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sábado, 7 de abril de 2012

Dia cinzento - Sábado de Aleluia

Gosto de dias cinzentos.
Hoje ameaça chuva, mas ainda não vi gotas de água.
Lembrei-me de ir rever algumas fotos a preto e branco e a cores tiradas em dias
cinzentos e encontrei umas que fiz há meses num dia em que saí de autocarro na Cordoaria - praça de que gosto muito junto aos Clérigos - e chovia bastante.

Apesar disso, andei por ali com a máquina e as fotos ficaram muito românticas, muito Porto...resolvi pô-las aqui hoje, Sábado de Páscoa, dia que nada me diz, dia morto, dia cinzento...
Bach coaduna-se bem com estas fotos. Um Andante lindo do Concerto Brandeburguês nº 2.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A seca

Hoje choveu. Finalmente.

Não me parece, no entanto, e sem querer ser fatalista, que estas pingas de água venham matar a sede de toda uma região que há muito espera pelas chuvas benfazejas do inverno.

Quando andava na FLUL, em 1964, deram-nos um poema de Florbela Espanca, chamado Árvores do Alentejo para analisar quer quanto à forma, quer quanto ao conteúdo e mensagem, num exame de Teoria da Literatura, uma das minhas cadeiras favoritas e aquela a que obtive a melhor nota em todo o curso. Penso que a análise deste poema me ajudou a conseguir um resultado tão satisfatório.

Fica aqui um pequeno quadro que fiz hoje em memória desse episódio e o poema em questão:


ÁRVORES DO ALENTEJO

Horas mortas… Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca - Charneca Em Flor

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Hoje chove

E estranhamente o mundo silenciou nas ruas do Porto. Parece que se abateu sobre os transeuntes uma peste qualquer que os impede de falar alto - comme d'habitude - rir, andar despreocupadamente. Só se vêem semblantes carrancudos por baixo dos guarda-chuvas, como se a chuva fosse tóxica ou estivesse carregada de maus presságios. O contraste com a mente soalheira e até chocarreira dos dias anteriores é total. No café, a conversa é sempre a mesma:" O Real não vai lá ... coitado do Mourinho!" Coitado, porquê?

No shopping onde fica o meu cabeleireiro perguntaram-me : "Está a chover???" quando me viram encharcada ( não levara nada para me proteger, nem sequer carapuça ) e depois de ouvirem a confirmação, responderam : "Que seca!" ( o contrasenso mais completo que conheço na nossa língua).

Andei pela lojinhas do shopping, Bulhosa, Carlin papelaria, PRT, etc., mas só comprei uma bisnaga de acrílico, carvão para desenhar e papel vegetal...e um chapéu de chuva minúsculo, mas bonitinho, que fica bem com o meu kispo. Olhei para o meu reflexo na montra e estava engraçada, com o cabelo bem mais curto, botas de estivador, calças metidas nas ditas cujas e um ar diferente. Um ar britânico. Só me faltavam aqueles plásticos de pôr na cabeça que as velhotas usavam dantes.
Bendita chuva...as plantas agradecem e eu tb, quanto mais não seja para mudar de visual....

Ontem pintei este aguarélico ( aguarela+acrílico): Não está nada de especial mas rima bem com a outra do mesmo tamanho. Foi inspirada por uma foto duma revista francesa sobre La Camargue.


Parece que já adivinhava que ia chover....

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Reflexos

Sempre tive uma atracção
muito especial pela água, elemento de que dependo para me sentir feliz. Não conseguiria viver num local sem água - ou à míngua dela - e considero um privilégio poder abrir a torneira e ver o
jorro cristalino a cair.
Do mesmo modo sou sensível a paisagens com água, efeitos que com ela se conjugam para tornar tudo
mais belo e colorido.
Em tempos, pensei em fazer uma exposição de fotografia focada neste tema, mas acabei por optar por outro tema que em breve anunciarei.
No Brasil- em especial em Paraty - consegui encontrar muito "food for thought", como dizem os ingleses. Resolvi hoje dedicar uma entrada à beleza artística dos reflexos na água, seja ela a da chuva ( já reparou na maravilha que é uma árvores outonal mirando-se num lago?), a dos charcos, dos lagos, rios ou do mar.
Aqui ficam algumas de que gosto em especial.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mudança da hora

Detesto os dias de chuva, depois da hora mudar. De repente chega o inverno, sem necessidade nenhuma....bastava não mudar a hora para que todos tivéssemos mais horas de luz na nossa vida, sobretudo os mais velhos que se levantam mais tarde. Não custa muito levantar cedo às escuras, porque é sempre um sacrifício e os olhos têm tanto sono que nem notam se há luz do dia, se não. Em contrapartida, vão-se buscar as crianças aos colegios e infantários já de noite e os pobrezinhos já nem podem correr no pátio, ir até ao Botânico ou ao Palácio, vão directos para casa, às 5 horas. E aí massacram os pais...ou vêem TV.

