Hoje comecei a ir a aulas individuais de informática. Estou a aprender Powerpoint, fazer e-books e não só.
Preciso de me reciclar antes de dinamizar umas sessões de formação para professores no próximo ano. Já me comprometi com a editora e não quero fazer má figura. Além de que me dá muito gozo, hoje ri durante hora e meia, feliz por estar a aprender algo novo e excitante. A professora, 20 anos mais nova do que eu ou mais, riu-se quando eu lhe disse: Cada vez gosto mais de coisas novas!Trabalhar num novo projecto para o secundário é um desafio enorme nos tempos que correm. Já trabalho com a editora há trinta anos e não pensava voltar depois deste interregno de cinco anos. Afinal, sempre me convidaram para trabalhar mais uma vez... o que me entusiasmou imenso.
A net é um mundo imenso e encontra-se aqui tudo o que é preciso. Um dia escreverei sobre a minha experiência nos anos 80, em que não havia nada senão uma máquina de escrever mecânica e fotocópias. Era tudo copiado várias vezes e as fotos a preto e branco. Mas a minha paixão era a mesma.
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quarta-feira, 21 de março de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Whitney Houston ( 1963-2012)
Parece que hoje em dia quase só se fala na perda de artistas, pintores, escritores, actores, pessoas que não queríamos que desaparecessem NUNCA.
Deixam-nos a consolação de que enquanto viveram contribuiram para que o mundo fosse mais belo, a sua criatividade e performances encantaram muitos de nós durante anos.Whitney Houston foi presença constante nas minhas aulas de Inglês, usei várias canções dela nas minhas aulas, fazendo vibrar os alunos que a ouviam atentamente. Tinha uma voz potente, uma presença física muito bonita e um sorriso encantador. Foi uma sucessora de Dionne Warwick, sua prima e Aretha Franklin, sua tia.. Criou um estilo que seria imitada por muitas outras cantoras de vozes volumosas como ela.
Não se sabe ainda como morreu, nem é importante. O que custa é constatar a perda de uma mulher de 48 anos com talento, família e futuro à sua frente.
Deixo aqui o vídeo duma das suas músicas mais queridas dos meus alunos:
Whitney, we'll always love YOU!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
O Natal
Ontem fiz a minha árvore de Natal,mais cedo do que é habitual e talvez por mera necessidade de sentir algum calor e luz nesta época que, outrora, era de grande bulício e frenesim.
As aulas estavam a acabar depois dum período cansativo de três meses, os testes tinham de ser corrigidos , as avaliações feitas atempadamente, os níveis ou notas atribuídos, antes de se pensar em Natal, em enfeites, prendas ou o que quer que fosse. Deixava tudo para a última hora e os dias 22 e 23 eram passados a comprar coisinhas para a minha enorme família ou a acabar tricots que sempre ofereci aos meus sobrinhos ou filhos. Gostava daquela azáfama que só acabava no dia 26, depois de termos tido a consoada em minha casa, com a família do meu ex- a 24, e da corrida a Lisboa para o jantar de Natal, a 25, em casa da minha Mãe. Não aguentava aquela maratona e quase sempre o Natal acabava em lágrimas, sem qualquer razão especial.
Os dias a seguir eram de ressaca...nem Ano Novo queria festejar.
Sempre gostei de dar aos alunos uma réstea de magia e trazia filmes relacionados com a época, pedacinhos de ficção mais sugestivos, alguns jogos e muita , muita música de Natal no último dia de aulas. Fiz uma vez um calendário de Advento com caixinhas de fósforos forradas de dourado e coladas a uma fita de papel crepe vermelho. Abria-se uma caixinha antes de começar a aula e dentro dela havia a foto de um dos alunos que, nesse dia, tinha de fazer qualquer "gracinha" para os colegas em inglês, antes de comer o chocolate ou rebuçado respectivo. Tudo isto trazia um colorido diferente para a Escola, onde não havia grandes manifestações de solidariedade.
