Hoje voltei à Foz, ao meu poiso, onde as gaivotas já me conhecem :) e onde passo alguns dos momentos mais belos da minha vida, agora que já nada me impede de sair sozinha ao Domingo à tarde, de fazer o que me apetece, sem planos, apenas com os objectos que me fazem falta: máquina fotografica, Ipod e telemóvel ( este não me é indispensável....mas convém tê-lo à mão).Estava uma daquelas tardes de sonho, em que tudo parece belo, até as pessoas que se acotovelam na estrada a olhar para o mar, sem ousar descer até à areia, que é onde se sente verdadeiramente a frescura, o cheiro e o pulsar das ondas e da espuma.
Levei para ler "O Guardador de Rebanhos" de Alberto Caeiro. Genial. Perfeito para o dia de hoje. Um livro que nos ensina a não pensar quando nos quedamos em frente às coisas belas da Natureza. Devemos deixar-nos impregnar por elas por osmose, sem usar o cérebro, apenas os sentidos...
Estive ali duas horas a olhar para um surfista no meio do mar,para
as gaivotas meias-loucas que tanto invejo, e para a "minha" rocha vitimizada por uma crueldade salgada quotidiana, que a deixa muda, lisa, cada vez mais pequena e à mercê da fúria do mar.
Há horas felizes...e há momentos em que sinto que que poderia morrer devagarinho, acabar em beleza, se não fora a minha incapacidade de fazer o que Caeiro aconselha: deixar de pensar.
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…
Mostrar mensagens com a etiqueta outono. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta outono. Mostrar todas as mensagens
domingo, 27 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
Folhas de outono
Hoje já se podiam apanhar folhas de outono com sol. Há dias quis apanhar algumas, mas estavam demasiado húmidas e mesmo quebradas da água que impiedosamente caiu. Dois dias de sol é quanto basta para as folhas cairem e se quedarem ilesas no pavimento até que um transeunte ou animal as espezinhe, amachuque e destrua para sempre...beleza tão efémera que não dispenso.
Lembro-me de a minha Mãe se queixar de Lisboa, dizendo que havia demasiadas árvores de folha perene à volta e quase não se dava pelas mudanças de estações. Era uma queixa um pouco infundada, porque sempre vivemos rodeados de tílias, choupos, árvores de fruto no meio de pinheiros, eucaliptos e cedros, esses sim, de folha verde permanente.Mas é verdade que, quanto mais norte, mais caem as folhas e mais bonito é o outono...
Aqui não me posso queixar...aliás, a maior parte destas árvores à volta já estão despidas e entrevejo alguns prédios que preferiria não ver. A Casa Andresen tambem já voltou ao vermelhão, que considero um erro, pesado e triste, sobretudo no inverno.
Mas, como ia dizendo, hoje já se podiam apanhar folhas do chão e fi-lo ao vir do café. Pu-las debaixo duns livros pesados durante uma hora, foi suficiente para ficarem prensadas, sem perder as cores lindas do ácer, que ainda parece florido da minha varanda.
Resolvi colá-las em papel próprio para pintar em acrílico, usando o gel de impasto. Durante algumas horas assim estiveram presas ao papel, como borboletas que já não podem voar..
Depois pintei-as num fundo a condizer, mistura de azul prussiano ( sempre ele), amarelo de Nápoles e ocre. A colagem ficou praticamente pronta, só falta aplicar-lhe algum verniz.
E para acompanhar música eterna numa interpretação transcendente do ADAGIO TRIO:
Lembro-me de a minha Mãe se queixar de Lisboa, dizendo que havia demasiadas árvores de folha perene à volta e quase não se dava pelas mudanças de estações. Era uma queixa um pouco infundada, porque sempre vivemos rodeados de tílias, choupos, árvores de fruto no meio de pinheiros, eucaliptos e cedros, esses sim, de folha verde permanente.Mas é verdade que, quanto mais norte, mais caem as folhas e mais bonito é o outono...
Aqui não me posso queixar...aliás, a maior parte destas árvores à volta já estão despidas e entrevejo alguns prédios que preferiria não ver. A Casa Andresen tambem já voltou ao vermelhão, que considero um erro, pesado e triste, sobretudo no inverno.