Mudando de assunto:

Pintei este quadro. Comecei-o há dias e acabei-o hoje. Gosto dele ao vivo, não tanto em fotografia.
Penso que é da luz...pouca demais.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rain

Hoje está um dia lindo, cheio de sol...calor de verão.
Fui à Ramada Alta ao apartamento do meu filho para levar coisas essenciais e buscar alguma roupa à lavandaria. Encontrei três colegas da escola e fiquei muito contente porque parecia que não nos víamos desde ontem! E já passaram três anos desde que saí dali.


Em casa, apeteceu-me pintar  e saiu algo que me sugere chuva, água, pingos, charcos, reflexos., vidro....é mesmo abstracto.


Chuva
Chuva, caindo tão mansa, 
Na paisagem do momento, 
Trazes mais esta lembrança 
De profundo isolamento. 


Chuva, caindo em silêncio 
Na tarde, sem claridade... 
A meu sonhar d'hoje, vence-o 
Uma infinita saudade. 


Chuva, caindo tão mansa, 
Em branda serenidade. 
Hoje minh'alma descansa. 
— Que perfeita intimidade!... 

Francisco Bugalho, in "Paisagem"

sábado, 20 de novembro de 2010

Tarde calma de outono



Lá fora chuvisca de vez em quando, mas quando as nuvens não estão muito espessas, abrem-se clareiras luminosas de uma cor dourada-prateada magníficas. As árvores saúdam esta luz benfazeja, brilhando em todas as suas gotículas. Uma imagem que se alia ao cheiro característico da humidade entranhada na natureza, só possível nestas épocas de invernia.

O meu neto assobia melodias várias enquanto constrói uma carro em LEGO, bem complexo, com peças minúsculas, que só com uma faca se conseguem separar. Fugiu do irmão mais novo, que não o deixa trabalhar em sossego. É um encanto estar aqui acompanhada desta criança, com os seus sete anos - segundo uma amiga minha é a idade do ouro - cheios de sonhos e auto confiança. Carinhoso, q.b. independente e meigo. Trata-me por Vovó, o que me comove.
Na cozinha, pinto e preparo um assado ao mesmo tempo. Vou-lhe fazer peixinhos da horta, a ver se ele come vagens ( diz que não gosta).
O meu quadro está um pouco gótico, mas hoje enveredei pelo roxo e lilás, cores de que que gosto muito. São invernias também.
Nos intervalos dos assobios, ponho a tocar os Improvisos de Schubert. Maria João Pires no seu melhor.

Quereria guardar estes momentos e metê-los num cofre para os abrir quando, já senil, não puder viver a 100% e os netos já forem grandes , estiverem ocupados e eu rodeada de estranhos. É uma imagem que me assusta.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Chuva na insónia

Acordei há hora e meia. São 4.30 da manhã.

Ainda não há luz, chove inclementemente...toda a noite choveu. A minha rua está fria e húmida como num dia de inverno. Mas estamos quase no verão. Porquê tanta chuva? e porquê a tanta insónia?

Tirei uma foto da minha janela. Parece algo mágico...cliquem nela.

Encontrei um poema de Fernando Pessoa, que me consola neste desalento que é não conseguir dormir.

.. Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
-Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E quando haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...


Fernando Pessoa

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Domingo com Rachmaninoff, Pegaso e...futebol



Hoje fiquei em casa toda a tarde. Está um tempo triste, cinzento, melancólico, em que só apetece o calor do lar, o chá quente, a lareira e a música.Trabalhei na preparação do workshop que começa amanhã. Sinto-me nervosa, não sei porquê:))
Pelas três, veio o meu neto, que me faz grande companhia. Comprei-lhe um cavalete no Lidl, mas não conseguimos montá-lo , apesar dos enormes esforços do rapazinho - só tem seis anos - para encaixar as peças. Esperemos que o Pai o ajude em casa. Estivémos a fazer um desenho a pastel, mas ele cansou-se rapidamente e preferiu jogar jogos didácticos ou ver um filme sobre Zeus e Pégaso. Um cavalo alado, tal qual o que eu precisava para me deslocar aqui no Porto, pois não tenho carro e às vezes abuso das boleias...

