É o que tem sido mais benéfico nestas duas semanas....nada saber do que se passa, a não ser por terceiros, ir aproveitando ao máximo o silêncio da TV, reaprender a viver sem os políticos, os politólogos, os que tem a mania de que sabem dissertar sobre o estado calamitoso da nação e do mundo, ignorá-los por completo durante dias e dias tem sido um bálsamo...embora só ontem e hoje tenha estado mesmo afastada de qualquer meio de comunicação ( excepto o tm, muito útil para se saber que os filhos chegaram bem).
Mas o massacre de Oslo acabou por me chegar aos ouvidos dois dias depois...Oslo, onde namorei o meu futuro marido em 1965, uma terra que parecia o paraíso, cheio de fjordes, de ilhas, de lagos, neve, montanhas e gente civilizada...pergunto-me o que levou aquele jovem a matar outros jovens....ainda se se vingasse na geração anterior, ainda compreendia (?).
A xenofobia leva a situações desesperadas e é nesses países civilizados que nunca conheceram colónias, nem sequer conseguiram civilizar no tempo dos vikings, pois no fundo eram bárbaros e violentos por natureza, que o ódio ao estrangeiro mais se faz sentir. Não acontece em Inglaterra por exemplo, onde praticamente para cada inglês, há cinco estrangeiros ou imigrantes.
Entretanto aqui goza-se a Vida enquanto se pode, rodeados de estrangeiros alegres, cientes de que dum momento para o outro as coisas mudam e há sobressaltos.
Já os tive e as férias eram muitas vezes seguidas de drama...daí nunca contar como seguro aquilo que tenho.
Ontem o meu neto encontrou um grupo de miudos a jogar futebol à noitinha na praia, onde andámos a passear e jogou futebol com eles, todos pequenitos e muito engraçados, gente diversa, ingleses, portugueses, alemães, felizes por poderem dar com o pé na bola...é assim que se deve viver.