quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cidade morta

Tenho a sensação de viver numa cidade morta...

Agosto, mês quente, tem sido apenas cálido e por vezes aé fresco. Não há bulício, apitadelas, travagens bruscas aqui na rua, o que é óptimo. Mas sente-se que a vida parou, as pessoas andam tristonhas, os cafés meio cheios, o ar pesado.

Ontem fui ao Cidade do Porto
e a rapariga da caixa no Froiz disse-me com ar triste que numa semana fecharam três lojas...é possível que abram outras, parte do edifício está em renovação, a praça da alimentação do piso de baixo está fechada para obras. A Leitura continua convidativa, mas é curioso que não me apeteceu ler nenhum dos livros expostos, nem mesmo A Viagem à India, de Gonçalo M Tavares, que tão falado tem sido. É um romance em Cantos, como os dos Lusíadas, e deve ser interessante, mas é caro e pesado, não me apeteceu comprar mais um livro para encher as prateleiras, que já estão demasiado cheias. Ontem passei muita roupa a ferro, porque me apetecia fazer algo, cosi cinco pares de calças do meu filho, cujas bainhas estavam meias rotas de roçar no chão, lavei roupa, andei numa dobadoira por pura adrenalina e necessidade de me sentir viva.
É raro passar Agosto no Porto, no ano passado fui à Madeira, onde passei uns dias de sonho, há dois anos estive em Boston e em Porto Santo...

Tenho um projecto em mãos neste momento que tem a ver com o meu apartamento da Ramada Alta, onde o meu filho mais novo irá provavelmente viver, a partir de Setembro.
Vivi lá quatro anos e gosto muito daquela casa, não só porque representou a minha independência em 2002, mas também porque é ampla, tem uma vista esplendorosa sobre a parte ocidental do Porto, até ao mar, que se vê desde a Afurada até a Matosinhos e Leça nos dias claros. Tem muito mais sol que este apartamento, tristonho no verão. Pode-se mesmo ver o por do sol sobre o mar todos os dias, se não houver nevoeiro.
Hoje vou lá voltar para ver como está, pois tem estado á venda e não sei se as visitas o trataram bem. Aproveitarei para matar saudades dum tempo que foi belo e dramático simultaneamente. Mudei para fcar perto dos filhos e netos, mas não esqueci aquela sala, onde passei tantas horas de liberdade recente.

Para a semana volto ao Solinca, ando com dores nas costas e não me apetece muito fazer esforço físico continuado, mas quero continuar o meu plano de fitness, que não descurei na Luz, apesar da alimentação menos ortodoxa que lá se faz.:)