Usei-o durante muito tempo, nos primórdios da minha iniciação à pintura.
Uma tarde, entrei no atelier aqui junto à minha casa para a aula e disse ao meu professor que estava cansada de acrílico e que gostava de experimentar outro material. Comprei na altura uma caixinha de 12 lápis de pastel de óleo, que, ao aplicar, parece tinta, com uma maleabilidade extraordinária e possibilidades infinitas.
Andei meses entusiasmada com esse material, comprei caixas Sennelier em Boston, onde fui duas vezes, mandei vir outra de Paris e da Bélgica pelo meu filho. Tenho aqui um arsenal enorme de pasteis, que há muito não uso e é pena porque os efeitos são magníficos.
Pintar a pastel tem a desvantagem de tudo ser feito em papel adequado e depois levar moldura, como as aguarelas. A moldura abaixo foi caríssima, mas também uma das únicas que mandei fazer pelo atelier.
Este quadro grande foi inspirado na fotografia duma revista de artes francesa, que um colega meu me emprestou. Ele fazia muitas aguarelas e comprava as revistas mais modernas que apareciam aqui no Porto. Os meus melhores quadros da 1ª fase foram inspiradas nessas fotografias. Levavam dias e dias a completar, não é como o acrílico que se pinta num dia e desfaz no outro:)
Este foi todo feito em casa por ser enorme, tem 70x60, creio eu e exigir uma mesa grande. A foto não está boa, tem reflexos por causa do vidro, mas os cambiantes de azuis, castanhos e verdes são infinitos.
Trabalhei na sala, para mal do meu tapete que apanhou umas manchas difíceis de limpar. O pastel de óleo é gorduroso e suja tudo, o acrílico sai com água e uma escova. Este não.
Durante mais de um ano o quadro esteve por cima do piano do meu filho, mas ele depois enamorou-se dos abstractos que eu tinha apresentado na exposição e pediu-me quatro que ficam lá muito bem e tem sido muito apreciados.
Exponho aqui alguns dos quadros que fiz nesse material a título de curiosidade. Alguns deles ofereci aos meus irmãos e sobrinhos, muitos estão numa pasta à espera de melhores dias:)