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terça-feira, 13 de março de 2012

Será que é hoje

que ganho o Euromilhões??

Hesitei bastante em deslocar-me à Baixa hoje porque está calor e ando cansada, sem saber bem porquê. O calor assusta-me na cidade, adoro o sol junto ao mar, mas a poluição, os escapes, a sujidade e a poeira são-me hostis, sinto-me mal e só quero voltar para casa.

Mas fui, por duas horas, só passeei na Sá da Bandeira e vi umas montras em lojas já com saldos há meses e que nada têm para oferecer. No meio delas uma daquelas lojas de perfumaria, cheias de produtos chiques, que nunca comprei, nem conheço, nem uso. Impressiona-me como é que sobrevivem com frascos e frasquinhos, bisnagas e bisnaguinhas, aparentemente sem clientes, limpas, lindas e vazias...ao passar na Casa da Sorte, joguei no Euromilhões, será que é hoje que vou ganhar???

Depois o "abismo" das cores...ou seja a minha loja preferida da Baixa do Porto: M.Sousa Ribeiro, o mundo das artes em dois pisos ,

qual deles mais aliciante...adorava trabalhar numa loja destas, mesmo sem ganhar nada, estar lá umas horas a ver o movimento, os materiais, saber mais sobre o seu uso, mas nunca gasto mais do que uma meia hora lá dentro. Têm uma mesa onde nos podemos sentar e experimentar materiais...mas nunca me sentei. A colecção de telas é enorme, há-as de todos os feitios ( até redondas) e de materiais. Tintas acrílicas de marcas desconhecidas, pasteis de óleo , caixas e caixinhas, penso que qualquer pessoa que fosse criada no meio destes materiais, ficava artista.
Comprei 3 telas de MDF - 50x45 - são quase quadradas e cabem muito bem nas molduras do IKEA, como já experimentei nos quadros da exposição do Vivacidade, que "abrilhantam" agora a sala do meu filho por cima do piano.
Vim de autocarro com o saco bem pesado, mas havia lugar sentado e gosto de me misturar com o povo, sentir-me mais uma na multidão, ajudar quem tropeça ou se segura mal, sair aqui no Campo Alegre e respirar...a Primavera chegou, as árvores estão cheia de brotos e , embora não chova, parece que o ar de mar purifica tudo.

Agora em casa, oiço o Mezzo, excertos magníficos, como esta peça de Massenet aqui tocada pelo célebre flautista Zamfir:

domingo, 11 de setembro de 2011

Era uma vez um Espaço

Não escrevi nada estes dias, pois andei atarefada com a mudança do meu filho - já está a viver no seu apartamento, sem grande conforto, mas liberdade, independencia  e o necessário para o seu dia a dia, bem melhor que em Lisboa, onde vivia num T0 muito antigo e pagava 450 euros. Aqui terá de deslocar-se mais para o trabalho, mas como ele diz, a vida é bem mais barata no Porto e as pessoas são prestáveis.
Entretanto, ontem, passei o dia a arranjar
o meu atelier no quarto dele, já que está vazio e não tenciono ter um quarto de hóspedes, para isso uso o da minha filha. Já há muito que ansiava por ter lugar para as minhas coisas, materiais de pintura, papelaria e não só. Tinha um escritório mínimo no que era suposto ser a lavandaria, mas afligia-me a mesa tão cheia de coisas - um PC antigo, impressora, scanner, papeladas. Acabava por pintar na mesa da cozinha, que está toda pintalgada de acrílico. Os materiais estavam todos num armário que era suposto ser para mercearias, consegui metê-los todos numa estante que levei para o meu novo espaço. Ainda não acabei de arrumar as minhas pinturas em pastel, que estão numa prateleira, algumas já amachucadas....mas farei isso hoje, para acabar o serviço.

Numa das paredes vou pôr uma calha para poder pendurar os meus quadros temporariamente e ir mudando, quando me fartar deles. Vai ficar só para expo da minha obra :))). Por enquanto estão encostados à parede ou arrumados na estante. Numa das paredes puz postais e cartazes de expos, assim como fotos colectivas. A janela grande em frente da mesa só mostra verdes, matizados, lindíssimos....tenho muita sorte.