Mas, como ia dizendo, hoje já se podiam apanhar folhas do chão e fi-lo ao vir do café. Pu-las debaixo duns livros pesados durante uma hora, foi suficiente para ficarem prensadas, sem perder as cores lindas do ácer, que ainda parece florido da minha varanda.
Resolvi colá-las em papel próprio para pintar em acrílico, usando o gel de impasto. Durante algumas horas assim estiveram presas ao papel, como borboletas que já não podem voar..
Depois pintei-as num fundo a condizer, mistura de azul prussiano ( sempre ele), amarelo de Nápoles e ocre. A colagem ficou praticamente pronta, só falta aplicar-lhe algum verniz.
E para acompanhar música eterna numa interpretação transcendente do ADAGIO TRIO:
sábado, 19 de novembro de 2011
Os áceres
É a árvore mais linda que conheço, sobretudo nesta época do ano.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano. Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.
Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.
Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.
THE MAPLE TREE
I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .
I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.
Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .
Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .
Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .
Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.
I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .
by Luke
Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.
Estou rodeada deles aqui no Campo Alegre, mesmo junto à minha varanda, vejo uns quatro perfilando-se altaneiros em qualquer estação do ano. Já os fotografei várias vezes e à sua folhagem dourada ou avermelhada, filigrana relutante em cair e resistente às ventanias que nos assolam durante a noite. No chão um manto atapetado multicolor, uma paleta infindável de cambiantes artísticos.Um passeio breve pelo Botânico deixa-nos boquiabertos perante a beleza dessses ramos em contraluz, estrelas de fogo, tremeluzentes na brisa.
Esta espécie botânica devia ser glorificada aqui como é na América do Norte ou no Japãp.
Dela ( maple) se extrai o célebre maple syrup, que acompanha as pancakes ao pequeno almoço ou as tartes de maçã ao lanche.
Encontrei um poema lindíssimo, que se poderia aplicar aos centenários áceres do Botânico, que viram a família Andresen nascer, crescer e morrer...e, agora, vêem dezenas de crianças a correr nestes jardins, colhendo ou pisando as folhas rendilhadas...
é o eterno retorno...
a Vida que não pára...
benditas árvores que nos trazem a certeza de um mundo mais belo.
THE MAPLE TREE
I don’t know why God placed me here
But I think He picked the perfect spot .
Here now for a century , not just anywhere
But here ! This is my chosen lot .
I’ve shaded this quiet country home .
Watched this family passing by .
Watched children grow and leave to roam .
Felt my leaves blow off and die.
Heard children’s laughter fill the air
Swinging on a swing in my branches there.
Watched her brush her auburn hair
Underneath my branches there .
Sunday picnic beneath my summer shade .
Watched a loving family have fun and play
Watched her auburn hair begin to fade
As time gently coaxes her hair to gray .
Seasons come and seasons go .
Horse and wagons pass to and fro.
God continues to let me grow
In this favorite spot I know .
Years pass by , the road is paved .
Cars and truck go swishing by.
Times are changing , nothings saved .
Every one rushing, on the fly.
I think I know why God placed me here
A loving shelter from life’s storms
Help protect a wonderful family from all fear
With shade and cover from devil’s swarms .
by Luke
Peço desculpa de não apresentar um poema em português, mas não encontrei nenhum que se assemelhasse.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Tons outonais
Hoje passeei um pouco no jardim antes de ir ver a exposição citada.Tinha de esperar meia hora, de modo que dei uma volta grande e conversei com os jardineiros que estavam numa grande azáfama , a apnhar as folhas (?) das áleas por onde se passa...adoro passar por cima delas e ouvir orestolhar, mas , como choveu, tornam-se perigosas...o cheiro das plantas é incr´vel depois de dois dias de chuva intensa, é mesmo inebriante e puro. Até custa a acreditar que dum lado e doutro do jardim passam carros, autocarros e camionetas a toda a hora. Não fora o barulho dos mesmos, estaríamos num pequena floresta tropical, um microcosmos,onde há de tudo, desde os abetos dos países nórdicos, donde provinha a família Andresen até aos cactos do deserto, enormes a lembrar o faroeste. Fotografei alguns troncos de árvores especialmente para o meu amigo Paulo, que gosta tanto delas...as folhas já estavam todas a mudar de cor e o ambiente era de paz. A minha filha faz todos os dias meditação no Hyde Park de Leeds ou no common em frente da sua casa. Hoje imbuí-me desse espírito e procurei evadir-me totalmente dos problemas que me rodeiam. Fez-me bem.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
O outono...sempre belo
Anteontem o meu neto veio dormir a minha casa e tê-lo aconchegadinho na cama, adormecido e feliz é um dos prazeres que mais me conforta. Viver só é bom, habituei-me rapidamente à liberdade, mas poder escolher a companhia é um luxo.
