domingo, 20 de setembro de 2009

Inquietações

Há dias que ando nervosa. Acho que é por causa de todo este alvoroço mediático, da campanha eleitoral, do compra-vende votos, em que tudo é permitido - menos tirar olhos - como se dizia no meu tempo de criança.
Hoje deveria ter ido à Foz ver o mar, pois o barulho das ondas acalma-me sempre e só umas horas a contemplá-lo e a ouvir música clássica baixinho, já me enchiam o dia.

Não fui.

Fiquei em casa, a fazer um bolo de maçã, que não ficou mau... e a pintar. Encomendaram-me um quadro e só isso já me inquieta um pouco. Resolvi fazer experiências e gosto do que saiu. É um quadro clássico talvez, embora não tanto como possa parecer em foto, usando acrílico em papel. Acabei o bloco, amanhã vou ter de comprar outro, pois não consigo estar sem materiais...

Eis a minha pintura de hoje. Gosto dela.



E um poema de Sophia para rematar neste Domingo já outonal.

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgámos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por quê jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por quê o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver?


As Tormentas