Mostrar mensagens com a etiqueta hipermercados. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta hipermercados. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Angéle et Tony

Um filme francês.
Típico nas sua estrutura, ausência de informação prévia, factos lineares, histórias que se cruzam sem se saber bem como , nem porquê, personagens muito humanas interpretadas magnificamente por actores para nós quase anónimos, mas bem conhecidos do público francês. Um ambiente de mar e costa, uma vila piscatória na Normandia

com os problemas próprios do local e da actividade da pesca, manietada pelas leis da UE. Tudo muito lento, mas com densidade suficiente para não nos maçar demssiado...música de fundo muito sugestiva e repousante. Drama q.b.


Tarde bem passada com a minha filha que recebeu resultados muito satisfatórios dum trabalho que fez no mestrado sobre o ensino de gramática a estrangeiros. Estava feliz e fomos comemorar.

Arrábida shopping às moscas, cheio de lojas que não me atraem minimamente. De que vivem estas lojas e aqueles que lá trabalham?

Entrei num hipermercado após anos de jejum.
Detesto continentes, jumbos, carrefours e quejandos. Não encontro nada do que quero, perco-me e esqueço-me do que realmente preciso:) Desta feita eram cabides para pendurar as oito camisas do meu filho mais novo acabadas de lavar e passar. Não precisava mais nada, mas acabei por comprar copos, uma almofada, gel de banho, tira-gorduras, lubrificante para as dobradiças, um sabonete, etc.etc. É sempre assim quando entro num hiper....mais vale não ir lá!

Netos ao fim da tarde, mais amigos do Panda do que da Avó ( como eu digo....), meiguinhos, mas já distantes daquela intimidade que tínhemos no Algarve...já se passaram seis dias, em que mal os vi. É assim a vida e há que aceitar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Baixa e a rentrée



Gosto muito de ir à Baixa aqui do Porto no Outono e no Natal.
Como gostava de ir à de Lisboa, antes do incêndio do Chiado, nos tempos em que a cerimónia das compras para a rentrée durava uma tarde inteira ou mais. Íamos com a minha Mãe em Outubro para comprar os cadernos e livros na Papelaria Fernandes da Rua do Ouro, junto ao elevador de S.Justa e ao Grandella. O Sr. Barrelas era o "nosso" empregado - penso que o meu Pai era medico dos filhos ou coisa que o valha - tratava-nos por tu e brincava connosco, enquanto aviava canetas, lápis, cadernos, compassos, papel, etc. um nunca acabar de coisas que a Mãe com uma paciência de santa escolhia para cada uma de nós. Éramos cinco irmãs no liceu ao mesmo tempo, do 1º ao 7º ano. Havia uma professora de História que nos chamava a "dinastia". Não havia hipermercados nesse tempo, nem podíamos tirar as coisas que queríamos das prateleiras, tínhamos de esperar que o senhor abrisse as caixinhas e então fossem escolhidos todos os itens de que precisávamos pela lista do liceu. Só faltava ao Sr. Barrelas aguçar os nossos lápis para tudo ficar impecável. Os materiais passavam de umas para as outras e às vezes faltavam, nunca tivémos compassos Kern ou lápis Carand'Ache, que eram o meu sonho. Os livros que já tinham sido do nosso irmão mais velho eram sempre herdados de ano para ano. Lembro-me de que havia comentários e bonecos escritos na margem por todos os membros da família, bigodes nas fotos dos reis, colares nas rainhas...e alguém da família especialmente inspirado tinha desenhado um hula-hoop à volta da cintura pouco esbelta do Rei Sol, Luis XIV de França, que no retrato mostrava as suas pernocas bem modeladas num pose assez chocante! Felizmente os profs nunca pediam para ver os nossos livros, nem mostravam os deles, cheios de cábulas! Uma prof de inglês trazia a tradução de todos os textos em letra miudinha por cima dos mesmos e quando éramos chamados, ela seguia pela sua cábula a nossa tradução a ver se estava conforme.:))

Mais tarde os livros dos meus filhos do Colégio Alemão eram encomendados em Julho na Livroluz, livraria de Cedofeita, e só vinham em Setembro. Eram lindos e carissimos, o meu ex- suspirava todos os anos, mas lá os pagava com dificuldade. Em casa eu forrava-os todos a plastico transparente para que não se estragassem, levava dois serões a fazê-lo. Depois, então, ia com os meninos ao Continente para comprarmos os restantes materiais e era tudo uma tentação, havia estantes recheadas que nunca mais acabavam, capas, cadernos pretos que os meus filhos depois decoravam a seu modo já com a ajuda do computador, lápis de cor, canetas de feltro de 60 cores diferentes, plasticos para meter fotocópias, um sem numero de coisas úteis e relativamente baratas. Aquelas idas ficaram-nos na memória, os meus filhos nunca mais as esqueceram, momentos excitantes em cada Setembro, todos os anos.

Hoje fui com a minha filha à Baixa. Almoçámos no Via Catarina,um dos mais belos shoppings que conheço, na Praça da Alimentação, que é toda decorada com casas típicas do Porto. Depois andámos a ver laptops para ela pelas várias lojas de electrodomesticos e acabámos na FNAC a tomar café. Não comprámos nada, a não ser um engenho para o meu IPOD, plastifiquei o meu cartão da ADSE na rua, vimos muitas coisas, mas limitámo-nos a passear, não me apetecia comprar roupas, nem materiais para pintura e ao fim de um bocado, já estava derreada, com dores nos jelhos e com vontade de descansar. Ainda viémos no autocarro 200 que leva algum tempo a dar a volta a cidade.
Pensei com alguma tristeza que os meus netos já não passam por estas experiências, já têm quase tudo em casa e é só meter na mochila. Não há grande emoção neste momento. Gostam mais da escola do que nós e reencontrar os amigos é para eles um momento óptimo. As relações sociais importam-lhes mais do que os objectos, ainda bem.