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sábado, 10 de março de 2012

Quando calienta el sol

Vamos com prazer para a praia, mesmo que seja em Março.

Hoje nem era preciso casaco, tive de o meter no saco, dobrei as calças até ao joelho, descalcei as botas, arregacei as mangas e , mesmo assim, estava calor intenso cá fora na varanda do meu querido café dos Ingleses. Com receio do sol todos
os comensais se tinham abrigado debaixo dos guarda sois ou no café, onde as janelas panorâmicas deixavam avistar um mar imenso, com ondas altas, desdobrando-se umas sobre as outras e vindo morrer em branca espuma aos nossos pés.

Gosto daquela varanda porque tenho sempre a sensação de estar num navio, sós se vê uma nesga de areia e as rochas. A praia maior fica do outro lado. Hoje já havia alguns afoitos a molhar os pés ou mesmo um mergulho rápido. Quase não havia gaivotas, deviam estar abrigadas do calor em qualquer outro lado mais fresco. Cheirava a maresia quando cheguei, o que nem sempre acontece. É um cheiro a algas que me inebria. Li mais umas páginas de "pequenas Memórias" de Saramago,um livrinho muito interessante, que me está a agradar imenso pela ironia e facilidade com que descreve as suas pequenas façanhas da infância e adolescência.

Hoje ouvi Vivaldi, não muito alto para não abafar o barulho das ondas, que era tronitruante. Este compositor é sempre surpreendente para mim, agora que oiço o meu neto tocá-lo duma forma tão expressiva. Os concertos para flauta, oboé ou violino são lindíssimos e transmitem uma alegria íntima e serena.

fica aqui um excerto de La Notte, concerto para flauta dos que mais gosto. O meu filho tocava-o em tempos...que saudades.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O mar

Há tempos o meu irmão seduziu-me com a ideia de fazermos em conjunto um livro ou album com pinturas minhas e poemas ou textos dele sobre o mar.

É um daqueles temas que nunca recusaria. É-me imperioso ligar a existência do mar à minha própria existência como pessoa criativa.
Adoro o mar, necessito dele quase como de oxigénio, não consigo viver longe dele, sinto-me bem a olhar para as ondas incansáveis, para os navios ao fundo, os surfistas, as crianças na areia, as gaivotas sentadas nas rochas, e adoro contemplar o brilho do sol na superfície azulada, verde ou cinzenta do oceano.

Tenho muitas pinturas sobre o mar - cerca de 40. Foi fácil arranjar um conjunto que se adaptasse aos poemas. Mais difícil foi fazer as fotografias em alta definição, mas consegui realizar isto tudo em dois dias.

A minha Leica entretanto tinha-me pregado um susto, pois não estava a funcionar. Hoje levei-a a uma casa que me aconselharam perto do Rivoli e um senhor muito prestável conseguiu o milagre de desbloquear a lente que tinha encalhado e não abria. Foi um alívio...

Aqui vão três pinturas sobre o mar.
Poemas não ponho pois não sei se o meu irmão gostaria que eu abrisse mais o véu. Mas o livrinho não tarda...só para mais tarde recordar...

domingo, 25 de setembro de 2011

O Verão não nos quer deixar

 Tarde quente, soalheira, a desmentir todas as metereologias, que teimam em prever chuva nos horizontes do Porto. Nunca chove...e eles ameaçam com ela todos os dias, até chateia!

 Hoje esteve uma tarde de verão e passei quatro horas na Foz, onde o ambiente era estival. Muitos estrangeiros de mapa na mão a apanhar o mesmo autocarro que eu em direcção à Foz. Não esperei nem um minuto e ai estava o 204, azul e branco , as minhas cores favoritas.
Na varanda do café algumas cadeiras vazias, vantagem de ir cedo, quando todos estão a almoçar. Uma tosta mista e um gratiné de maçã, acompanhados de sumo de laranja e café...o meu almoço ideal. O livro da Susan Sontag, o IPOD com música barroca, o barulho ensurdecedor das ondas - até a minha filha as ouvia em Leeds!! - uma paisagem de sonho, grande espectáculo do mar do equinócio, da espuma , das rochas e das silhuetas passeando na praia.


Um verdadeiro sonho a dois passos de casa.
Tirei várias fotos e experimentei várias da espuma, que desenha verdadeiras obras de arte na areia.