Uma vez, resolvi trazer um leitor de cassetes e pôr a tocar música de Natal na sala de profs; depois de uma certa estranheza, houve vários colegas que se queixaram do "barulho", de modo que compreendi que era inútil, há pessoas que não vibram com nada...e que todos os dias é Natal...para elas!
Ainda não trouxe os meus netos a verem a árvore. Em geral eles gostam ainda mais do presépio por causa dos bonecos espalhados pelos montes cobertos de musgo, dos cogumelos pequeninos que brotam aqui e ali, as pinhas prateadas e as velas. As figuras são antigas e todos os anos a decoração é diferente, conforme o material que tenho à mão. Não gasto dinheiro em enfeites.Está tudo guardado em caixas e só sai à liça nesta época.
As noites são escuras, mas há luz em minha casa.
As aulas estavam a acabar depois dum período cansativo de três meses, os testes tinham de ser corrigidos , as avaliações feitas atempadamente, os níveis ou notas atribuídos, antes de se pensar em Natal, em enfeites, prendas ou o que quer que fosse. Deixava tudo para a última hora e os dias 22 e 23 eram passados a comprar coisinhas para a minha enorme família ou a acabar tricots que sempre ofereci aos meus sobrinhos ou filhos. Gostava daquela azáfama que só acabava no dia 26, depois de termos tido a consoada em minha casa, com a família do meu ex- a 24, e da corrida a Lisboa para o jantar de Natal, a 25, em casa da minha Mãe. Não aguentava aquela maratona e quase sempre o Natal acabava em lágrimas, sem qualquer razão especial.
Os dias a seguir eram de ressaca...nem Ano Novo queria festejar.
Sempre gostei de dar aos alunos uma réstea de magia e trazia filmes relacionados com a época, pedacinhos de ficção mais sugestivos, alguns jogos e muita , muita música de Natal no último dia de aulas. Fiz uma vez um calendário de Advento com caixinhas de fósforos forradas de dourado e coladas a uma fita de papel crepe vermelho. Abria-se uma caixinha antes de começar a aula e dentro dela havia a foto de um dos alunos que, nesse dia, tinha de fazer qualquer "gracinha" para os colegas em inglês, antes de comer o chocolate ou rebuçado respectivo. Tudo isto trazia um colorido diferente para a Escola, onde não havia grandes manifestações de solidariedade.
Uma vez, resolvi trazer um leitor de cassetes e pôr a tocar música de Natal na sala de profs; depois de uma certa estranheza, houve vários colegas que se queixaram do "barulho", de modo que compreendi que era inútil, há pessoas que não vibram com nada...e que todos os dias é Natal...para elas!
Ainda não trouxe os meus netos a verem a árvore. Em geral eles gostam ainda mais do presépio por causa dos bonecos espalhados pelos montes cobertos de musgo, dos cogumelos pequeninos que brotam aqui e ali, as pinhas prateadas e as velas. As figuras são antigas e todos os anos a decoração é diferente, conforme o material que tenho à mão. Não gasto dinheiro em enfeites.Está tudo guardado em caixas e só sai à liça nesta época.
As noites são escuras, mas há luz em minha casa.
sábado, 20 de agosto de 2011
Angústia de verão

O mês de Agosto então era um sufoco sem empregada, com as crianças em casa todo o dia, sem carro pois nunca conduzi, numa cidade quente e com poucos espaços verdes, sem nenhuma ajuda do meu ex-ou da família.
Detestava o mês de Agosto, mesmo quando íamos para a Luz, sentia um enorme cansaço, os dias eram intermináveis, o descanso relativo e só os banhos de mar, a evasão na praia ou alguma música me davam conforto.