Não gosto de obrigações, adoro propor, sugerir e acolher quem e quando me apetece. Não dou festas, nem sequer jantares de amigos, pouco cozinho para a família - embora cozinhe bem, na minha modesta opinião - vou a casa dos meus filhos para o Natal e aniversários ou ao restaurante para festejar algum êxito dos meus.Mas de vez em quando, adoro receber em minha casa as pessoas de quem gosto.
Estar com o meu neto mais velho é o melhor de tudo. Ele sente um enorme carinho por mim, que não é igual ao dos irmãos mais novos, ainda demasiado dependentes dos Pais. Sempre houve grande cumplicidade entre nós, desde que esteve no infantário da minha Escola e eu o trazia para minha casa aos 2 anos. Era já nessa altura, uma criança inteligente e doce, adormecia na cadeirinha quando íamos até à Boavista,brincava por ali, limpava os bancos cheios de pó com lencinhos de papel, corria atrás dos pombos, dava-lhes pãozinho, eu sentia-me mais nova....e era efectivamente mais jovem.
Ontem, depois de ver um pouco de TV, fomos para o Jardim Botânico, por escolha dele. Cada folha, cada árvore, cada flor que vemos juntos, cada momentovivido ali se torna belo. Sou uma privilegiada.Aquelas pedras tem a nossa impressão digital.
Tirei fotos diferentes...já outonais...com as cores desta estação do ano, de que tanto gosto. É bom viver.
Não gosto de obrigações, adoro propor, sugerir e acolher quem e quando me apetece. Não dou festas, nem sequer jantares de amigos, pouco cozinho para a família - embora cozinhe bem, na minha modesta opinião - vou a casa dos meus filhos para o Natal e aniversários ou ao restaurante para festejar algum êxito dos meus.Mas de vez em quando, adoro receber em minha casa as pessoas de quem gosto.
Estar com o meu neto mais velho é o melhor de tudo. Ele sente um enorme carinho por mim, que não é igual ao dos irmãos mais novos, ainda demasiado dependentes dos Pais. Sempre houve grande cumplicidade entre nós, desde que esteve no infantário da minha Escola e eu o trazia para minha casa aos 2 anos. Era já nessa altura, uma criança inteligente e doce, adormecia na cadeirinha quando íamos até à Boavista,brincava por ali, limpava os bancos cheios de pó com lencinhos de papel, corria atrás dos pombos, dava-lhes pãozinho, eu sentia-me mais nova....e era efectivamente mais jovem.
Ontem, depois de ver um pouco de TV, fomos para o Jardim Botânico, por escolha dele. Cada folha, cada árvore, cada flor que vemos juntos, cada momentovivido ali se torna belo. Sou uma privilegiada.Aquelas pedras tem a nossa impressão digital.
Tirei fotos diferentes...já outonais...com as cores desta estação do ano, de que tanto gosto. É bom viver.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
De novo o outono...e as bétulas
Quando frequentava a Paleta, o primeiro atelier, aprendi a trabalhar com pastel de óleo e fiz mais de trinta quadros, alguns de flores e árvores, pois a Natureza é o tema mais inspirador para quem está a começar.
Ao arrumar esses quadros, fiquei com uma certa nostalgia, houve quadros que ofereci no Natal de há três anos e que estão nas casas dos meus irmãos e sobrinhos e dos quais não ouvi falar nunca mais....infelizmente nunca me mandaram uma foto deles colocados na parede. Gostava de saber onde param....a culpa também é minha que raras vezes me desloco a Lisboa ou a Coimbra. Cada vez gosto mais de estar aqui nesta cidade e a sair, é para fora do país.
Um dos temas que mais aperfeiçoei foi o das bétulas, árvore que existe aqui no Jardim Botânico e que tem o tronco quase branco com sulcos negros, ao longe até parecem prateadas. Pintei uns seis quadros, que estiveram patentes ao público na expo do Vivacidade. São todos pintados a pastel.