Daqui a umas horas vou ver o FCP a perder o campeonato ( lagarto, lagarto) Pode parecer estranho, mas tenho um amor muito grande a este clube que adoptei mal vim para a cidade. É um clube com "pinta" e mesmo quando não ganha, os jogadores têm uma mística e mantém-se unidos. Depois há os faits divers, que não me interessam de todo, pois é tudo manipulado por uns e por outros. O meu filho , então, continua fiel ao Boavista e ainda hoje foi assistir ao jogo no Bessa. Ganharam por 2-0, o que é uma alegria, desde que o clube foi sacrificado pelo malfadado apito dourado, que dessa cor nada tem.

Estive há pouco a ouvir a concerto nº 3 de Rachmaninoff - geralmente conhecido por Rach 3 e encontrei este andamento do mesmo no Youtube com o magistral Sokolov ( ainda novo) a tocar em Viena, creio eu. Deixo-o aqui para quem quiser "perder 10 minutos" e perder-se neste final de dia tristonho.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

How fragile we are



Esta canção do Sting faz-me chorar.
Acompanha bem esta pintura em homenagem às árvores que cada vez são menos no nosso planeta, daí eu gostar tanto de as pintar.
Este acima foi feito em frente à lareira, numa noite de relativa solidão. Soube-me bem entrar no reino da floresta, no outono...



Bom fim de semana, sem grandes "casos", com descanso e a certeza de que cá estaremos no ciberespaço para sempre.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Singin' in the rain

Depois de me ter deleitado a ver a cena deste filme, acompanhada maravilhosamente pela Orquestra do Porto ao vivo, não posso deixar de partilhar esse pedacinho de oiro do cinema dos anos 50 com os leitores deste blogue. Vejam-no, por favor e nunca se aborreçam por ver a felicidade espelhada nas atitudes dos outros. É um filme belo.



Dedico-o em especial à minha amiga Kat, que tanto aprecia a dança.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tempo de criação

Não há dúvida que a chuva inspira. Por isso o Gene Kelly dançava e cantava: I'm singin' in the rain, I'm singin' in the rain...how happy I am.

Hoje não fui dançar para a chuva, nem sequer à rua, limitei-me a vê-la cair da janela sobre as plantas que já estão verdinhas como nunca estiveram. É um bálsamo ver a terra a fazer nascer tantas ervinhas, tanto cogumelo, tantas folhas novas. Nem parece inverno.

Sempre adorei a Inglaterra e uma das coisas que mais apreciava lá era o cheiro a musgo por todo o lado, como aqui acontece junto às camélias floridas do Jardim Botânico. Quando chove vem-nos aquele odor a fungos e terra molhada que me inebria. Gosto mais do ar no inverno do que no Verão, apesar do frio.

Pois passei todo o dia em casa, excepto uma hora em que dei uma saltada aos meus netos. O meu neto perguntava-me noutro dia quando usei a palavra saltada , se eu vinha "aos saltinhos":))). Gostei da ideia.

Hoje pintei. Mais um quadro de dimensões tão grandes que, mesmo que queira, não posso levar para o atelier e mostrá-lo. Não conduzo, ando sempre pendurada:(. Vou ter de levar a fotografia e o professor vai ter de acreditar que fui eu que o fiz :))

Gosto dele. Tem um não sei quê de loucura...chamei-lhe "Madness".

sábado, 28 de novembro de 2009

OVER THE RAINBOW



Hoje vi um arco-íris da janela do meu quarto. Já há muito que não via nenhum e foi uma alegria quando abri as persianas e deparei com este espectáculo. Fui logo buscar a minha máquina "para mais tarde recordar". Telefonei aos meus netos, que moram no prédio ao lado, e eles também estavam a vê-lo com a Mãe.
Passado algum tempo, fui a casa deles e o mais pequeno disse: Anda Avó, vamos ver o arco íris! Mas as nuvens tinham-se adensado e a miragem tinha desaparecido. O mais velho então explicou ao irmão: "Sabes, é preciso haver sol e chuva ao mesmo tempo!". A Física explica tudo. As Mães também.

