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sábado, 11 de setembro de 2010

11 de SETEMBRO 2001 - In memoriam


( clicar)

Eram cerca de 9 horas em NY.
Aqui umas 14.
Tinha a TV ligada para ver notícias e subitamente vi um avião a atravessar a enorme torre. Pensei :" Que falta de imaginação fazerem mais filmes-catástrofe em NY".
Mas não: era a realidade em directo. Outro avião cruzou os céus atravessando a segunda torre. Houve uma explosão, fogo, a torre desabou . E com ela milhares de pessoas. Pessoas a gritar, pessoas a deambular, pessoas a correr, não se sabe para onde.
Sei da irmã dum amigo que chegou tarde ao trabalho e escapou. Ainda hoje não percebe como. Levou horas a conseguir contactar Virginia Beach, onde vivia o irmão. Ficou em choque durante meses.

Comecei as aulas e escolhi depoimentos de jovens americanos na net, copiei-os para transparências, fotocopiei-os e dei aos meus alunos. A motivação foi imediata. Todos queriam escrever emails em resposta, com perguntas e interrogações políticas. Foram aulas muito vivas que nunca mais esquecerei. Eles tb não, creio eu.

A foto acima foi tirada por mim em 2003, em NY, no apelidado GROUND ZERO, onde hoje se discute o que fazer no local. Há muita controvérsia. E ódio ao Islão. O mundo nunca mais ficou o mesmo. E nós também não.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Algo que nunca se esquece



Recebi agora mesmo um e-mail e estou lavada em lágrimas. Por isso quero escrever esta Entrada, exprimindo a minha surpresa=comoção neste momento único, que me transportou sete anos atrás para recordar uma das melhores turmas que tive na Escola Carolina Michaelis e um dos melhores e mais criativos alunos que aí encontrei.
Nunca me tinha ocorrido que o meu blogue pudesse ser lido pelos meus alunos - e tive-os às centenas, aqui e em Lisboa, na Beira Baixa e Chaves - e também nunca imaginei que um deles tivesse vontade ou coragem de me escrever aqui. O blogue foi sempre uma coisa de adultos.
O aluno que me escreveu já é adulto. Deve ter uns 23 anos agora. Era o Diogo, que fazia gato-sapato de alguns professores, muito brincalhão, com uma inteligência espontânea acima da média e uma fluência de Inglês extraordinária. Fazia-me rir, o que não acontecia com muitos alunos de 16 anos.Só falava em inglês, até me esquecia que ele era português. Ainda me lembro do lugar dele, na 2ª fila em frente ao quadro, com o cabelo encaracolado e a tez morena. Tinha a paixão da Moda e nessa altura, daria toda a sua mesada por uns jeans cheios de rasgões, muito "baggy" (largueirões) que chegavam quase ao chão. Uma vez em que o chamei ao quadro, virou-se em pose e perguntou : "Do you like my pants?"( Gosta das minhas calças?) Fez aquilo tão espontaneamente que dei uma gargalhada e tive que dizer que sim, que as adorava...a partir daí, conversávamos de moda muitas vezes, embora fosse tema que eu não dominava de modo nenhum. Por acaso , agora, até vejo os Project Runway, na Sic Mulher, que são apaixonantes e que ele deve adorar.
Esta turma foi uma das maiores que tive- penso que seriam 29 alunos - e que mais recordações me deixou naqueles dois anos em que lhes ensinei inglês. Um outro aluno, chamado José Carlos fez uma apresentação das eleições americanas - do Bush - em transparências que nem um professor da Faculdade o faria tão bem. E havia lá uma rapariga, cujo nome agora me escapa, que era louca pelo Harry Potter, e que ansiava pela saída do novo livro em inglês para o ler...e também uma outra rapariga que era fan fiel do Boavista, contrastando com os restantes, quase todos portistas.

Que saudades...de repente desejei ser outra vez professora, poder inspirar alguém desta maneira.