Ontem resolvi voltar ao tema e fiz um quadrinho pequeno de que gosto, inspirado numa fotografia do outono. É mesmo figurativo e deu-me muito gosto a pintar. Não o fiz em pastel de óleo , mas em acrílico sobre tela.
Ao arrumar esses quadros, fiquei com uma certa nostalgia, houve quadros que ofereci no Natal de há três anos e que estão nas casas dos meus irmãos e sobrinhos e dos quais não ouvi falar nunca mais....infelizmente nunca me mandaram uma foto deles colocados na parede. Gostava de saber onde param....a culpa também é minha que raras vezes me desloco a Lisboa ou a Coimbra. Cada vez gosto mais de estar aqui nesta cidade e a sair, é para fora do país.
Ontem resolvi voltar ao tema e fiz um quadrinho pequeno de que gosto, inspirado numa fotografia do outono. É mesmo figurativo e deu-me muito gosto a pintar. Não o fiz em pastel de óleo , mas em acrílico sobre tela.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Inspiração outonal
Eis o meu primeiro quadro produzido no meu atelier...
Lembro-me do poema de Cat Stevens :
Morning has broken, like the first morning
Blackbird has spoken, like the first bird
Praise for the singing, praise for the morning
Praise for the springing fresh from the word
Aparentemente nada tem a ver com a pintura... mas
para mim este quadro representa um renascer para a
Arte, agora
num espaço meu que está mesmo inspirador. Foi feito com acrílico sobre placa de MDF
Lembro-me do poema de Cat Stevens :
Morning has broken, like the first morning
Blackbird has spoken, like the first bird
Praise for the singing, praise for the morning
Praise for the springing fresh from the word
Aparentemente nada tem a ver com a pintura... mas
para mim este quadro representa um renascer para a
Arte, agora
num espaço meu que está mesmo inspirador. Foi feito com acrílico sobre placa de MDF
sábado, 3 de setembro de 2011
Tons outonais
Hoje descobri que o Outono já chegou...as árvores dos pinhais da Foz já estão castanhas e parece que vivemos num país do norte da Europa, com temperaturas a rondar os 20º, chuva ou aguaceiros, nuvens cinzentas e ameaçadoras.
Gosto do Outono, quando ele não vem cedo demais, mas talvez porque este ano fui para a praia em Julho, parece-me que já é a altura das folhas mudarem de cor...as primeiras são as vinhas virgens, que tão belas se tornam, adquirindo aquele tom vermelho e único. Os últimos são os carvalhos aqui da rua, que até Dezembro ostentam uma cabeleira ruiva e afogueada para depois ficarem negros e esguios a olhar o céu.
Pintei três quadrinhos hoje, precisamente sobre este tema...estava inspirada e apetecia-me passar toda a tarde em casa.
Acabei por ir à Foz com os meus netos mais novinhos e fez-me bem respirar o ar de mar e contemplar as nuvens em castelo prateado por cima de Gaia, lá longe.
Já não havia quase ninguém na areia, de repente, numa semana, acabou o verão... como se alguém tivesse fechado a porta da praia e do mar aos banhistas e pusesse um letreiro a dizer: "Proibido veranear!"
Os miudos divertiram-se no "Homem do Leme", parque infantil perto da estátua, muito agradável para as famílias em frente ao mar...estava-se bem, ainda que não haja possibilidade de grande descanso com crianças. A alegria deles, porém, compensa.
Esta foto foi tirada por mim há já dois anos, mas é a que melhor espelha o que a estátua representa....um barco ao fundo, uma criança junto ao Homem, que fita o mar sem cessar.
Gosto do Outono, quando ele não vem cedo demais, mas talvez porque este ano fui para a praia em Julho, parece-me que já é a altura das folhas mudarem de cor...as primeiras são as vinhas virgens, que tão belas se tornam, adquirindo aquele tom vermelho e único. Os últimos são os carvalhos aqui da rua, que até Dezembro ostentam uma cabeleira ruiva e afogueada para depois ficarem negros e esguios a olhar o céu.
Pintei três quadrinhos hoje, precisamente sobre este tema...estava inspirada e apetecia-me passar toda a tarde em casa.
Acabei por ir à Foz com os meus netos mais novinhos e fez-me bem respirar o ar de mar e contemplar as nuvens em castelo prateado por cima de Gaia, lá longe.