Vejam bem....nenhum pintor consegue transmitir esta maravilha...
Cliquem nelas que vale a pena....

sábado, 27 de agosto de 2011

Ainda o verão...e o mar

Acabo de chegar da Foz, numa tarde luminosa de Agosto, em que tudo parece lavado , não só pela chuva valente que caiu há dois dias, mas tambem pelo trânsito menor que neste mês se faz sentir no ar que se respira.
É tão bom sentir o calor do sol nestes dias assim.
Estive na praia dos Ingleses - cheia de turistas-
a gozar da luz e frescura da espuma e da nortada que já se fazia sentir. Levo sempre camisola para o que der e vier e hoje soube-me bem.
Não havia música exterior, apenas o estrepitar das ondas sobre o rochedo que faz daquela praia e daquela varanda uma delícia para os olhos na maré cheia.  Parece um fogo de artifício em que a luz e o ribombar são substituídos pela água, a espuma e o barulho ensurdecedor das ondas.
Um senhor já entradote estava sentado numa rocha e deixava-se vergastar pelas ondas que entravam por uma nesga e formavam um jacuzzi natural. Estava divertidíssimo e não achava a água fria...pelos vistos. Muitas senhoras em bikini espanejavam-se deliciadas na areia, sem qualquer vergonha de mostrar a celulite.

Liberdade é a palavra que melhor associo a estas praias aqui do Norte....cada um faz o que quer, ninguém repara, todos estão felizes, não há gritos nem berros, o mar cala-os a todos.

À vinda comprei flores amarelas, vulgares , - parece que se chamam helianthus (?) - alegres como a minha tarde....preciso de cor na minha casa, elas são uma companhia silenciosa que não dispenso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A calheta....ou praínha....


Falei muito dela quando estive a passar férias no Algarve há tres semanas. Esta calheta já é minha desde os 20 anos e foi lá que passei alguns dos momentos mais felizes da minha vida, na juventude com os amigos e irmãos, sozinha ou acompanhada, sentada ou deitada naquelas rochas,  olhando  o mar límpido até perder de vista...e abraçando o sol quente depois dum banho frio mas regenerador.

É um local mágico   na minha vida, que ainda não pintara...

 No início era uma praia pequenina e efémera, tão depressa existia como desaparecia na maré cheia, transformando-se, então, numa piscina de água salgada, que permitia  saltos a sério, que nós não dispensávamos e que nos grangeavam minutos de glória. Houve até quem desse o meu nome a uma rocha, de cuja ponta eu me atirava de cabeça (?) nos meus belos tempos. Noutros anos, estendia-se quase até à ponta da fortaleza, com areia e pé até bem longe, permitindo às crianças brincadeiras sem igual.

O meu neto que já é do seculo XXI,  dizia este ano: Vovó , e se houvesse um tsunami? De que altura é que seria? O Pai disse-lhe:" olha era da altura da fortaleza! " Ele olhou para cima pouco convencido....e ainda bem, os pesadelos só devem acontecer nos livros ou nos jornais, muito longe....nunca nos locais que nós amamos.

 A prainha é o meu sonho acordada quando me sinto presa nesta cidade...fecho os olhos e lá estou eu andando por aquelas rochas, procurando caranguejos nas pocinhas, tentando despegar as lapas agarradas às pedras rugosas, contemplando a costa que se desdobra em calhetas maiores e mais pequenas, todas elas lindíssimas e cheias de pedras redondas multicolores...
Em tempos tínhamos um barquinho de borracha e eu adorava remar nos dias sem vento rente à costa....tudo isso acabou, já não tenho forças para carregar o barco para a prainha e depois subir para o dito e remar, mas a saudade fica e também fica a certeza de que durante muitos e muitos anos, as crianças e jovens e velhos da minha família verão neste espaço aqui retratado, um sinal , uma memória, uma saudade, um desejo, uma nostalgia e uma certeza inexorável:....as pessoas vão...  mas as pedras ficam.

Um vídeo feito em Junho...que deveria nunca acabar...

sábado, 13 de agosto de 2011

O tempo no noooorte




O tempo está inconstante...um nevoeiro cerrado caiu hoje sobre o mar quando o dia prometia ser de verão e os veraneantes ainda estavam no banho em águas frescas, muito frescas para meu gosto, mas convidativas q.b.
Do alto da esplanada, observava-os com uma relativa inveja -  uma das coisas que mais prazer me dava dantes era um banho em Ofir ou em Esposende  com ondas batidas e geladas - enquanto "curtia" eu também mais um bronzeamento tonificante. Entretanto apareceram a minha Amiga Teresa Vieira e o marido, que vinham tomar um café e ali estivémos à conversa durante algum tempo...falámos sobre a Utopia e expliquei as razões da minha desistência. Felizmente, eles compreenderam - sobretudo a Teresa -, que não consigo trabalhar no meio de muitas pessoas, todas com o desejo de socializar, mais do que de pintar.
Tardes de Agosto = preguiça, autocarros sem ninguém, alguns turistas, muito sossego. Uma saltada ao Chinês da Rua Senhora da Luz ( gosto imenso deste nome, não sei porquê, deve ser da palavra LUZ, que ilumina a rua toda:)) Lojas e lojinhas numa rua estreita com casinhas pitorescas da Foz. Abriu uma nova Boulangerie de Paris por ali. No Chinês comprei mais umas telas pequenas quadradas, gosto muito de pintar quadrinhos pequenos quase como se fossem aguarelas. Também gosto de as ter cá para os meus netos fazerem as suas obras de arte, que penduro na parede da cozinha junto à mesa onde tenho os materiais de pintura, para grande "galo" da minha empregada, que gostaria que aquela mesa fosse imaculada, com toalha de cozinha e um cesto com fruta. Infelizmente, é mesmo uma mesa de trabalho artístico:)) e nada mais.