O email está escrito em inglês, mas não hesito em colocá-lo aqui. Espero que não interpretem isto como um sinal de vaidade ou show off, mas como homenagem sentida aos meus alunos - que porventura andarem por aqui - e a uma das profissões mais belas que existe no mundo.

E se leres isto, Diogo, acredita que os alunos dão muito mais aos professores do que vice-versa. A sua espontaneidade, generosidade e juventude faz-nos rejuvenescer também...e, amiúde, sobreviver para lá dos problemas e imbróglios da Educação em Portugal.

Dear Teacher Virgínia

I do not know whether you remember me, but I was a pupil of yours a few years ago (in 2003, I think) at Carolina. I have accidentally found your blog and could not help but contact you to let you know that I absolutely loved having you as my teacher. Sometimes I still dream back to our classes in those crowded classrooms, with an overcast sky outside partly shielded by the dusty green curtains that made us all suffer from rhinitis; and no matter how despondent I feel it never fails to make me smile.
I have always had a passion for English, both the language and the culture, so it is not remarkable that an English teacher during my adolescence should have made a lasting impression on me. However, you are not remembered as just yet another teacher, but as a person whose inspirational teaching not only helped me improve my fluency but also grow up as a human being.
I hope I am not disturbing you with these ramblings of mine. I also apologize for writing in English. But I wanted to get back to the past, even if just for the span of an email…

Thank you for everything,

Diogo de Melo Lourenço

quarta-feira, 24 de março de 2010

Hoje estou nostálgica

Acabou o meu workshop " Brush up your English" e fico com a sensação de que seria capaz de continuar por muito mais tempo. Com alunas destas, motivadas, simpáticas e cheias de respeito pelas "professoras" ( a minha filha coadjuvou-me), vale a pena ensinar...
Levei horas a fabricar os materiais, não usei nada já pronto, a minha filha escreveu sete diálogos , todos eles perfeitamente plausíveis em situações correntes. Hoje ainda estivémos a ver e-mails e espero que me escrevam em inglês...:))
É espantoso como num espaço relativamente pequeno, onde estão expostos os meus quadros por coincidência, ( ou talvez não) me sinto na Escola.
Quem se lembrou desta iniciativa - a dinâmica Adelaide do Espaço Vivacidade ou pessoas suas amigas - teve uma bela inspiração. É bom aprender coisas na nossa idade....e aprende-se tanto como aluno como como professor. Adorei. E espero poder voltar a repetir a experiência, num grau mais elevado, ou a partir dos rudimentos. Tanto faz.

Ontem ao ir para o cinema, tirei uma fotografia a uma magnólia em flor, contrastando com um castanheiro ainda despido de folhas. A luz no céu estava muito especial, sol em dia de chuva....



Fica aqui, dedicada às minhas novas alunas, tão queridas e especiais: Polly, Meryl, Jessica; Sarah, Olivia ( nomes fictícios).I'll never forget YOU!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Voltei à escola




Quando me aposentei há dois anos, em Janeiro de 2008, senti um enorme alívio por não ter de voltar à escola, sair da rotina que me obrigava a levantar as 7 todos os dias, apanhar um autocarro e o metro, para estar as 8.30 na escola.
Sempre gostei de ensinar, não é disso que se trata. O problema residia no ambiente terrível que se vivia nessa altura, a pressão exercida sobre os docentes, como se deles tivesse vindo todo o mal ao mundo, o label de calaceiros que nos colavam, a obrigatoriedade das aulas de substituição - algo que nunca foi pensado em termos de pedagogia, mas tão somente para babysit os alunos indisciplinados e fartos de escola, as aulas de 90m, a invenção mais estapafúrdia que alguma vez saiu da 5 de Outubro, as actividades no Clube de Línguas - todo decorado pelos profs, muito cosy , com revistas, filmes, actividades, etc,- mas que acabava por ser desperdiçado pelos alunos revoltados por não poderem sair, enfim, uma panóplia de contra-sensos e de traumas, que o império da MLR veio trazer a um lugar onde os bons professores cumpriam até mais do que lhes era pedido.
Muitos projectos fiz com os alunos - entrevistas gravadas num Congresso da APPI a vinte profs estrangeiros que nos visitaram, estudo e expo sobre as instituições inglesas do Porto, que nos levaram a visitar e conhecer seis locais e histórias diferentes, passeio ao Gerês com os alunos mais novos, com piquenique na mata ( e uma cabeça partida duma aluna que foi alvejada por outro alunos com uma pedra (!)), jornal em inglês financiado por mim quase inteiramente, culinária na biblioteca ( as célebres bolachinhas inglesas, cujo cheiro chegava ao andar de baixo), tudo isso fez parte dum percurso de que me orgulho e que ainda hoje é recordado com enorme saudade pelas minhas ex-estagiárias de há 20 anos, quando as encontro fortuitamente.

