamente luxuosa ( para turista ver) contrasta com a vida dos emigrantes que aí trabalham ou o povo humilde que se sujeita a tudo. Só mostram uma parte, o resto não interessa para nada. Os probleminhas das madamas, os seus ais e uis são especulados até à medula, numa falsa moralidade e desprezo total  pelos sentimentos dos outros.

Uma imagem da América - que poderia ser a do jetset nojento das nossas revistas cor de rosa - pretende ser uma comédia , mas  só suscita desagrado  e repúdio nos tempos que correm.

Nem vi o filme até a fim. Aborreceu-me, não quero saber como é que aquelas mulheres continuam as suas vidas. Não sei, nem me interessa.

E sabem, que mais, já saiu a sequela desta mediocridade. Não a vão ver, por favor!