quarta-feira, 16 de maio de 2012

O pulsar da cidade e a crise

Raras vezes vou à Baixa nos dias que correm...cansa-me e fico deprimida por causa do estado em que encontro lojas e prédios, passeios e paredes grafitadas de alto a baixo.

Hoje estava um dia quentíssimo, mas tive de ir lá ao Plaza shopping, onde fica o escritório da minha contabilista. Cheguei  às 17 horas, mesmo no pico da rush hour. Gente, carros, autocarros, animação, música ao vivo na estação de metro do Bolhão, uma banda inglesa, não cantavam nada mal.

Adoro o metro....cada vez mais e infelizmente, nunca ando nele, pois aqui perto do Campo Alegre só tenho a paragem da Casa da Música, que fica longe. Apanhei um autocarro para lá, mas para cá vim de metro, é tudo a descer. O meu joelho já está aqui a pedir gelo e a latejar, o desgraçado.

Encontrei um grande amigo com quem trabalhei na PEd durante anos, fotógrafo. Foi ele que tirou as fotos dos casamentos do meu filho e alguns sobrinhos. Excelente profissional. Fechou o seu estúdio que era lindo no Plaza, pois o negócio dos casamentos e eventos está nas ruas da amargura e ninguém quer vídeos, nem

fotografias profissionais, toda a gente tem digitais próprias e câmaras boas. Fiquei embasbacada, pois há uns anos, ele não tinha um fim de semana livre, até trabalhava com outros sócios e o negócio dava e sobrava.
Subitamente tive a consciência real da situação do país. Não concordo com casamentões e com gastos sumptuosos, mas nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Do meu casamento só tenho fotos que o meu Pai tirou e algumas dos meus irmãos , na altura não quis fotografias a sério e tenho pena. É sempre uma recordação que
fica....

Vim para casa a pensar nisto, como é que um pai de família com dois filhos se vê sem trabalho dum dia para o outro depois de ter investido tanto em máquinas, scanners, PCs, fotocopiadoras, etc? Deixou a Peditora porque queria ser freelancer, agora está com problemas.

A cidade continua animada, mas nota-se no ar a desilusão e os rostos fechados. Nem a Primavera verdejante compensa os cidadãos do que vão perdendo. Maldita crise!