Mesmo assim, acabava sempre as férias em depressão, desejosa de começar as aulas, de ver os novos alunos, pegar nos livros, preparar tudo e enfrentar o ano lectivo com entusiasmo, sabendo que os filhos voltavam para o infantário ou para o colégio e não estavam comigo full time. Não fui uma má mãe, creio eu, mas nunca achei que fosse possível educar três filhos praticamente sozinha e ainda fazer tudo em casa. Nunca tive desejos de ser fada do lar e fui-o muitas vezes, vezes demais, até que os filhos cresceram e começaram a ser independentes e aí comecei a respirar um pouco.
Nessa altura, pelos anos 80, dediquei-me ao trabalho até à exaustão, trabalhando em três ou quatro coisas simultaneamente, produzindo manuais escolares todos os anos durante as férias, dando aulas particulares, fazendo sessões para professores, procurando ser melhor profissional que nunca. Tenho a consciência de que fui sempre uma professora motivada e os meus alunos gostavam das aulas e de aprender inglês. Também adorei alguns anos de estágio,em que arranjei verdadeiras amigas nas jovens que queriam ser docentes e ainda não tinham experimentado dar aulas. Os agostos passaram a ser mais trabalho....
Este ano tive as minhas férias cedo demais - pode-se dizer que vivo em férias permanentes, mas não é bem assim - as férias só o são a sério quando se sai de casa ou quando se antevê uma perspectiva de fuga breve. Sem isso, tornam-se uma obrigação, uma sucessão de tarefas chatas, uma monotonia.
O que nos dava prazer -o tempo livre - passa a ser um fardo. E vemos o tempo a fugir, queremos fazer coisas, mas já não temos coragem para encetar um programa de divertimento e distracção à nossa medida. Vivemos para os outros, em função dos outros. Isso deprime-nos. E a eles também.
Hoje senti isso vivamente...passei o dia deprimida...fiz uma colagem do Porto, pintei um quadro que está secar e até as próprias cores da foto e do quadro reflectem angústia...
Amanhã tenho de sair, talvez vá a Serralves ou ao parque da cidade....talvez ao cinema...não posso é ficar em casa a pensar no passado e a angustiar-me com o futuro.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Férias
A ideia de férias vem sempre com uma auréola, algo de místico, de prazer incontornável, de alegria e liberdade.
Sempre gostei de férias, não me lembro de alguma vez ter chegado ao tempo delas com remorsos por não ir trabalhar :), com preocupação de nada ter para fazer :), de não saber como ocupar o tempo livre :) ou com medo do terrível vácuo que se abria no meu panorama a partir dali.
Houve momentos em que não notava grande diferença entre os dias de aulas na universidade e as horas a estudar em casa para os exames; mas a esses, não chamo férias, apenas dias de estudo, bem duros muitas vezes, com calor insuportável, livros e cadernos cheios de notas, a cabeça pesada , a memória assoberbada de conhecimento pouco útil. Muitas horas passei a ler, a estudar, a fixar factos, ideias, a analisar textos, autores,poemas ou peças de teatro. Li 13 peças de Shakespeare para um exame de Lit Inglesa, anotando-as no meu livro de obras completas, que tinha comprado por tuta e meia na Feira do Livro, em Inglês, mas que tinha uma letra que nem com lupa se lia bem :).E afinal, para quê, se nunca ensinei Shakespeare aos alunos???
As verdadeiras férias começavam quando acabava o estudo...quando acabavam as aulas nas escolas e vinham alguns dias de sossego. Férias eram aqueles dias quentes de verão, passados na praia da Carcavelos ou em Sintra ou em Cascais ou no Guincho com os irmãos e amigos, numa maré de displicência juvenil, felicidade descontraída, ilusão de que tudo era o paraíso.
Férias devia significar a ausência de programas fixos, liberdade total naquilo que se faz, se veste, se come, se sonha e se dorme.
Penso que cada um de nós devia fazer férias sozinho.
Venham as férias...com apensos ou sem eles...quando se está aposentado, a vida parece ser uma vivência de férias ininterrupta. A diferença não é notória.