Começou a Liga de futebol e o Benfica empatou. Vi o jogo com o meu filho  e vibrámos com o empate, mauzinhos que somos para o Glorioso, que os meus irmãos tanto amam. Oxalá o FCP ganhe e o campeonato comece já com vencedores do Nooorte!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

E depois do sueste veio o oeste....e por fim a nortada

Pois foi.

O sueste assustou-se e não durou mais que um dia...com pena minha, que me estava a habituar às noites sem vento, ar cálido, cheiro a mar e barulho das ondas. Hoje parece que nada aconteceu.
De manhã estava sombrio, ameaçava chuva, o céu cinzento de chumbo e aquele je ne sais quoi de fim de férias, nostalgia, a pedir cházinho com scones...
Fui almoçar à praia com o meu neto e filha. Estava-se bem...depois fomos a pé pela praia, mesmo na orla do mar em direcção à Rocha Negra, até onde se podia andar em seco. Estava maré cheia, é impossível passar pelas pedras por baixo das falésias...alem de se poder lá ficar retido até a maré baixar. Mais uma vez me curvei perante a maravilha geológica que está ali escondida e que muitas pessoas desconhecem...

Também observei os turistas que iam nos sofás amarrados aos barcos para mais uma corridinha com ais e uis e splashs divertidos, crianças loiras a andar de baloiço, figurinhas de filme inglês de outros tempos. O meu neto apanhou mais umas conchinhas e pedras para a sua colecção e ansiava por tomar banho, mas não o deixei , dado que tinha acabado de almoçar.
À tarde, o banho estava maravilhoso,já não havia grandes ondas, mas o meu neto andou maluco a fazer carrerinhas com a sua prancha durante uma hora.É inesgotável a energia duma criança, a alegria de conseguir o que é mais difícil, o divertimento de conquistar o mar e o prazer de estar ali comigo (a assistir em flashback à minha própria infância em Carcavelos, usando pneus como boias e deixando-me levar pelas ondas).


As férias estão quase a acabar...hoje resolvi pintar a prainha...

vista por mim...em guache.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Poças de vida



Hoje gozei uma das mais belas manhas da temporada. O sol ferve, a água está a 22º, tudo está bem, as pessoas felizes, crianças por todo o lado, pais contentes e à volta um mundo vivo que nos rodeia, que dura há séculos, que já assistiu a milhoes de veraneantes passeando por estas rochas, já ouviu mihares de conversas, namoros, flirts de verão, escapadelas à noite, banhos das 24h, sorrisos de adolescentes, brigas de jovens competitivos, avós enlevados, pescadores de água doce, tarzans a atirarem-se em mergulho, concursos de natação, jangadas feitas por nós, sestas as 4 da tarde ...etc.etc.etc.
Hoje vi muitos peixes, bem grandes, na ponta que liga a prainha com a praia grande. Levei os óculos e deleitei-me a olhar para o fundo do mar, onde a fauna e flora são inimagináveis. Quem me dera ter uma máquina daquelas que podem ir para dentro de água, uma amiga minha do Woophy tem uma e é mergulhadora de modo que as suas fotos são todas originais.

Como não podia dedicar-me a fotografia sub-aquática, resolvi explorar o que está fora desse mundo, ainda que lhe pertença. Poças e pocinhas, rochas e rochinhas, mexilhões quase dispostos em prato numa pequena enseada, plantas que ondulam com a água a entrar suavemente, sal a brilhar ao sol, pedra perene que um dia será areia...daqui a milhares e milhares de anos.

É linda a Natureza, o meu neto apanhou muitas conchinhas e anda encantado com elas, lavou-as todas e dispo-las na sua prancha a secar para depois levar para casa e talvez colar.


Gosto do mar...não conseguia viver sem ele...este cheiro, este gosto, esta salinidade faz-me falta todo o ano...felizmente há a Foz...

domingo, 17 de julho de 2011

Paz e calmaria



4 da tarde.