Sinto-me feliz....e com vontade de regressar de Londres e trabalhar em alguma coisa a sério.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Baixa e a rentrée



Gosto muito de ir à Baixa aqui do Porto no Outono e no Natal.
Como gostava de ir à de Lisboa, antes do incêndio do Chiado, nos tempos em que a cerimónia das compras para a rentrée durava uma tarde inteira ou mais. Íamos com a minha Mãe em Outubro para comprar os cadernos e livros na Papelaria Fernandes da Rua do Ouro, junto ao elevador de S.Justa e ao Grandella. O Sr. Barrelas era o "nosso" empregado - penso que o meu Pai era medico dos filhos ou coisa que o valha - tratava-nos por tu e brincava connosco, enquanto aviava canetas, lápis, cadernos, compassos, papel, etc. um nunca acabar de coisas que a Mãe com uma paciência de santa escolhia para cada uma de nós. Éramos cinco irmãs no liceu ao mesmo tempo, do 1º ao 7º ano. Havia uma professora de História que nos chamava a "dinastia". Não havia hipermercados nesse tempo, nem podíamos tirar as coisas que queríamos das prateleiras, tínhamos de esperar que o senhor abrisse as caixinhas e então fossem escolhidos todos os itens de que precisávamos pela lista do liceu. Só faltava ao Sr. Barrelas aguçar os nossos lápis para tudo ficar impecável. Os materiais passavam de umas para as outras e às vezes faltavam, nunca tivémos compassos Kern ou lápis Carand'Ache, que eram o meu sonho. Os livros que já tinham sido do nosso irmão mais velho eram sempre herdados de ano para ano. Lembro-me de que havia comentários e bonecos escritos na margem por todos os membros da família, bigodes nas fotos dos reis, colares nas rainhas...e alguém da família especialmente inspirado tinha desenhado um hula-hoop à volta da cintura pouco esbelta do Rei Sol, Luis XIV de França, que no retrato mostrava as suas pernocas bem modeladas num pose assez chocante! Felizmente os profs nunca pediam para ver os nossos livros, nem mostravam os deles, cheios de cábulas! Uma prof de inglês trazia a tradução de todos os textos em letra miudinha por cima dos mesmos e quando éramos chamados, ela seguia pela sua cábula a nossa tradução a ver se estava conforme.:))

Mais tarde os livros dos meus filhos do Colégio Alemão eram encomendados em Julho na Livroluz, livraria de Cedofeita, e só vinham em Setembro. Eram lindos e carissimos, o meu ex- suspirava todos os anos, mas lá os pagava com dificuldade. Em casa eu forrava-os todos a plastico transparente para que não se estragassem, levava dois serões a fazê-lo. Depois, então, ia com os meninos ao Continente para comprarmos os restantes materiais e era tudo uma tentação, havia estantes recheadas que nunca mais acabavam, capas, cadernos pretos que os meus filhos depois decoravam a seu modo já com a ajuda do computador, lápis de cor, canetas de feltro de 60 cores diferentes, plasticos para meter fotocópias, um sem numero de coisas úteis e relativamente baratas. Aquelas idas ficaram-nos na memória, os meus filhos nunca mais as esqueceram, momentos excitantes em cada Setembro, todos os anos.

Hoje fui com a minha filha à Baixa. Almoçámos no Via Catarina,um dos mais belos shoppings que conheço, na Praça da Alimentação, que é toda decorada com casas típicas do Porto. Depois andámos a ver laptops para ela pelas várias lojas de electrodomesticos e acabámos na FNAC a tomar café. Não comprámos nada, a não ser um engenho para o meu IPOD, plastifiquei o meu cartão da ADSE na rua, vimos muitas coisas, mas limitámo-nos a passear, não me apetecia comprar roupas, nem materiais para pintura e ao fim de um bocado, já estava derreada, com dores nos jelhos e com vontade de descansar. Ainda viémos no autocarro 200 que leva algum tempo a dar a volta a cidade.
Pensei com alguma tristeza que os meus netos já não passam por estas experiências, já têm quase tudo em casa e é só meter na mochila. Não há grande emoção neste momento. Gostam mais da escola do que nós e reencontrar os amigos é para eles um momento óptimo. As relações sociais importam-lhes mais do que os objectos, ainda bem.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sennelier - site para pintores amadores



Descobri este site a partir duma caixa de pasteis a óleo que comprei nos EU. O produto é francês e parece que foi encomendado por Picasso a um produtor especializado e consumido por muitos pintores parisienses, tendo sido considerado um dos melhores pasteis no mercado.  Na realidade o crayon desfaz-se nas mãos e no papel, como se fosse líquido e os efeitos são notáveis.