Pensava não voltar a dar aulas....e sentia-me feliz. Os manuais escolares, que fiz durante vinte e cinco anos também estavam em standby devido à lei dos seis anos de vigência, com que discordo plenamente ( já viram o que é ler agora sobre o Bush ou sobre a Margaret Thatcher, os Pink Floyd ou Dire Straits??? Os alunos acham uma seca...e compreende-se, de modo que o professor tem de substituir essas actividades por outras todos os dias, deixando de lado o manual, que custou 20 euros.

A Vivacidade, esse espaço super dinâmico que ainda agora me surpreende convidou-me há um mês para fazer um workshop de Inglês para pessoas já aposentadas ou interessadas em viajar e esquecidas do que eventualmente
aprenderam há mais de quarenta anos.
Na altura pensei NÃO, não sou competente para isso, nunca dei aulas a adultos, já não sei ensinar beginners , já não tenho elan nem dinamismo para motivar as pessoas.
Mas acabei por aceitar o desafio.
O Workshop centra-se em comunicação oral e auditiva, posso usar a Internet, CDs e musica, o que quiser.
Levei horas a preparar a primeira aula, que se realizou na 2ªfeira, pedi à minha filha que fosse a minha co-piloto, devido à sua juventude e conhecimentos da língua e lá fui expectante para a Vivacidade.
Tudo correu maravilhosamente...as alunas são cinco estrelas, a motivação é enorme, o ambiente é relaxante, cada pessoa assume uma personalidade diferente - Jessica, Ashley, Susan, Polly, Sarah, etc. são os nomes escolhidos - eu serei a Ms Simpson e a minha fila Ms Simpson Jr. Começámos por um Jogo do Galo com palavras inglesas e acabámos com o visionamento do trailer de Spanglish, um filme muito interessante sobre a diferença de culturas.


As alunas gostaram, hoje continuamos. E eu cheguei à conclusão de que ADORO ENSINAR...seja o que for...desde que os alunos queiram aprender. Sinto-me FELIZ.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Exposição colectiva no atelier UTOPIA




A inauguração foi na sexta , dia 13, com magusto e famílias a confraternizar e a aplaudir. Infelizmente não pude ir, mas hoje tirei fotografias, não só das fotos expostas como do ambiente que se respira em dias de aulas. É um local agradável e as pessoas são simpáticas e prestáveis. Há-as de todas as idades, embora predominem as +50, dada a hora que escolhi.






Mesmo sem lá estar, podem ver que há qualidade em muitos quadros, cada aluno tem um quadro seu. O catálogo traz as fotos das pinturas e os nomes dos alunos, assim como um texto muito sentido dos professores, do qual extraí este parágrafo:

" Nós , como professores, temos imenso orgulho em apresentar estes objectos de emoção e salientar que a cada estação do ano que passa, aumenta a ansiedade para saber o que a próxima nos trará, porque estamos sinceramente satisfeitos com os resultados que cada artista nos apresenta e pela capacidade que observamos em cada um de se satisfazer com a pintura, transformando sonhos em matéria."

Parabéns. E obrigada.

Continuem a navegar na UTOPIA e a deixar-nos sonhar a cores!