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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Nova mensagem as 7 da manhã

Já me estou a habituar a dormir em duas fases....das 3 as 7 e depois das 8 as 11. Nunca consigo estar oito horas seguidas na cama, sofro de insónia permanente.

A manhã está luminosa, clara, as árvores cada vez mais cheias, parece que nunca perderam a folha, os áceres rendilhados em fundo azul quedam-se impávidos perante a poluição dos autocarros, que continuam a deslizar rua abaixo a grande velocidade. Estes são movidos a gaz natural, talvez não poluam tanto, a verdade é que as folhas continuam a brotar todos os anos, como se a natureza tivesse uma força sobrenatural a explodir dentro dela.

Se fosse uma pessoa com coragem, saía agora e ia passear para as margens do Douro. É uma das coisas que mais gostaria de fazer,ver o nascer do sol no rio, tirar fotos; é dos cenários mais lindos aqui do Porto. Mas não, levantei-me durante demasiados anos às 7 - desde os meus 10 anos até aos 60 non-stop - e cansei-me. Já só quero sopas e descanso...dormir...sem obrigações...e música...

Aqui fica mais uma bela peça sacra: Stabat Mater de Vivaldi. Penso nas mães que vêem os filhos a sofrer. Deve ser a experiência mais dolorosa que alguém jamais viveu. Estou com elas, enquanto oiço esta música maravilhosa.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Cidade do Porto

Basta sair e andar uns dois kms para chegar à zona mais cosmopolita do Porto, a Rotunda da Boavista, com as suas árvores centenárias e belas,
que, nesta altura, ostentam um manto dourado numa das áreas mais poluídas do centro. Perguntamo-nos como é que sobreviveram a tanto despautério, às lufadas de dióxido de carbono que os milhares de automóveis deixam escapar a toda a hora. Aqueles troncos e aquelas raízes devem estar em pior estado do que os pulmões de fumadores de longa data. Mas todos os anos, elas renascem, murcham e estiolam para renascer outra vez... há mais de cem anos. Hoje andei por lá e pela Rua Júlio Diniz,
uma das artérias que , em tempos áureos, se orgulhava de ter as lojas mais chiques da cidade, sapatarias finas, confeitarias, cafés, etc. Hoje quase só se vêem bancos ou lojas de chineses, e umas tantas - bastantes - estão fechadas ou à venda. Faz dó. O mesmo acontece no shopping Cidade do Porto,
onde vou sempre com gosto; loja sim, loja não, vão fechando, abrem outras de quinquilharia, bijuteria barata, sapatarias desportivas e pouco mais. Felizmente a Livraria Leitura mantém-se estável com o café Arcádia, onde se podem ainda saborear os chocolates mais conhecidos doPorto, antes dos Ferrero Rocher e os Milka terem invadido os supermercados. O meu Pai levava sempre bonbons da Arcádia
quando vinha ao Porto, cidade de que ele gostava muito e onde comprava grande parte da sua roupa. Pergunto-me o que vai ser destes locais carismáticos, quando a recessão der cabo de tudo....e o que vai ser de nós, que nos habituámos a passar por ali e a sentir o calor das coisas antigas, menos comerciais, familiares e próprias das gentes que aqui vivem.

Vai ser como o bacalhau...
já ninguém se lembra da maravilha que era comer uma posta assada na brasa com cebola e alho, antes de acabarem com o nosso fiel amigo. Já nem sei a que sabe o bacalhau, parece tudo menos aquilo que era...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Outono tarda a chegar



Fui ao Jardim Botânico durante uma hora para apanhar umas pinhas para a lareira, antes que comece a chover e elas fiquem encharcadas. Havia-as aos montes, cheias de resina e envoltas em caruma, com aquele cheirinho tão especial que me faz lembrar a minha infância na quintarola de Albarraque, onde passávamos parte das férias até aos meus dez anos. Os meus netos gostam muito de fazer essa actividade , mas o jardim agora fecha aos fins de semana e nos dias normais as 4 horas, de modo que era impossivel ir com eles.
Está um dia lindo, daqueles a que os ingleses chamam "Glorious"...eles não têm muitos destes lá na sua terra. Não há uma única nuvem no céu e por entre as árvores densas, vêem-se pedacinhos de azul luminoso. Tiro sempre fotos diferentes neste local e adoro ouvir os passarinhos, anda que entrecortados pelos automoveis e pesados da VCI.