O melhor das férias, dizia um dos meus filhos é o ANTES....e eu acrescento e, por vezes, o DEPOIS, quando olhamos para as fotografias, filmes ou vídeos e temos saudades...daquilo que já não volta.
E aqui fica uma canção que, de tão cândida, me faz sorrir.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
I AM SAILING
Foi uma das canções que mais impacto teve em mim e nos meus alunos nos 80s. Resolvi pôr a canção no meu manual Work it Out, no tema Música e os alunos aderiam sempre à tarefa de cantarmos em côro - ou rapazes / raparigas - tornando aquele pedacinho da aula num hino ao mar e à vela.
Ontem remodelei este quadro de que não gostava
e tinha composto há 3 anos logo no primeiro ano da minha experiência artística. Ele até já tinha sido exposto em Lisboa, mas eu embirrava com ele. Assim está muito mais harmonioso e visto de longe é repousante.
Vai aqui com a canção do Rod Stewart, uma voz única e uma canção para a eternidade.
Ontem remodelei este quadro de que não gostava
Vai aqui com a canção do Rod Stewart, uma voz única e uma canção para a eternidade.
sábado, 30 de outubro de 2010
Blue trees
Quando somos crianças aprendemos a pintar a paisagem das cores mais tradicionais, os campos são verdes, os montes castanhos, o céu azul com nuvens brancas, o sol amarelo, a lua branca ou azulada, o mar azul-verde, a areia amarela, as flores vermelhas, laranjas ou rosas, os caules verde claro, as casas brancas com telhados vermelhos e portas castanhas.
É assim que muitos professores e adultos conduzem os miudos a um mundo policromático, mas limitado e formal.
Quando era professora de inglês divertia-me a usar fotocópias de quadros modernos, em que as cores eram arbitrárias - David Hockney, por exemplo, tem quadros com cores "inventadas" e Matisse usa muitas cores diferentes para pintar pessoas. Os alunos tinham de sugerir as cores dos elementos do quadro e no fim viam o verdadeiro em transparência. O efeito e a motivação, para além do interesse cultural da actividade são óbvios. Falavam em inglês durante a aula toda.
Hoje fiz um quadro que nada tem de tradicional nas cores que escolhi. Mais uma vez escolhi o tema árvores...
sábado, 11 de setembro de 2010
11 de SETEMBRO 2001 - In memoriam

( clicar)
Eram cerca de 9 horas em NY.
Aqui umas 14.
Tinha a TV ligada para ver notícias e subitamente vi um avião a atravessar a enorme torre. Pensei :" Que falta de imaginação fazerem mais filmes-catástrofe em NY".
Mas não: era a realidade em directo. Outro avião cruzou os céus atravessando a segunda torre. Houve uma explosão, fogo, a torre desabou . E com ela milhares de pessoas. Pessoas a gritar, pessoas a deambular, pessoas a correr, não se sabe para onde.
Sei da irmã dum amigo que chegou tarde ao trabalho e escapou. Ainda hoje não percebe como. Levou horas a conseguir contactar Virginia Beach, onde vivia o irmão. Ficou em choque durante meses.
Comecei as aulas e escolhi depoimentos de jovens americanos na net, copiei-os para transparências, fotocopiei-os e dei aos meus alunos. A motivação foi imediata. Todos queriam escrever emails em resposta, com perguntas e interrogações políticas. Foram aulas muito vivas que nunca mais esquecerei. Eles tb não, creio eu.
A foto acima foi tirada por mim em 2003, em NY, no apelidado GROUND ZERO, onde hoje se discute o que fazer no local. Há muita controvérsia. E ódio ao Islão. O mundo nunca mais ficou o mesmo. E nós também não.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Voltei à escola

Quando me aposentei há dois anos, em Janeiro de 2008, senti um enorme alívio por não ter de voltar à escola, sair da rotina que me obrigava a levantar as 7 todos os dias, apanhar um autocarro e o metro, para estar as 8.30 na escola.
