segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Memórias

Hoje fui "a toque de caixa" para o apartamento da Ramada Alta pelas 12.30 pois os homens da Conforama, que tinham ficado de lá ir  à tarde - telefonaram-me pelas 12.30 a ver se podiam colocar os moveis e máquinas antes do almoço. Meti-me num taxi e cheguei lá em dez minutos, os feriados são fantásticos para se andar nesta cidade.
Entretanto, enquanto eles montavam as cadeiras , mesa e estante, enchi de novo as capas dos sofás, que tinha lavado aqui em casa e ficaram um brinquinho. Encontrei na garagem umas almofadas vermelhas bordeaux, que lhes dão alguma cor. A mesa de jantar ficou um espanto, é castanho escura, com tampo em vidro - uma parte - o que lhe dá uma leveza enorme e as cadeiras são muito bonitas e até um pouco clássicas, com tampos de veludo branco sujo....muito bonitas e foram tão baratas.
A estante, então, faz os meus encantos é uma quadrado com dezasseis buracos, sem costas, mas com os livros - mesmo os codigos e quejandos - vai ficar lindissima!
 Os homens eram muito simpáticos e como sempre, disseram: A senhora tem aqui uma vista.....o mar todo de ponta a ponta. Indeed.

Alegro-me com estas pequenas coisas. Limpei tudo na cozinha, coloquei alguns objectos que estavam na garagem e faziam falta na casa e saí para a Serpa Pinto.
Na farmácia, que está aberta 24 h por dia - é uma das melhores do Porto - consegui comprar um medicamento  sem receita médica, pois a Dra conhece-me há 30 anos, desde que fui viver para aqueles lados. Evitou-me ter de marcar uma consulta só para arranjar um medicamento sem o qual não consigo dormir.
O dia está soalheiro, as pessoas com quem me cruzei eram simpáticas e fiquei a pensar na minha vida que decorreu naquele perímetro de ruas de 1977, tinha o meu filho mais velho um ano, até 2006, quase três décadas. Foram os anos mais importantes da minha vida profissional e familiar. Toda a gente me conhecia ou do liceu ou da casa. Fui professora de meio mundo....

Esta colagem reflecte o que vejo na Ramada Alta. Fi-la já há tempos para o blogue. Gostava de ser capaz de a pintar.

Estou bem mais ligada àquela zona que aqui ao Campo Alegre, muito fino, mas muito novo-rico, com casais pseudo-queques, que nos olham de alto a baixo, à saída do elevador.
Estou em crer que um dia voltarei para o meu apartamento, quando os meus netos forem grandes ou se  resolverem mudar de casa. Esta foi muito cara e não vale o que custou. Foi puro amor de Mãe e Avó, o que me levou a vir para aqui...mas penso, muitas vezes, que ali estava melhor, mesmo sozinha, há lojas, gente, comodidades, minimercado, farmácia, multibanco, taxis, metro... ao sair do portão... e aqui só tenho árvores, árvores, árvores,...que não falam comigo e perdem a folha, mal vem o Outono.