Andam a restaurar a casa dos Andersen, que está envolta num manto branco, como aquelas peças de mobiliário nas casas antigas, quando a família partia para férias. Dizem que vai haver lá uma exposição. Grande ideia, pois a casa estava mesmo a precisar de obras.
A secura torna as flores quase inexistentes e as que há, rosas, malmequeres, repúblicas, estão sequiosas e muito abandonadas. O jardim de nenufares tb parece outro de tão degradado. Não haverá uma associação de voluntários que queira vir para aqui restaurar o jardim?
Mesmo assim...vale sempre a pena ir em busca do Outono. As primeiras plantas a vestir-se de cores multivariegadas são os áceres e as vinhas virgens, lindas nas suas roupagens de carmim e ouro. Em breve todas as outras estarão prontas para o baile outonal.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hyde Park - Leeds



Toda a gente conhece o Hyde Park de Londres, o grande parque da cidade, chamado o pulmão, com kms de comprido se unido aos Kensington Gardens. Fi-lo de fio a pavio várias vezes, sempre que ia a Londres, fizesse chuva ou sol. E vi a Serpentine, o grande lago completamente gelado em Janeiro de 1971 com os patinhos abrigados debaixo das pontes e a neve a cair. A minha irmã e eu corríamos que ne malucas, apesar de já termos vinte anos.

Este Hyde Park que aqui vos apresento é outro, muito mais pequeno, mas lindíssimo na sua simplicidade britânica. Sempre adorei os lawns dos campus universitários e este parque, dada a sua proximidade com a Uni de Leeds, é um prolongamento dos jardins da mesma. É lindo no inverno com as árvores despidas e no verão com elas cheias de folhas e a relva tem um tom verde esmeralda em qualquer altura do ano.




Muitas horas tenho aqui passado com a minha filha. Ela adora este local...

Tem um rinque de skates , um parque infantil e um campo de jogos numa das extremidades. É raro não ver lá ninguém , mesmo em dias de chuva. No canto, há o Hyde Park Corner que não serve para oradores falarem de política, como em Londres, mas para lancharmos ou jantarmos nuns locais super animados, cheios de jovens e musica apetecível. Nenhum tem TV!!
As fotos foram todas tiradas por mim em várias épocas do ano...cliquem nelas que vale a pena!



Foto artística tirada em pleno inverno

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Abstracto




Ontem fiz este abstracto no atelier. Já o tinha começado há semanas , mas não me estava a sair bem, o meu prof encorajou-me a continuar e ensinou-me,ainda, a técnica para conseguir este efeito. Acho que ficou diferente.
A foto não está maravilhosa, ao vivo é melhor.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Outono



(Fotos minhas tiradas na Rotunda da Boavista - Novembro 2008 - clicar)


O Outono já chegou - aos arrufos do vento
as folhas num desmaio embalam-se pelo ar... - vão caindo...caindo
uma a uma, em desalento
e uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...

O céu perdeu o azul - vestiu-se de cinzento
e envolveu na neblina a luz baça do luar...
- na alameda onde vou, de momento a momento,
há um gemido de folha a cair e a expirar...

O arvoredo transpira as carícias dos ninhos,
e o vento a cirandar na curva das estradas
eleva o folhareu no espaço em redemoinhos...

Há um córrego a levar as folhas secas em bando...
- e à aragem que soluça entre as ramas curvadas,
parece que o arvoredo em coro está chorando!...

Camilo Pessanha

domingo, 11 de outubro de 2009

Englischer Garten - Munique




O Outono este ano parece não querer chegar. Choveu bastante na semana que finda, mas há dois dias que o sol teimou em reinstalar-se e acordou esplendoroso , como se de Verão se tratasse.
Lembro-me que, na Alemanha, por esta altura, costumava visitar o meu filho e família em Munique e o meu deleite era andar a pé no Englischer Garten - o maior parque de cidade da Europa, kms e kms de árvores, caminhos, riachos, que gelam no inverno, cascatas, miradouros, restaurantes ao ar livre e até um anfiteatro , onde no mês de Julho se representam peças pelo famoso Münchener Sommertheater, do qual o meu filho João fez parte durante quatro anos ou mais.Não se pagava entrada, as pessoas iam pelas 7, sentavam-se nos degraus do anfiteatro, abriam as cestas e todos se irmanavam num piquenique gigantesco recheado de iguarias, vinho, bolinhos de bacalhau, presunto, etc. Quando o sol se punha, começava o teatro e após escurecer totalmente, no primeiro intervalo, os espectadores compravam um balão ( tipo S. João) com vela dentro, que ficava aceso até ao fim do espectáculo , enterrado na relva.



Tartuffe de Moliére

É um local paradisíaco em todas as estações do ano, no inverno com a neve e as árvores despidas, fica frio e belo mas um pouco tristonho, sobretudo porque anoitece pelas 3 horas e não se vê quase ninguém. No Verão, pelo contrário, as bicicletas, trotis, bébés e crianças enxameiam as áleas, buzinando alegremente e chilreando como os passarinhos. Lembro-me que quando ia sozinha passear, levava o meu discman - ainda não havia IPods - e deitava-me na relva a olhar para o céu e a ouvir a música - sentia-me num local privilegiado onde só os eleitos têm assento....mas os eleitos eram muitos a picnicar, a dormir, a jogar ao disco, a namoriscar, a estudar e sobretudo a apreciar um dos locais mais belos da sua linda cidade.





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