Sempre gostei de ensinar, não é disso que se trata. O problema residia no ambiente terrível que se vivia nessa altura, a pressão exercida sobre os docentes, como se deles tivesse vindo todo o mal ao mundo, o label de calaceiros que nos colavam, a obrigatoriedade das aulas de substituição - algo que nunca foi pensado em termos de pedagogia, mas tão somente para babysit os alunos indisciplinados e fartos de escola, as aulas de 90m, a invenção mais estapafúrdia que alguma vez saiu da 5 de Outubro, as actividades no Clube de Línguas - todo decorado pelos profs, muito cosy , com revistas, filmes, actividades, etc,- mas que acabava por ser desperdiçado pelos alunos revoltados por não poderem sair, enfim, uma panóplia de contra-sensos e de traumas, que o império da MLR veio trazer a um lugar onde os bons professores cumpriam até mais do que lhes era pedido.
Muitos projectos fiz com os alunos - entrevistas gravadas num Congresso da APPI a vinte profs estrangeiros que nos visitaram, estudo e expo sobre as instituições inglesas do Porto, que nos levaram a visitar e conhecer seis locais e histórias diferentes, passeio ao Gerês com os alunos mais novos, com piquenique na mata ( e uma cabeça partida duma aluna que foi alvejada por outro alunos com uma pedra (!)), jornal em inglês financiado por mim quase inteiramente, culinária na biblioteca ( as célebres bolachinhas inglesas, cujo cheiro chegava ao andar de baixo), tudo isso fez parte dum percurso de que me orgulho e que ainda hoje é recordado com enorme saudade pelas minhas ex-estagiárias de há 20 anos, quando as encontro fortuitamente.
Pensava não voltar a dar aulas....e sentia-me feliz. Os manuais escolares, que fiz durante vinte e cinco anos também estavam em standby devido à lei dos seis anos de vigência, com que discordo plenamente ( já viram o que é ler agora sobre o Bush ou sobre a Margaret Thatcher, os Pink Floyd ou Dire Straits??? Os alunos acham uma seca...e compreende-se, de modo que o professor tem de substituir essas actividades por outras todos os dias, deixando de lado o manual, que custou 20 euros.
A Vivacidade, esse espaço super dinâmico que ainda agora me surpreende convidou-me há um mês para fazer um workshop de Inglês para pessoas já aposentadas ou interessadas em viajar e esquecidas do que eventualmente
aprenderam há mais de quarenta anos.
Na altura pensei NÃO, não sou competente para isso, nunca dei aulas a adultos, já não sei ensinar beginners , já não tenho elan nem dinamismo para motivar as pessoas.
Mas acabei por aceitar o desafio.
O Workshop centra-se em comunicação oral e auditiva, posso usar a Internet, CDs e musica, o que quiser.
Levei horas a preparar a primeira aula, que se realizou na 2ªfeira, pedi à minha filha que fosse a minha co-piloto, devido à sua juventude e conhecimentos da língua e lá fui expectante para a Vivacidade.
Tudo correu maravilhosamente...as alunas são cinco estrelas, a motivação é enorme, o ambiente é relaxante, cada pessoa assume uma personalidade diferente - Jessica, Ashley, Susan, Polly, Sarah, etc. são os nomes escolhidos - eu serei a Ms Simpson e a minha fila Ms Simpson Jr. Começámos por um Jogo do Galo com palavras inglesas e acabámos com o visionamento do trailer de Spanglish, um filme muito interessante sobre a diferença de culturas.