O site é interessante,pois publica obras de pintores amadores - como eu e muitos - divididos por categorias consoante o material usado. É necessário o registo prévio e aguardar que eles confirmem por e-mail a nossa adesão. Depois é só enviar fotografias das pinturas que fizemos e preencher umas fichas sobre cada uma. Depois de publicadas, podemos receber feedback de outros amadores, rating ou nenhuma reacção, mas sabemos quantos acederam ao site e viram a nossa pintura.

Penso que é muito giro vermos as nossas "obras" num catálogo online, embora por vezes, possamos não receber o feedback que desejaríamos :)

http://www.sennelier.pt

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pinturas a guache




Quando andava na escola fazia muitas pinturas a guache e vocês devem lembrar-se também do horror que era pintar em carteiras minúsculas, que deixavam cair tudo, sem sitio para pôr a água, pinceis, caixa de guaches, etc. Ficava tudo uma "borrada", desculpem a expressão. Nunca tive grandes notas, o máximo foi 13 no exame! :))). Fiquei a embirrar com os guaches para toda a vida!

Há semanas resolvi reiniciar-me no guache no atelier onde pintava, gostei, mas não é dos meus materiais favoritos. É acessível, mais forte que a aguarela, mas não tão maleável como o pastel ou o acrilico.

Vão aqui três experiências todas elas sem título.

domingo, 2 de agosto de 2009

Tempo de descobertas


Foi há ano e meio. No dia 8 de Janeiro de 2008, recebi uma carta da minha Escola, que por sua vez, trazia anexada uma outra da Caixa Geral de Aposentações, informando-me de que me tinha sido concedida a aposentação, após 37 anos de ensino em escolas publicas.

Foi um dos dias mais felizes da minha vida, contrariamente ao que sempre tinha pensado iria ser. Senti-me leve, desamarrada, jovem e cheia de força para enfrentar a nova aurora que se adivinhava. O que ia eu fazer agora que tinha todo o tempo do mundo?

Dois meses depois, passei numa loja da minha rua, onde se podia ler um letreiro assim:

SE QUERES APRENDER A PINTAR,PINTA!

Achei o apelo convidativo e entrei. O atelier parecia uma loja com tudo o que há de materiais, telas, tintas, papeis, quadros já pintados, barcos montados, bonecos, uma panóplia de coisas que suscitaram a minha curiosidade. Perguntei se ali havia aulas de pintura. Acrescentei que nunca tinha pintado na minha vida para que a rapariga simpática que me atendeu não pensasse que eu era já uma artista. Disse-me que sim, que tinham aulas às 3ª e 4ª e qual o preço. Resolvi inscrever-me.

Na 4ª seguinte, fui à minha primeira aula.

A porta do atelier estava fechada e um rapaz - para mim ele será sempre um rapaz - sentado na berma da janela perguntou-me ao que eu ia. Respondi-lhe que era uma nova aluna. Ele sorriu e respondeu : Eu sou o professor. Nikola Raspopovic!

Estávamos apresentados e ainda esperámos mais uma meia hora porque tinha havido alguma complicação e a rapariga não tinha conseguido vir. Conversámos, ele explicou que era sérvio, mas que estava no Porto há catorze anos; eu, timidamente, continuei a afirmar que nada sabia de pintura, que nunca pintara a não ser na escola e que não era dotada, mas que gostaria de experimentar algo novo.

E foi assim que começou a minha aventura com as artes. Desde então já pintei mais de 50 quadros, a acrílico, a pastel, a guache, a aguarela. Alguns destes podem-se ver aqui no blogue, embora não tenham a assinatura, são apenas fotos. Até já fiz uma exposição!!

Cada vez gosto mais de pintar. Descansa-me, relaxa, abre-me os olhos para a beleza do que me rodeia e até para o abstraccionismo daquilo que vejo, tornou-se-me quase uma obsessão, como já o era a fotografia à qual dediquei sempre muito do meu tempo livre.

Tenciono mostra-vos aqui algumas das minhas telas, mas não só. Gostava de convencer-vos a pegarem num pincel ou num pastel e a tentarem pintar. Se o conseguir, fico feliz.