Sentada na sala, só oiço o tique taque do relógio da cozinha, os chutos das crianças numa bola lá longe, o vento a assobiar pelas frestas das janelas. Corri as cortinas brancas da sala, só vejo a boganvília repleta de flores roxas e parece que estamos no céu; passam-me pela cabeça tantos e tantos momentos bons e maus, que aqui se aconteceram. É o filme da minha vida, dos meus verdes anos, dos anos mais dificeis, dos mais gratificantes, dos mais ricos e também dos mais traumatizantes...

Lembro-me de repente desta casa cheia quando o meu Pai resolveu alugar uma TV para vermos os jogos Olímpicos de 1972 (?)...os vizinhos vinham para cá ver as provas mais excitantes, depois ia-se jogar volei no campo do vizinho, que tinha uma rede e muita paciência para aturar o barulho que o despique despoletava, e por fim, tomar banho às 8 da noite, quando já suados, nem sentíamos o frio da água...éramos tão jovens e não havia grande preocupação com o futuro...eu já tinha acabado o meu estágio, no ano seguinte tinha lugar certo no M. Amália, o meu liceu, adorava Lisboa, ensinar inglês e alemão...e nem sabia que um ano depois estaria casada, viria o 25 de Abril...partiria para o nowhere atrás do marido...para acabar no Porto.

Também me lembro de festejar aqui os anos dos meus filhos em Agosto por diversas vezes, com família e amigos, aqui no pátio. Acabavam as festas em cantorias à guitarra e sangria da boa com amigos estrangeiros a aproveitar o nosso sol e a hospitalidade.

Hoje tomei um banho sozinha lá em baixo, com a água bastante fria - 20º, segundo diz o jornal - e uma temperatura de 24º cá fora. Não é brilhante, mas é das coisas que mais gosto, mergulhar na água gelada e sentir o corpo a reagir...e passado um pouco, um calor que me invade toda num bem estar revigorante, nadar por entre as rochas que circundam a prainha, uma pequena baía quase privativa, excelente para que não quiser andar até à praia grande, onde se apanha demasiado sol e muita gente.

A minha fiha já foi para a praia grande depois de almoço, com o seu Ipod e livro...encontrámos um casal amigo e conversámos, mas ela não precisa de companhia e eu tb gosto de estar sozinha...sobretudo neste silêncio, neste santuário, onde estão tantas relíquias e sonhos da minha famíla. Lá fora está azul e sol, mas aqui há silencio absoluto...

domingo, 19 de junho de 2011

Um Domingo para recordar


O dia estava lindo, cheirava a maresia aqui na minha varanda, tinha de ir à Foz. Os meus netos estavam ocupados, os filhos também, de modo que podia decidir como queria passar umas boas horas sozinha. Apanhei o autocarro mal cheguei à paragem . O 204 leva-me quase sem parar até à Rua do Farol, a 5m do mar. Espectacular.Havia um ventinho de norte que afastava as pessoas da varanda e as recolhia ao calor do café. Resolvi sentar-me cá fora, apesar da temperatura menos quente, e não me arrependi. Estava calor q.b. e o ventinho tornava tudo mais agradável. A praia estava cheia e diverti-me a ver cenas várias como se estivesse sentada na plateia do Lusomundo. Tirei mais de 50 fotos naquelas horas junto ao mar, são fotos anónimas, mas por isso mesmo, mais interessantes.
Pelas 5, ao chegar de autocarro -cheio de velhotes rabujentos - fui ao Botânico tomar um chá e comer um brownie na nova esplanada da Casa Andresen. Um ambiente fabuloso, o café tem uma janela que me chamou logo a atenção e que é uma autêntica obra de arte . Através dela pode-se ver o jardim "aos quadradinhos", pois é cheia de losangos que recortam e emolduram as manchas verdes lá de fora. O empregado surpreendeu-se com o meu pedido para fotografar a janela.
Descubro sempre cantinhos novos neste jardim e este ano com a Expo Darwin, a animação é enorme. Vêem-se muitas famílias espalhadas pelos diversos recantos, crianças felizes, mães a explicar o que se vê na expo. As flores vão murchando e florescendo num ciclo ininterrupto de Abril até Outubro. Há plantas que surgem de repente e que nunca tinha visto, como uma parreira que sobe pelos pilares do alpendre junto ao jardim de nenufares. Os agapantos estão no seu auge, mares lilazes e brancos, aqui e ali. Uma beleza.
Para terminar a tarde, os meus netos vieram para minha casa ver um filme comovente sobre a amizade de um urso polar e de uma foca. Dei-lhes de jantar e eles estavam felizes.