As alunas gostaram, hoje continuamos. E eu cheguei à conclusão de que ADORO ENSINAR...seja o que for...desde que os alunos queiram aprender. Sinto-me FELIZ.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
O PROFESSOR - a não perder

Ontem fui a Lisboa e não levei nada para ler, esqueci-me, apesar de ter 4 livros na mesa de cabeceira neste momento, todos eles bons. Na Gare do oriente, como sempre, fui á feira do Livro, que é convidativa e colorida no meio do cinzento do betão. Estive uma meia hora a namorar os livros e encontrei este, que vim a ler no comboio e que me entusiasmou tanto que não conseguia parar de ler, apesar dos solavancos do pendular e do enjoo. Há muito tempo que não lia nada tão saboroso, com um sentido de humor ( irlandês) tão inteligente e com um tema para mim mais que apelativo, completamente empático. Já tinha lido o primeiro livro do autor , escrito aos 64 anos - As Cinzas de Angela - de que fizeram um filme excelente.

Este livro é o reverso do primeiro, que ganhou o Prémio Pulitzer e que lançou o autor para a celebridade, narrando a sua infância e adolescência quase traumáticas na Irlanda dos anos 30. Este reporta-se à sua vida uns anos mais tarde, em 1958. Depois de cumprido serviço militar na Alemanha, consegue tirar um curso nos EU e conquistar o lugar com que sempre sonhou: ser professor. Mas a vida e a experiência provam que ser professor não é nada do que ele esperava. Perspicaz, sardónico, sensível e muito comovente.
Vai aqui um aperitivo:
" Irrompem assim pela sala adentro cinco vezes por dia. Cinco turmas, trinta a trinta e cinco alunos em cada turma. Adolescentes? Na Irlanda víamo-los nos filmes americanos, melancólicos, carrancudos, a passearem-se de automóvel e perguntávamos a nós próprios porque estariam melancólicos e carrancudos. Tinham comida, roupa, dinheiro e, mesmo assim, eram maus para os pais. Na Irlanda não havia adolescentes. Andávamos na escola até aos catorze anos. Crescíamos, arranjávamos trabalho, casávamos...alguns anos depois emigrávamos para Inglaterra para trabalhar na construção civil ou para nos alistarmos nos exercitos de Sua Majestade e combater pelo Império."
" Numa sala de aula de um liceu o professor é ao mesmo tempo um sargento instrutor, um rabi, um ombro amigo, um displinador, um cantor, um erudito de baixo nível, um funcionário administrativo, um árbitro, um palhaço, um conselheiro, um controlador de vestimentas, um maestro, um defensor, um filósofo, um colaborador, um dançarino de sapateado, um político, um terapeuta, um louco, um polícia de trânsito, um padre, um pai-mãe-irmão-irmã-tio-tia, um contabilista, um crítico, um psicólogo, o último reduto."
Espectacular.
Leiam e revejam-se se forem professores como eu.
Infelizmente Frank McCourt morreu aos 78 anos e não escreverá mais livros.
O Professor
Colecção: Vidas d´Escritas
Nº na Colecção: 4
Editorial Presença
Sinopse: Neste seu terceiro livro de memórias, Frank McCourt, autor de As Cinzas de Ângela e Esta É a Minha Terra, escreve uma crónica irreverente e vigorosa sobre os trinta anos durante os quais deu aulas em diversos liceus de Nova Iorque. Com o seu característico humor, ressonâncias líricas e honestidade desarmante, McCourt relembra os desafios e as recompensas com que se deparou no ensino público nova-iorquino, criando assim um relato inspirador e comovente sobre as relações humanas e sobre como aquilo que temos para dar e receber pode fazer a diferença na vida de cada um.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009
I am sailing


Esta canção faz parte do meu imaginário dos anos 70. Muitas aulas dei, usando estas lyrics e cantando a canção com os alunos em coro. Fazia parte do manual Work it Out de que fui co-autora e constituía um momento alto e comovente, embora a letra fosse pobre em termos linguísticos. Creio que até gravámos uma cassette, que andará por aí.
Ontem ocorreu-me colocar aqui a gravação do Youtube, aliada a duas pinturas, uma que fiz à tardinha, outra já em Abril.
A canção, que ouvi agora, continua a comover-me, não fosse eu uma romântica. Músicas destas nunca morrem.
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