E porque andamos numa de Poesia - e não só - vai aqui um poema brasileiro ( só podia) ao arco-íris.

ARCO ÍRIS

Choveu tanto esta tarde
Que as árvores estão pingando de contentes.
As crianças pobres, em grande alarde,
Molham os pés nas poças reluzentes.

A alegria da luz ainda não veio toda.
Mas há raios de sol brincando nos rosais.
As crianças cantam fazendo roda,
Fazendo roda como os tangarás:

"Chuva com sol!
Casa a raposa com o rouxinol."
De repente, no céu, desfraldado em bandeira,

Quase ao alcance da nossa mão,
O Arco-da-Velha abre na tarde brasileira
A cauda policroma de pavão.


Olegário Mariano, Canto da Minha Terra,
Pimenta de Melo, 1930

( in Praça da Poesia, blogspot)

domingo, 15 de novembro de 2009

Chuva, Apple Betty e abstracto das mesmas côres.


(clicar)

Tenebroso o dia de hoje no Porto.
Chuva torrencial, vento a 100kms à hora, ruas desertas, carros reluzentes a deslizar pelo asfalto, vidros repletos de gotículas, que ao escorrer se transformam em rios de lágrimas pela janela abaixo. Daqui do meu escritório só vejo uma casa, árvores já outonais sacudidas pelo vento e a chuva a cair impiedosa junto ao candeeiro da rua, cujo halo ilumina o chuveiro no azul da penumbra. É artístico, mas não muito confortável.

Passei a tarde a cozinhar e a pintar. Duas coisas que ligam bem porque enquanto se espera que a tinta seque, vai-se descascando as maçãs para o "apple betty" e colocando-as no fundo pyrex, com um pouco de canela e uma lágrima de vinho do Porto. Em seguida dá-se umas pinceladas de acrílico no papel para sugerir umas rochas, azul misturado com castanho e faz-se um fundo que tanto pode ser o mar como as rochas ao longe. É a altura de fazer a mistura com margarina e farinha, tipo areia, com uma leve pitada de açúcar e espalhar essa areia por cima das maçãs. Leva-se ao forno. Pinta-se então a areia do quadro, com beige, amarelo e castanho, deixando manchas de azul pelo meio. Com branco, engrossado com gel fazem-se as ondas - a espuma - com salpicos à volta das rochas ( ou a sugestão delas). Tira-se o pyrex do forno e batem-se umas natas com açucar - muito pouco - para acompanhar o "apple betty". É tudo branco e amarelo, como a areia e a espuma. Olha-se para o quadro, dá-se uns retoques com uma espátula, para simular os salpicos. O papel está mole com a tinta.Deixa-se a secar. Pôe-se a arrefecer o apple betty à janela, sem se molhar.



O ideal é acender uma lareira com pinhas e comer o manjar, bebendo um cházinho de maçã e canela a olhar para as chamas. Mas eis que o telefone toca e me convidam para uma canja e castanhas em casa dos netos. Troco uma pela outra.

Sou feliz? Acho que sim.




( clicar)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Finalmente parece que temos Outono



...as temperaturas desceram, já há muitas nuvens no céu, embora ainda com alguns espaços azuis pelo meio, o sol brilha amedrontado, as gotinhas de água acumulam-se nos beiris e nas portadas, não se sabe se vai chover já ou só mais tarde e as árvores, brilhantes e cheias de vigor vingam-se do estio e da secura, erguendo-se mais viçosas quando verdes, ou largando as suas folhas multicolores pelos ares , pelos passeios e veredas.
Gosto do Outono porque é diferente. É mais frio, é mais imprevisível, traz-nos para dentro de casa, onde apreciamos os nossos sofás com mais justiça, um bom livro ou uma boa música, a calma e o silêncio que as janelas duplas nos concedem.
A natureza é tão bela que me apetecia à vezes ter cápsulas para guardar pedacinhos do mar encapelado da Foz, areia da praia de Porto Santo, flocos de neve da Alemanha, o cheiro a restolho húmido do Lake District, as noites de luar por detrás da palmeira da Luz, as castanhas assadas da Rotunda da Boavista...



Vai aqui um poema simples do "nosso" Eugénio de Andrade que exprime bem o que sinto:

Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.


Eugénio de Andrade








( Fotos minhas )