Já não havia quase ninguém na areia, de repente, numa semana, acabou o verão... como se alguém tivesse fechado a porta da praia e do mar aos banhistas e pusesse um letreiro a dizer: "Proibido veranear!"
Os miudos divertiram-se no "Homem do Leme", parque infantil perto da estátua, muito agradável para as famílias em frente ao mar...estava-se bem, ainda que não haja possibilidade de grande descanso com crianças. A alegria deles, porém, compensa.
Esta foto foi tirada por mim há já dois anos, mas é a que melhor espelha o que a estátua representa....um barco ao fundo, uma criança junto ao Homem, que fita o mar sem cessar.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Domingo a cores
Ao vivo e a cores, como se diz na TV....Aqui está o quadrinho que acabei ontem e que é mesmo pequenino como os outros - as telas só custam 1 euro e 50 no chinês:))
Gosto dos quatro juntos, fazem-me recordar as 4 estações do ano...Vivaldi....passeios nos campos verdejantes do Yorkshire ou nos Dales, os arredores de Chaves, os pinheiros da Sertã, onde passei anos da minha vida noutra encarnação (!!!)
E aqui vai O Outono De Vivaldi para vos animar neste Domingo de Eleições :(. O vídeo é todo animação de Ferenc Cakó, feita na areia. Muito curioso e, na minha opinião, genial. Que me dera desenhar assim....
sábado, 20 de novembro de 2010
Tarde calma de outono
Lá fora chuvisca de vez em quando, mas quando as nuvens não estão muito espessas, abrem-se clareiras luminosas de uma cor dourada-prateada magníficas. As árvores saúdam esta luz benfazeja, brilhando em todas as suas gotículas. Uma imagem que se alia ao cheiro característico da humidade entranhada na natureza, só possível nestas épocas de invernia.
O meu neto assobia melodias várias enquanto constrói uma carro em LEGO, bem complexo, com peças minúsculas,
Na cozinha, pinto e preparo um assado ao mesmo tempo. Vou-lhe fazer peixinhos da horta, a ver se ele come vagens ( diz que não gosta).
O meu quadro está um pouco gótico, mas hoje enveredei pelo roxo e lilás, cores de que que gosto muito. São invernias também.
Nos intervalos dos assobios, ponho a tocar os Improvisos de Schubert. Maria João Pires no seu melhor.
Quereria guardar estes momentos e metê-los num cofre para os abrir quando, já senil, não puder viver a 100% e os netos já forem grandes , estiverem ocupados e eu rodeada de estranhos. É uma imagem que me assusta.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Paleta de cores
Hoje acabei um quadro que estava em stand-by há uns dias. Tem um não sei quê de abstracto, embora seja mais figurativo...neste momento as florestas têm todas as cores possíveis e foi isso que tentei transmitir.
EM NOVEMBRO
Nostálgico este dia,
Neste mês tão peculiar como é Novembro.
Tudo se clarifica e refina;
As árvores despem-se de vez numa ousadia que desengana as cores-frias-de-amarelo-fogo que revestem o Outono.
Em Novembro,
A estação atinge a sua plenitude.
A chuva perde a sua timidez;
O frio engalanado lidera manhãs, tarde e noites;
E o amigo vento alia-se de bom grado, para juntos trazerem o mau tempo em pessoa.
Novembro,
É o mês que proporciona a autenticidade do que na Natureza é per si genuíno.
As noites de Novembro tornam especiais os primeiros serões à lareira e exultam o estado de reflexão.
É altura de nos rendermos e procurarmos "aquele" cachecol tão quentinho que relembra o sabor único das castanhas assadas...
Em Novembro,
O nevoeiro matinal envolve de mistério a aurora, e o Sol seu prisioneiro, tenta em vão brilhar.
Em Novembro,
A nostalgia preenche os dias e abraça as noites de uma forma única e especial...
Fly - in Luso-poemas
sábado, 6 de novembro de 2010
Pintura aguarelada
Outono
Está um dia cinzento, com uma calmaria ímpar,
POEMA AO OUTONO
Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome,
somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente
e tão avara
de alegria.
Eugénio de Andrade
E a música de Vivaldi:
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Depois da tempestade
É bem verdade....vem a bonança....hoje está uma tarde límpida, com nuvens lindas a ameaçar - só ameaçam - chuva e embelezam o céu e tornam tudo mais nítido, mais transparente e mais belo.
