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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Hoje chove

E estranhamente o mundo silenciou nas ruas do Porto. Parece que se abateu sobre os transeuntes uma peste qualquer que os impede de falar alto - comme d'habitude - rir, andar despreocupadamente. Só se vêem semblantes carrancudos por baixo dos guarda-chuvas, como se a chuva fosse tóxica ou estivesse carregada de maus presságios. O contraste com a mente soalheira e até chocarreira dos dias anteriores é total. No café, a conversa é sempre a mesma:" O Real não vai lá ... coitado do Mourinho!" Coitado, porquê?

No shopping onde fica o meu cabeleireiro perguntaram-me : "Está a chover???" quando me viram encharcada ( não levara nada para me proteger, nem sequer carapuça ) e depois de ouvirem a confirmação, responderam : "Que seca!" ( o contrasenso mais completo que conheço na nossa língua).

Andei pela lojinhas do shopping, Bulhosa, Carlin papelaria, PRT, etc., mas só comprei uma bisnaga de acrílico, carvão para desenhar e papel vegetal...e um chapéu de chuva minúsculo, mas bonitinho, que fica bem com o meu kispo. Olhei para o meu reflexo na montra e estava engraçada, com o cabelo bem mais curto, botas de estivador, calças metidas nas ditas cujas e um ar diferente. Um ar britânico. Só me faltavam aqueles plásticos de pôr na cabeça que as velhotas usavam dantes.
Bendita chuva...as plantas agradecem e eu tb, quanto mais não seja para mudar de visual....

Ontem pintei este aguarélico ( aguarela+acrílico): Não está nada de especial mas rima bem com a outra do mesmo tamanho. Foi inspirada por uma foto duma revista francesa sobre La Camargue.


Parece que já adivinhava que ia chover....

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Greves inuteis

Têm passado quase despercebidas as greves dos funcionários publicos organizados pelos sindicatos em Portugal. Os media mencionam-nos em rodapé, limitando-se a entrevistar as pessoas pacientes à espera dos transportes, nas filas dos hospitais, nas suas casas rurais, onde nada chega durante meses. Este Portugal paupérrimo não é hoje matéria de relevância maior porque há urgência em mudar e dar voz a outras ideias, outros programas e mais progresso para o país. Não adianta chorar sobre o leite derramado, mas temos de ir buscar leite a outro lado.

Os impostos vão subir, o subsidio de Natal vai ser reduzido, os transportes vão ser privatizados, a RTP, fonte de gastos inacreditáveis, vai finalmente ser reduzida a nada ou quase nada, a electricidade subirá, o gaz também....parece um panorama hediondo. Porém, eu acredito que é necessário modificar os hábitos dos portugueses , aliviar o Estado de compromissos incomportáveis, tomar medidas de emergência social, incluindo e chamando à colação tantas e tantas associações de beneficencia, Misericórdias, Igrejas,etc. fazendo-as participar activamente na reconstrução do tecido social mais desfavorecido. Com monitorização do governo, mas sem despesismo impensável.

Muitos funcionários públicos trabalham pouco, são excedentários...vai-se aos correios e vêem-se três funcionários à conversa, com ordenado garantido ao fim de mês, apesar de já comunicarmos há anos por e-mail, fax ou até FB. Não é possível manter este statu quo.

A minha filha vem hoje de Leeds. Ontem preocupei-me ao ver que hoje se preparavam greves da função pública em Inglaterra. Estive horas na internet a visitar os sites da British Rail e Stansted Airport. Tudo estava controlado. Os comboios são todos privados, não há greves, a minha filha partiu e chegou a horas ao aeroporto. A Ryanair solicitou às entidades responsáveis o pessoal necessário para controlar os passaportes dos passageiros para que nenhum avião se atrasasse. Tudo funciona, apesar das ditas greves. Isto é um país civilizado.

Não sou contra greves, só as fiz uma vez por altura dos exames de 12º ano para os quais nem sequer estava convocada. Perdi 200 euros nesse mês e a resultado foi nulo, não serviu mesmo para nada.

Não acredito nas manifestações de rua, mas no trabalho árduo e conversações a todos os níveis. Acredito em pessoas mandatadas para executar, dialogando quando necessário. Não acredito na anarquia.