sábado, 30 de abril de 2011

solidão

O meu filho já foi há dias para Lisboa. A minha filha partiu também para Leeds. Estou de novo sozinha e sinto-me só. Acabou o diálogo simples, os sorrisos de manhã, o cheiro a café, o barulho das chaves a abrir a porta, os silêncios cúmplices, os risos em frente ao PC ( que muitas vezes não descortino porquê), a música, a troca de olhares adultos, a guitarra as 4 da manhã, as idas ao shopping, os filmes romanticos a duas, os cozinhados a meias. Gosto dos meus filhos. Nunca me passaria pela cabeça dizer-lhes que estão a mais aqui, que preciso de privacidade ou que me dão trabalho. Eles fazem parte da minha vida, ainda que cada vez mais autónomos e livres de pensamento.

Ontem fui jantar à Foz. Estava um dia cinzento, mas quando chegámos lá, deparámos com um cenário insólito. O sol tinha irrompido no meio das nuvens, vermelho, e a luz reflectia-se no mar, mais calmo que o habitual, e as rochas na maré vazia, adquiriam um tom escuro , quase negro. Subitamente acenderam-se as luzes e ficou aquele ambiente do entardecer que é lindo no Verão porque se prolonga durante muito tempo.

Hoje vou ver as exposições da Miguel Bombarda. Preciso de estar só, mas também de me distrair. Continuo com uma gripe mal curada, mas já não me incomoda a ponto de não poder passear um pouco.

Ficam aqui fotos da Foz, a nossa joia mais preciosa. O Porto sem ela não seria a mesma cidade.