Tinha de sair numa tarde assim...até me apetecia ir no autocarro e ver os pinhais da Foz ( que não tem pinheiros, mas áceres, castanheiros e carvalhos) todos doirados e acobreados como acontece nesta altura do ano. Esperei algum tempo e constatei com pena que o muro do Botânico está cheio de grafitti, desfeia-o totalmente e é uma ofensa ao património de todos nós.
Na Foz estava pouca gente, talvez porque se fazia sentir uma brisa fresca marítima, mas o sol quando descobriu, era quente e forte, aquecendo a sério os que ousaram sentar-se nas cadeiras maravilhosas do bar dos Ingleses.
Ali estive a ver o bailado das gaivotas - muitas - que saltitavam e voavam na areia e por cima dos rochedos negros da praia. As ondas eram de borrasca, mas amainaram com o avançar das horas.
À vinda fui ao Pingo Doce, comprar fruta e outras coisas que precisava. Trouxe-as num saco carro de compras do Chinês. Ali há tudo!
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
O Outono tarda a chegar
Fui ao Jardim Botânico durante uma hora para apanhar umas pinhas para a lareira, antes que comece a chover e elas fiquem encharcadas. Havia-as aos montes, cheias de resina e envoltas em caruma, com aquele cheirinho tão especial que me faz lembrar a minha infância na quintarola de Albarraque, onde passávamos parte das férias até aos meus dez anos. Os meus netos gostam muito de fazer essa actividade , mas o jardim agora fecha aos fins de semana e nos dias normais as 4 horas, de modo que era impossivel ir com eles.
Está um dia lindo, daqueles a que os ingleses chamam "Glorious"...eles não têm muitos destes lá na sua terra. Não há uma única nuvem no céu e por entre as árvores densas, vêem-se pedacinhos de azul luminoso. Tiro sempre fotos diferentes neste local e adoro ouvir os passarinhos, anda que entrecortados pelos automoveis e pesados da VCI.
Andam a restaurar a casa dos Andersen, que está envolta num manto branco, como aquelas peças de mobiliário nas casas antigas, quando a família partia para férias.
A secura torna as flores quase inexistentes e as que há, rosas, malmequeres, repúblicas, estão sequiosas e muito abandonadas. O jardim de nenufares tb parece outro de tão degradado. Não haverá uma associação de voluntários que queira vir para aqui restaurar o jardim?

Mesmo assim...vale sempre a pena ir em busca do Outono. As primeiras plantas a vestir-se de cores multivariegadas são os áceres e as vinhas virgens, lindas nas suas roupagens de carmim e ouro. Em breve todas as outras estarão prontas para o baile outonal.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Ainda o Outono

Esta tarde fui de autocarro para o meu atelier. No caminho a pé, reparei nalgumas árvores já meio despidas e noutras ainda a viver em pleno outono.Tirei umas fotos. Um contraste lindíssimo no dia esplendoroso de sol que esteve. Dentro do autocarro, ao passar na Rotunda da Boavista,







Tudo isto num raio de 500m. A não perder nesta altura do ano.
Graças à minha mini-digital Canon Ixus. Do autocarro. Para mais tarde recordar.
( Cliquem nelas que vale a pena)
Um poema que exprime o que sinto pelas árvores.E uma pintura das primeiras que fiz.
Uma fila de árvores caminha pela minha rua
Uma fila de árvores caminha pela minha rua
em direcção ao Norte.
As árvores caminham lentamente, com o rosto
levantado, arrogantes ou tristes, com essa lentidão do
equilibrista sobre um campo de minas.
Pudessem ser amigos que fugiram da morte,
pois a morte tem apego ao Sul.
Pudessem ser uma fila de homens sem casa nem
família com a convicção do soldado que
avança para a derrota.
Mas são apenas árvores, altas, de folha perene, cujos passos
impassíveis nunca perdem o ritmo,
uma fila que o vento não dissolve nem extingue.

Eu não quero saber que dor as sujeita, nem que
mão imprudente as animou a crescer.
Apenas as observo passar, dia após dia, passar desde
a infância, desde o primeiro amor.
Quereria perguntar-lhes os nomes, mas calo-me.
Quereria que a noite chegasse e as cobrisse:
Que inclinassem apenas a cabeça ao morrer.
Jesus Urceloy
Subscrever:
Mensagens (Atom)