sexta-feira, 8 de junho de 2012

Canto romântico

Pensei que já tinha explorado o jardim do campo alegre - vulgo Jardim Botânico - de fio a pavio, mas todos os dias me surpreendo.


Praticamente, este jardim, é o local mais perto de casa onde posso respirar, sonhar, abstrair até dos ruídos dos autocarros, que descem vertiginosamente a avenida ou os carros da VCI.
Só atravesso a rua e estou dentro dum oásis citadino, visitado por pouca gente e sempre ameno.




Basta olhar em redor, abrir bem os olhos ou fechá-los com a impressão na retina, sentar por uns minutos, olhar para o céu, contemplar árvores seculares, assistir ao parto de mais um cacto ou buganvília, admirar os contrastes, agradecer à primavera as rosas, as camélias, os agapantos, os nenúfares... em resumo identificar-me com a natureza na plenitude da palavra.
Ontem fui lá ao fim da tarde, tirei mais umas fotos, desta feita ao canto mais longínquo , onde fica o único jacarandá do jardim, um pouco menos rendilhado este ano, junto às mais lindas buganvílias que vi esta primavera. Lá perto fica um enorme salgueiro - willow weeping tree - sobre o grande lago de nenufares, onde acredito existirem seres aliegíneos ;-). Gosto de me meter por baixo dos longos ramos dum verde indescritível e ver os cambiantes de luz e cor que aquela redoma verdejante me oferece. Sinto-me no céu.



Uma citação em que acredito

Há duas formas para viver a sua vida: 
Uma é acreditar que não existe milagre. 

A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.




Fernando Pessoa