quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Céu infinitamente azul

Já me traz um pouco de inquietação, abrir a janela todos os dias e deparar-me com o céu imenso, azul, sem manchas, sem núvens, quase imóvel e estático.

Seja na frente da casa, seja na parte detrás já há indícios da Primavera, as árvores já têm mais folhas, as flores começam a surgir e o inverno parece ter-se ido, sem nunca ter vindo a sério.
Tem estado muito frio, mas os dias são tão quentes, o sol tão benevolente que nos esquecemos da friagem que nos assola a partir das seis da tarde. Em casa está-se bem com aquecimento ou lareira e há um sorriso nos turistas que nos visitam, como se quase não acreditassem no que estão a ver.


Aqui anoitece duas horas mais tarde do que em Inglaterra, quando falo com a minha filha no skype, lá já está escuro e vêem-se as luzinhas da janela do quarto dela ao longe. Aqui ainda a luz dourada desce sobre a Casa Andresen, transformando as vidraças em lingotes de ouro que a pouco e pouco se apagam.

Onde irá acabar esta espécie de paraíso? Receio que daqui a pouco já se fale em barragens sem água, electricidade importada, agricultura queimada pela geada, seca no Alentejo e no Algarve.

O Carnaval vai ser rijo segundo dizem as revistas cor de rosa.É-me absolutamente indiferente, não gosto desta época do ano, nunca gostei da folia forçada e tenho uma certa relutância em solidarizar-me com os mascarados e corsos, como o Sr. Scroodge detesta o Natal. Humbug! diz ele. Eu penso o mesmo: Que tolos!