Ontem deitei-me tarde para ver um filme que já há muito ambicionava e que gravei do TVCine.: Kinsey / Let´s talk about Sex
Li muito sobre este biólogo- sexólogo nos meus vinte anos, altura em que se deu uma verdadeira viragem nos costumes, hábitos, crenças sobre sexo, liberdade sexual, amor livre, etc., ainda que, em Portugal, fosse tudo muito controlado, não só pela censura, que cortava os filmes todos ou não os permitia, como pelos Pais, que velavam pela moral e pureza dos seus filhas e filhos.
Tudo era uma enorme fachada, tudo meros tabus, que professores como Kinsey, com uma coragem obsessiva e controversa, conseguiram romper, contando com a ajuda preciosa da Fundação Rockefeller, num país muito manietado por puritanos e seitas. Ainda hoje se proíbe a divulgação de alguns filmes a menores de 18 anos. e há censura moral nesse país.
Em contrapartida é um país que permite a existência de sociedades polígamas, como os Mormons, em que os homens podem ter várias mulheres e elas lhes são oferecidas, fiéis e máes dos seus filhos. Os contrastes são chocantes.
Kinsey conseguiu através de milhares de entrevistas - já que os inquéritos não o satisfaziam por serem falseados - identificar e compreender as mil e umas formas de consumar o casamento, as relações pre-ou extra-maritais, a homosexualidade, os traumas e aberrações praticadas na família com as crianças, as necessidades individuais, os mecanismos do prazer sexual e as frustrações de 90% dos casais tradicionais na América dos anos 40-50. Esgotou-se nas suas investigações, mas conseguiu publicar dois livros que são verdadeiros compêndios de sexologia. O filme tem 137 minutos mas parece curto:)
A look at the life of Alfred Kinsey (Neeson), a pioneer in the area of
human sexuality research, whose 1948 publication "Sexual Behavior in the
Human Male" was one of the first
recorded works that saw science address sexual behavior.
Um filme biográfico - agora ando em maré de os ver - com interpretações magníficas de Liam Neeson e Laura Linney, muito aplaudido, ainda que bem menos apreciado do que a verdadeira obra.
Há cientistas e homens/mulheres geniais que, em geral, são muito mal compreendidos pela sociedade.
Ainda há dias falávamos de outros. Quanto melhor os conhecermos, mais os valorizamos.
Este ano já vi dois filmes fabulosos, um sobre Jung e Freud, outro sobre Allen Ginsberg, de que falei aqui.
Um dia destes, quando tiver coragem escreverei sobre John Nash, Matemático, A beautiful Mind.