Sentada no sofá da minha sala, contemplo as árvores - mais de dez espécies diferentes - que se vêem daqui da janela e que me envolvem no seu manto verde quase amazónico. Ontem chuviscou um pouquinho à noite e foi o bastante para toda esta verdura resplandecer, livre dos pós e poluição do Campo Alegre, povoado de carros, autocarros e motociclos de manhã à noite.A esta hora o folhedo agita-se levemente com a nortada fresca e os cambiantes de cor vão mudando, mostrando as várias realidades que cada planta é em si mesma ( ver artigo sobre
Física Quântica da minha amiga
Regina no seu blogue).
O sol inunda-as de luz, luz essa que virá a diminuir à medida que o dia for morrendo. No verão, quase não vejo a casa dos Andresen, apenas a torre de vigia, donde se avistava o mar no tempo em que não havia torres junto ao rio. Ouvem-se risos de crianças, mães que vêm do trabalho e trazem bébés pela mão. Alguns choros revelam o cansaço das crianças ao fim de mais um dia.Também as gaivotas embarcam neste desvario cruzando os ares em voo apressado.
É a chamada hora de ponta, a que os ingleses chamam
rush hour, excitante para quem a observa da varanda, mas não para quem se enreda em filas intermináveis de veículos, ansiando por chegar a casa.
Não trocava esta localização por outra aqui perto. Gosto de sentir o pulsar da cidade.
Gosto desta sensação de que há vida para lá do meu pequeno círculo e mergulho em conjecturas sobre quem serão estas pessoas, donde vêm , para onde irão.Nunca saberei.