Não escrevi nada no fim de semana. Não estava para aqui virada.
Fui ver o filme "Os Descendentes".Interessante. Relações humanas numa família que sofre um desaire súbito quando menos o espera. Surpresa, choque, adaptação à nova situação, fragilidades das relações conjugais, cumplicidade pais-filhos, conflito de gerações, tudo isto aparentemente antagónico tratado com delicadeza, mas sem grande profundidade, numa toada um pouco cor de rosa, mas não demasiado lamechas.
O meu ex- costumava dizer ironicamente que os americanos sofrem muito, mas sempre com grande conforto!! Foi o meu comentário silencioso no fim do filme.
Fui sozinha e gostei da experiência. Mas não é filme que veja outra vez, não me fez vibrar muito, nem chorar.George Clooney, que interpreta bem o papel, só me lembra o Nespresso, que uso todos os dias. É pena, mas para mim, que tenho uma memória visual quase doentia, ficou mesmo queimado , como aquelas peças musicais lindíssimas que as orquestras de música ligeira tipo James Last ou pianistas como Clayderman transformam em clichés banais, sem falar de "cantoras" como a Ana Faria que ganhou balúrdios cantando leitmotifs de música clássica com letras ridículas para crianças e assassinando muitas peças carismáticas como O Lago dos Cisnes ou a Barcarola de Oberon. Os meus filhos adoravam....mas eu achava um sacrilégio.
A paisagem é a parte mais bonita do filme, o Hawai espectacular e acolhedor, uma mensagem ecológica que passa bem.Ando um pouco blasée de filmes americanos, tenho visto poucos filmes de que goste muito este ano, ficam sempre aquém do que espero. Devo esperar demais.